30.04.2013 Views

INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

União Europeia: e se tudo corresse bem?<br />

país). Por outro lado, tendo-se revelado algo céptica em relação ao alargamento, a<br />

França não consegue tirar todo o partido da extensão do Mercado Único. Um dos<br />

factores mais reveladores da perda <strong>de</strong> influência francesa no seio da UE é, sem<br />

dúvida, o fim da relação quase exclusiva entre a França e a Alemanha (embora a<br />

Presi<strong>de</strong>nte Martine Aubry e a Chanceler Angela Merkel mantenham um bom<br />

entendimento). A França mantém, no entanto, um certo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão no domínio<br />

da <strong>de</strong>fesa, escolhendo aliar-se ao Reino Unido. Esta aliança, conjugada com o facto<br />

da França também se aliar muitas vezes ao Reino Unido nas questões institucionais<br />

para manter o intergovernamentalismo, não são do agrado da Alemanha que, em<br />

gran<strong>de</strong> parte por causa do alargamento, "não tem tempo para a França";<br />

• a Espanha aparecer como uma das maiores potências da UE, tendo o contencioso<br />

entre esta e o Reino Unido sobre Gibraltar sido resolvido através <strong>de</strong> um acordo <strong>de</strong><br />

partilha <strong>de</strong> soberania;<br />

• a perda <strong>de</strong> influência da Itália face à Espanha, não só por causa da sua dificulda<strong>de</strong><br />

em reformar o sector público e o sistema <strong>de</strong> pensões, mas também <strong>de</strong>vido ao “fardo”<br />

representado pelo Mezzogiorno;<br />

• a relativa soli<strong>de</strong>z da relação franco-alemã apesar <strong>de</strong>, pelos motivos evocados acima,<br />

já não ser tão exclusiva como no passado. Os alemães são agora o lado mais forte do<br />

eixo franco-alemão e contam com outros aliados (Itália, Espanha, Polónia ou Reino<br />

Unido), conforme a questão em <strong>de</strong>bate. Paris, por sua vez, fez, como vimos, do Reino<br />

Unido o seu principal aliado na <strong>de</strong>fesa (isto quando os gauleses conseguem por <strong>de</strong><br />

lado o seu anti-americanismo). A Alemanha está tão atarefada com o seu papel<br />

predominante na Europa <strong>de</strong> Leste (que lhe permite continuar a ser a gran<strong>de</strong> potência<br />

europeia) que tem muito menos incentivos para aprofundar a relação com a França, a<br />

qual continua a estar, frequentemente, numa posição <strong>de</strong> isolamento relativamente à<br />

política externa por continuar amiú<strong>de</strong> a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, contra o eixo Reino Unido-<br />

Alemanha-Espanha (que também conta com o apoio dos Europeus <strong>de</strong> Leste), uma<br />

<strong>de</strong>fesa europeia fora da OTAN;<br />

• a emergência <strong>de</strong> uma "Tripla Aliança" Madrid-Londres-Varsóvia contra o<br />

anti-americanismo. De facto, as i<strong>de</strong>ias anglo-saxónicas parecem ter tomado conta,<br />

pouco a pouco, da política e da economia europeias;<br />

• o facto da Polónia ser, em 2010, uma força maior da “Gran<strong>de</strong> Europa.<br />

4.3. O novo equilíbrio transatlântico<br />

Embora continue sujeita a fortes tensões, a relação transatlântica está agora mais<br />

equilibrada graças ao sucesso do euro e à capacida<strong>de</strong> da UE falar "a uma só voz" em<br />

diversas instituições internacionais. A recusa dos EUA em aceitar a governação das<br />

instâncias internacionais multilaterais (ONU, Tribunal Penal Internacional e os vários<br />

tratados e convenções para o controlo do armamento) surge como a principal fonte <strong>de</strong><br />

quezílias entre os dois mais po<strong>de</strong>rosos blocos mundiais. Apesar <strong>de</strong>stas tensões, a relação<br />

transatlântica permanece um dos dados mais seguros da geopolítica, dando um semblante<br />

<strong>de</strong> controlo a uma or<strong>de</strong>m mundial on<strong>de</strong> se multiplicam blocos e alianças.<br />

189

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!