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O EURO EO MERCADO DE CAPITAIS NA EUROPA – ALGUMAS TRANSFORMAÇÕES
INDUZIDAS (CONT)
Não se considere, no entanto, que existe já hoje um mercado de capitais europeu integrado,
susceptível de rivalizar na sua profundidade e liquidez com o dos EUA. Vários são os obstáculos à
fluidez na circulação dos fluxos de capitais entre os países da zona EURO que fazem aumentar os
custos do investimento transfronteiriço, em relação ao doméstico. Diversos autores referem
questões como:
• os processo de pagamentos transfronetiriços e as respectivas operações de compensação
serem substancialmente mais onerosos do que os equivalentes domésticos, bastando
recordar que em 1999 , e nos 11 países que então integravam a zona EURO existiam 18
sistemas para transacções de grande escala, 23 sistemas de compensação, 13 sistemas de
pagamento a retalho, a comparar respectivamente com 2, 3 e 3 sistemas nos EUA.
• existirem diferenças de fiscalidade e de regulamentação
Fonte: Jean-Pierre Danthine, Francesco Giavazzi, Ernst-Ludwig Thadden “European Financial
Markets After MEU: A First Assessment”, Working Paper 8044, NBER Working Paper Series.
Mas as quatro transformações no “Modelo de Capitalismo” referidas atrás, se se
concretizarem podem ter quatro consequências na geoeconomia global:
• atrair os investidores institucionais dos EUA e Japão para uma diversificação de
carteiras em direcção ás obrigações e acções privadas emitidas em EUROs;
• reforçar a atractividade do EURO como moeda de reserva internacional, a partir da
generalização do seu uso nos mercados de capitais;
• aumentar a atractividade do “território euro-continental” para o investimento directo
estrangeiro oriundo dos EUA e Ásia e estimular o investimento das grandes empresas
europeias nos EUA, reforçando as relações transatlânticas;
• reforçar as tentativas do Japão para impor o yen como moeda internacional, também
a partir de uma presença multifuncional na região da Ásia/Pacífico, criando assim dois
concorrentes (susceptíveis de uma eventual coordenação entre si) ao dólar.
2.3. O EURO, as Transformações do “Modelo de Capitalismo” e a Acumulação de
Vulnerabilidades nas Economias Europeias
Por outro lado o facto de o modelo de capitalismo euro-continental estar em transformação,
acelerada pela própria criação do EURO, não deve esconder dois tipos de vulnerabilidades
acrescidas que podem ocorrer neste período de transição:
• o sistema financeiro nas economias da zona EURO está lentamente a evoluir de um
sistema baseado no crédito para um sistema baseado nos mercados; essa transição
está a fazer-se de modo muito rápido no que diz respeito à colocação privilegiada das