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Eurotendências
O INVESTIMENTO DIRECTO INTERNACIONAL NAS ECONOMIAS DA EUROPA
CENTRAL – UMA NOVA REDE DE INFLUÊNCIAS UNINDO A EUROPA
Sílvia Martins Dias
I. INTRODUÇÂO
O alargamento da União Europeia aos países da Europa Central e Oriental constitui um dos
desafios mais ambiciosos não só para a Europa como na relação desta com o resto do
mundo. Os efeitos notar-se-ão a vários níveis, e hoje importa realçar o impacto deste
processo – que se revela simultaneamente complexo e irreversível – em termos do grau de
atractividade do investimento directo estrangeiro nestes países.
Para além de ser imperativo que as empresas invistam cada vez mais em formas avançadas
de cooperação, é imprescindível serem activas junto dos decisores políticos e dos sectores
com maior potencial competitivo. Temos que olhar para este novo conjunto de consumidores
e para o estímulo à oferta desencadeado por uma procura numerosa e diversificada.
Este artigo procura, assim, identificar os principais benefícios do IDE, quer para os
investidores, quer para os receptores deste, apontando ainda algumas dificuldades
encontradas nos diversos países (sobre os quais se debruça este estudo) e entre sectores.
Todavia, tendo sempre presente o reconhecimento de que este processo irá gerar maior
crescimento económico e de uma forma mais sustentável e duradoira, com efeitos positivos
para os investidores e, em última instância, para os consumidores.
1. O INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO (IDE) NOS PAÍSES DA EUROPA
CENTRAL E ORIENTAL 1
De acordo com números publicados pelo European Bank 2 , os investimentos cumulativos de
empresas ocidentais desde 1989 atingem mais de 50 biliões de Euros, sendo que uma parte
significativa diz respeito a empresas oriundas da União Europeia.
1
Para efeitos de análise, a Europa Central e Oriental inclui os seguintes países: Albânia, Bielorússia, Bósnia-
Herzgovina, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Federação Russa, Hungria, Letónia, Lituânia,
Polónia, República Checa, República da Macedónia, República da Moldávia, República Federal da Jugoslávia
(Sérvia incluindo Kosovo e Montenegro), Roménia e Ucrânia.
2
European Bank, “Transition Report Update” (April 1998).