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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Informação Internacional<br />

começaria em 2008. Em 1998, o consórcio estudava as rotas Rússia-Finlândia-Suécia-<br />

Alemanha; Rússia-Finlândia-Báltico-Alemanha; e Rússia-Báltico-Alemanha. (nota: a<br />

hipótese da última rota parece ter sido eliminada).<br />

Putin parece estar a usar os bypass energéticos para subjugar os antagonistas: o bypass da<br />

Chechénia está feito e o dos Estados bálticos está em curso – durante a presidência <strong>de</strong><br />

Ieltsin foi reduzida a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> petróleo exportada por Ventspils (Letónia) e<br />

amadurecido o projecto da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pipelines do Báltico, para transportar petróleo <strong>de</strong><br />

Timan-Pechora e Priobskoye para o porto <strong>de</strong> Primorsk, cuja construção <strong>de</strong>veria ter<br />

começado no primeiro trimestre <strong>de</strong> 2000. Porém, durante a referida visita do primeiroministro<br />

finlandês, Paavo Lipponen, a Moscovo, a construção <strong>de</strong> um terminal <strong>de</strong> exportação<br />

petrolífera em Primorsk ainda era consi<strong>de</strong>rado «projecto prioritário» fino-russo. Em AGO00 a<br />

Comissão fe<strong>de</strong>ral russa da Energia encarregue das tarifas do transporte <strong>de</strong> petróleo <strong>de</strong>cidiu<br />

aumentá-las 25,25% a partir <strong>de</strong> 10AGO00, <strong>de</strong> 0,1646 USD/100 toneladas/km para 0,2060<br />

USD/100 toneladas/km, para financiar esta re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pipelines.<br />

Mas, regressando à busca <strong>de</strong> possíveis explicações para o recuo polaco, o factor principal<br />

que o po<strong>de</strong> explicar é a <strong>de</strong>sproporção <strong>de</strong> forças. De um lado, Polónia e Ucrânia<br />

preocupadas com a sua in<strong>de</strong>pendência; do outro, UE e Rússia juntas pela energia. Para a<br />

UE se abastecer <strong>de</strong> energia na Rússia, é lógico que não hostilize esta mesma Rússia com a<br />

<strong>de</strong>fesa da Ucrânia, e por isso mesmo não alinhe com a Polónia na <strong>de</strong>fesa da Ucrânia e na<br />

sustentação dos seus interesses estratégicos.<br />

264<br />

A POLÓNIA ENTRE A ALEMANHA E A RÚSSIA<br />

O sentimento nacional polaco é forte, mas tem tido dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentação por si só. A Polónia<br />

tem tido na vizinhança imediata – Alemanha e Rússia – a causa das principais preocupações. Da<br />

II Guerra Mundial resultaram laços preferenciais com ingleses e norte-americanos.<br />

Estas consi<strong>de</strong>rações percebem-se quando se sabe que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o terceiro quartel do século XVIII,<br />

a Polónia foi partilhada cinco vezes (1772, 1793, 1795, 1815 e 1939) e, durante dois períodos <strong>de</strong><br />

tempo (1795-1807 e 1815-1919), <strong>de</strong>sapareceu mesmo enquanto entida<strong>de</strong> política<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (1) .<br />

Mais perto dos dias <strong>de</strong> hoje, <strong>de</strong>pois das invasões <strong>de</strong> 1939 – a alemã em 1 <strong>de</strong> Setembro; a<br />

soviética em 17 <strong>de</strong> Setembro –, que levaram à sua divisão pelos invasores em 28 <strong>de</strong> Setembro,<br />

suce<strong>de</strong>u a ocupação total pelos alemães em 1941, quando a Alemanha invadiu a União Soviética<br />

– o que motivou um tratado <strong>de</strong> paz polaco-soviético, em 30JUL41 – , e a <strong>de</strong>scoberta, feita pelos<br />

alemães em ABR43, do massacre <strong>de</strong> 15 mil oficiais polacos, aprisionados em 1939, pelos<br />

soviéticos na floresta <strong>de</strong> Katyn, perto <strong>de</strong> Smolensk.<br />

Para trás ficara um período <strong>de</strong> afirmação, que atingiu o apogeu do século XVI ao XVIII, quando a<br />

Polónia se estendia do Mar Báltico ao Negro e incorporava a actual Ucrânia. Des<strong>de</strong> então, a<br />

insegurança, a instabilida<strong>de</strong> e a precarieda<strong>de</strong> estão associadas à sua existência enquanto nação.<br />

Lembre-se que as fronteiras actuais da Polónia resultaram da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Estaline expressa<br />

durante as negociações entre os lí<strong>de</strong>res das potências vencedoras da II Guerra Mundial. A<br />

Conferência <strong>de</strong> Potsdam (JUL1945) fixou a fronteira oci<strong>de</strong>ntal na linha formada pelos rios O<strong>de</strong>r e<br />

Neisse, longa <strong>de</strong> 250 quilómetros, o que correspon<strong>de</strong>u a uma <strong>de</strong>slocação <strong>de</strong> 100 quilómetros da<br />

Polónia para Oci<strong>de</strong>nte, uma vez que per<strong>de</strong>u territórios para a URSS nos quais estavam, por<br />

exemplo, Wilno (Vilnius, a actual capital lituana) e Lwow, a actual ucraniana L'vov. Destas novas

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