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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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A FLANDRES E ATRACÇÃO DO “POLDER MODEL”<br />

A Bélgica - <strong>de</strong> um Fe<strong>de</strong>ralismo a Outro?<br />

Em 1995, por iniciativa do patronato flamengo, os altos responsáveis <strong>de</strong> todos os partidos<br />

<strong>de</strong>mocráticos da Região/Comunida<strong>de</strong>, do mundo patronal e dos sindicatos(quer o <strong>de</strong> obediência<br />

cristã como o mais próximo dos socialistas) publicaram um manifesto que foi <strong>de</strong>signado como<br />

“Tratado <strong>de</strong> Louvaina” que tinha como objectivo principal a redução da taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego para<br />

um intervalo <strong>de</strong> 3 a 5% em 2003 o que implicava a duplicação da criação <strong>de</strong> emprego<br />

relativamente ao período 1990/6. Nesse manifesto era já evi<strong>de</strong>nte a atracção do “pol<strong>de</strong>r mo<strong>de</strong>l”.<br />

Comentando esse manifesto Jacques Nagels <strong>de</strong>stacava nele dois aspectos:<br />

• o objectivo <strong>de</strong> “uma redução draconiana dos custos do trabalho” – o manifesto consi<strong>de</strong>rava<br />

que esta redução constitui um instrumento essencial da gestão do emprego, propondo-se<br />

diminuir as cotizações patronais para a segurança social em 7% (que na altura atingiam<br />

35% do salário bruto);<br />

• o objectivo <strong>de</strong> uma melhor “repartição do tempo <strong>de</strong> trabalho” mediante a generalização do<br />

trabalho a tempo parcial, que exige uma flexibilização no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

3. A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO NA BÉLGICA E A FORMA DE REGIME POLÍTICO<br />

3.1. O Fe<strong>de</strong>ralismo Belga em 2000<br />

Ao longo das últimas três décadas a Bélgica transformou-se <strong>de</strong> um Estado unitário num<br />

Estado fe<strong>de</strong>ral, composto por comunida<strong>de</strong>s e regiões. A repartição das competências,<br />

realizada através <strong>de</strong> reformas sucessivas do estado evoluiu segundo dois eixos principais<br />

(vd Figura 3):<br />

• o primeiro está associado às diferenças linguísticas, e <strong>de</strong> modo mais geral à cultura,<br />

tendo dado origem à diferenciação em três comunida<strong>de</strong>s: a <strong>de</strong> língua holan<strong>de</strong>sa –<br />

Comunida<strong>de</strong> Flamenga, a <strong>de</strong> língua francesa – Comunida<strong>de</strong> Francesa e a <strong>de</strong> língua<br />

alemã – comunida<strong>de</strong> Germanófona;<br />

• o segundo encontra a sua base na história, e mais particularmente na aspiração <strong>de</strong><br />

alguns a uma maior autonomia económica, e <strong>de</strong>u origem à constituição <strong>de</strong> três<br />

Regiões – a Região Flamenga, a Região <strong>de</strong> Bruxelas – Capital e a Região da Valónia;<br />

sendo que actualmente as regiões belgas são comparáveis, até certo ponto, aos<br />

Lan<strong>de</strong>r alemães no que respeita às suas competências.<br />

O Estado Fe<strong>de</strong>ral conserva as suas competências em múltiplos domínios, dos quais se<br />

<strong>de</strong>stacam a <strong>de</strong>fesa nacional; a política externa; a justiça e uma parte significativa dos<br />

assuntos internos (incluindo as polícias), os assuntos monetários e fiscais; a gestão da<br />

dívida pública; a segurança social (incluindo o sistema <strong>de</strong> pensões); a política <strong>de</strong><br />

rendimentos e preços, a monitorização do sistema financeiro; as empresas públicas <strong>de</strong><br />

âmbito fe<strong>de</strong>ral (ex. caminhos <strong>de</strong> ferro, aeroporto <strong>de</strong> Bruxelas, Correios etc.). Cabe ainda ao<br />

Estado fe<strong>de</strong>ral assumir todas as responsabilida<strong>de</strong>s da Bélgica e das entida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>radas<br />

relativamente à OTAN e à União Europeia.<br />

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