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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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CONCLUSÕES<br />

Os “Envelhecimentos” da População e suas Consequências na Zona Euro 11<br />

Embora a gran<strong>de</strong> maioria dos estudos assente em projecções (<strong>de</strong>vendo, por isso, ser<br />

analisados com as <strong>de</strong>vidas precauções), da sua leitura advém a i<strong>de</strong>ia da insustentabilida<strong>de</strong>,<br />

na maior parte dos países da zona euro, da actual situação em termos <strong>de</strong> política fiscal,<br />

particularmente no que concerne à mais idosos e a medidas específicas <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong><br />

ligadas, por exemplo, aos horários <strong>de</strong> lógica das transferências públicas nos sistemas <strong>de</strong><br />

Segurança Social. Daí se concluir, regra geral, da necessida<strong>de</strong> urgente <strong>de</strong> reformas<br />

associadas, simultaneamente, à diminuição da dívida e do défice públicos, dos gastos<br />

públicos e dos impostos. Estas reformas <strong>de</strong>verão permitir, a médio prazo, através do<br />

aumento da margem <strong>de</strong> manobra orçamental dos governos, compensar os prováveis<br />

acréscimos significativos <strong>de</strong> custos com as pensões e viabilizar a consolidação da zona<br />

monetária europeia.<br />

Neste ponto, convém ter em conta alguns factores e <strong>de</strong>senvolvimentos positivos que<br />

afastam algumas das perspectivas mais catastróficas. Por exemplo, se é verda<strong>de</strong> que existe<br />

um envelhecimento geral da população, também o é que as pessoas estão, em média, em<br />

melhor forma até ida<strong>de</strong>s mais avançadas, permitindo-lhes <strong>de</strong>sempenhar activamente e com<br />

qualida<strong>de</strong> funções bem para lá da ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforma convencional 26 . É muito importante,<br />

quer em termos orçamentais quer para o mercado <strong>de</strong> trabalho, realizar esta retenção (que,<br />

como vimos, enfrentará inevitáveis resistências), associada a uma melhoria das<br />

oportunida<strong>de</strong>s e das condições <strong>de</strong> trabalho dos trabalhadores mais idosos. Ligado a este<br />

facto está o aumento, apoiado pelo posicionamento recente do Comité Consultivo para a<br />

Política Económica da Comissão Europeia, da ida<strong>de</strong> legal da reforma na Alemanha e em<br />

Itália 27 .<br />

A tendência vai no sentido do não <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> recursos humanos preciosos, beneficiando<br />

com tal facto não só os próprios trabalhadores mais idosos que <strong>de</strong>sejam continuar activos,<br />

mas igualmente os seus empregadores. Também nesta matéria, os quatro pilares das<br />

“Directrizes para o Emprego” <strong>de</strong>finidas em Novembro <strong>de</strong> 1997 (espírito empresarial,<br />

empregabilida<strong>de</strong>, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s) <strong>de</strong>verão servir <strong>de</strong><br />

orientação e base teórica fundamental para a acção dos Estados-membros.<br />

Em complementarida<strong>de</strong> a uma clara valorização dos trabalhadores idosos e a medidas<br />

específicas <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong> ligadas por exemplo aos horários <strong>de</strong> trabalho e à interrupção <strong>de</strong><br />

carreira, os próprios trabalhadores <strong>de</strong>vem não só participar no <strong>de</strong>bate sobre as<br />

especificida<strong>de</strong>s ligadas à evolução etária mas também <strong>de</strong>monstrar uma atitu<strong>de</strong> pró-activa<br />

face a mudanças horizontais em final <strong>de</strong> carreira. A participação dos sindicatos, através da<br />

26<br />

Entre outras, as funções ligadas à chamada “economia social” (certos serviços à comunida<strong>de</strong>, ensino e<br />

formação, ocupação <strong>de</strong> tempos livres, babysitting,...) po<strong>de</strong>rão ter características a<strong>de</strong>quadas para serem<br />

<strong>de</strong>senvolvidas por pessoas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> mais avançada e com gran<strong>de</strong> experiência.<br />

27<br />

Embora a ida<strong>de</strong> oficial <strong>de</strong> reforma seja importante, mais fundamental é a ida<strong>de</strong> efectiva, dado que, nos últimos<br />

anos e em consequência da “moda” da reforma antecipada apoiada pelos governos <strong>de</strong> diversos países<br />

(França, Alemanha, Bélgica,...) como medida <strong>de</strong> combate ao <strong>de</strong>semprego jovem, os seus valores têm andado<br />

relativamente afastados. Por exemplo, nos países que hoje formam a União Europeia, em 1950, 80% dos<br />

homens com ida<strong>de</strong>s compreendidas entre os 60 e os 64 anos ainda trabalhavam. Hoje, essa percentagem<br />

baixou para meros 30%.<br />

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