30.04.2013 Views

INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Informação Internacional<br />

7. Até à ruptura <strong>de</strong> 1989/91 (da queda do Muro <strong>de</strong> Berlim até ao <strong>de</strong>saparecimento da URSS)<br />

estas diferenças <strong>de</strong> organização interna dos Estados e <strong>de</strong> tradição <strong>de</strong> presença<br />

internacional não afectaram <strong>de</strong>cisivamente o processo <strong>de</strong> integração europeia, já que a<br />

então CEE tinha o seu campo <strong>de</strong> actuação circunscrito a um conjunto bem <strong>de</strong>limitado <strong>de</strong><br />

áreas económicas – agricultura, comércio externo, concorrência, mercado único,<br />

cooperação com os ACP etc..<br />

356<br />

EUROPA POTÊNCIA – A VISÃO DE UM FEDERALISTA<br />

Em Setembro <strong>de</strong> 2000 o Primeiro Ministro da Bélgica, Guy Vershofadt, apresentou a sua visão do<br />

futuro da União Europeia, que seguramente irá influenciar a condução da Presidência belga do<br />

Conselho Europeu. Posteriormente, e noutras tomadas <strong>de</strong> posição públicas, completou essa visão.<br />

Para o Primeiro Ministro belga não basta ter uma Europa <strong>de</strong>mocrática, pluralista e solidária: será<br />

necessário ter também uma Europa politicamente forte que assuma um lugar <strong>de</strong> primeiro plano a<br />

nível internacional; que seja capaz <strong>de</strong> propagar universalmente os seus valores e <strong>de</strong> – tanto em<br />

matéria <strong>de</strong> moral como <strong>de</strong> questões económicas – imprimir uma direcção aos acontecimentos,<br />

lado a lado com as outras potências <strong>de</strong>mocráticas do mundo; que partindo do que foi <strong>de</strong>cidido em<br />

Helsínquia (dirigido à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprimento das missões ditas <strong>de</strong> Petersberg – missões<br />

humanitárias, <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> paz e <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> paz – vá bem mais longe do que a<br />

constituição <strong>de</strong> uma força <strong>de</strong> acção rápida, no sentido da constituição <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>fesa<br />

europeia dispondo <strong>de</strong> forças armadas comuns e <strong>de</strong> equipamentos comuns, e mesmo <strong>de</strong> uma<br />

indústria <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa comum.<br />

O conteúdo <strong>de</strong>sta “Europa Potência” está patente no seguinte extracto do referido discurso:<br />

“Permitam-me que traduza esta visão em termos mais concretos. O que nós queremos é uma<br />

Europa que interviesse ela própria nos Balcãs. Uma Europa que fosse capaz, por si, <strong>de</strong> pôr fim à<br />

crise étnica na Yugoslávia, em vez <strong>de</strong> uma Europa que espera que o seu aliado americano tome<br />

uma iniciativa, simplesmente porque não dispõe <strong>de</strong> combativida<strong>de</strong> política nem <strong>de</strong> aparelho militar<br />

para se encarregar <strong>de</strong>ssa missão. Queremos uma Europa que assuma igualmente as suas<br />

responsabilida<strong>de</strong>s fora das suas fronteiras, e entre outros lugares, na África, o continente<br />

actualmente exposto aos piores sofrimentos que resultam da pobreza, da doença e da guerra. Só<br />

uma Europa forte, e unânime po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma parceria duradoura com a África, um pacto <strong>de</strong><br />

estabilida<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong> fazer sair os africanos do marasmo económico para que se posicionem<br />

<strong>de</strong>finitivamente na via do <strong>de</strong>senvolvimento...."Enfim, queremos uma Europa que, em conjunto com<br />

as outras gran<strong>de</strong>s potências, opte resolutamente por um sistema equilibrado <strong>de</strong> comércio<br />

internacional, sem proteccionismo, sem fecho do seu próprio mercado, a fim <strong>de</strong> gerar nas regiões<br />

em vias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento o crescimento e a prosperida<strong>de</strong> económica, que permitam reduzir os<br />

fluxos migratórios surgidos na última década". (*)<br />

Quanto às instituições e ao modo <strong>de</strong> funcionamento futuro <strong>de</strong>sta União Europeia, potência<br />

mundial, o Primeiro Ministro belga, reconhecendo as limitações do actual modo <strong>de</strong> concretização<br />

do “método comunitário” – falta <strong>de</strong> transparência, burocracia, falta <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática –<br />

alertou para os riscos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>riva inter-governamental que numa União Europeia a caminho dos<br />

28 membros po<strong>de</strong>ria dar origem à formação <strong>de</strong> um directório, uma direcção assegurada por um<br />

pequeno número <strong>de</strong> Estados-membros, provavelmente os maiores. Para além <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que<br />

uma abordagem intergovermental, sob que forma fosse, nunca po<strong>de</strong>ria constituir uma solução à<br />

ausência <strong>de</strong> instituições comunitárias, embora possa constituir uma etapa intermédia na via da<br />

integração.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!