INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

Informação Internacional
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possível apagar o peso dos prejuízos acumulados com a crise asiática ou compensar
a escassez de oportunidades nas suas regiões de origem;
• as grandes empresas da zona EURO estavam envolvidas num processo maciço de
investimento directo nos EUA e em economias emergentes da zona dólar (América
Latina e Ásia Pacífico), quer como modo de ganhar dimensão global, quer de ganhar
acesso a novas tecnologias e actividades que estavam a ser geradas pela economia
americana;
• os bancos e companhias de seguros da zona EURO estavam envolvidas num duplo
processo de aprofundamento dos laços com a economia americana, quer por via do
aumento do peso dos créditos sindicados às empresas americanas e da aquisição de
obrigações dessas empresas (com destaque paras “junk bonds”, de maior risco), quer
por via de um processo de aquisições em larga escala de bancos, companhias de
seguros e fundos de investimento, que lhes permitissem reforçar em curto espaço de
tempo a sua participação no mercados de capitais.
Os próximos anos poderão inevitavelmente assistir a uma transformação profunda nos
sectores financeiros das economias da zona EURO:
• uma retracção no papel dos bancos – em consequência das dificuldades que irão
sentir especialmente num contexto de forte abrandamento da economia, pela sua
exposição ao “boom” imobiliário, ao financiamento da velha/nova economia e ao
eventual fracasso das “expedições às Américas” e a um reforço do mercado de
capitais no financiamento das empresas e das famílias (“mortgage markets”);
• um forte crescimento dos investidores institucionais – em consequência do
envelhecimento da população e a redução e envelhecimento da população activa na
zona Europa (Vd “Os três envelhecimentos da Europa” publicado neste Volume da
“Informação Internacional 2000”) que irão forçar, com mais ou menos atrasos, à
criação de pilares de capitalização sob gestão privada especializada (fundos de
pensões e fundos mobiliários); o crescimento substancial das carteiras de activos dos
investidores institucionais decorre num período de consolidação fiscal continuada que
se traduz na redução da emissão de novos títulos da dívida pública; pelo que essas
carteira irão consistir em obrigações e acções de empresas europeias e estrangeiras,
em títulos associados ao mercado imobiliário, em títulos da dívida pública emitidos à
maneira anglo-saxónica e em títulos de dívida emitidos no âmbito de eventuais
reformas sistémicas de alguns sistemas de pensões.
4. TRÊS EXPLICAÇÕES PARA O COMPORTAMENTO CAMBIAL DO EURO FACE AO
DÓLAR 1999/2000
Após esta breve referência às funções de moeda internacional já desempenhadas pelo
EURO, às características do “modelo de capitalismo euro-continental” e às transformações
que o surgimento do EURO nele está a provocar, bem como à forma como as economias
europeias estavam envolvidas nos processos globais, aquando da criação do EURO em
1999, podemos avançar com três explicações principais para o comportamento do EURO
face ao dólar nos anos 1999 e 2000: