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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Informação Internacional<br />

Assim, para um ganho <strong>de</strong> popularida<strong>de</strong> da UE no Reino Unido que permita, por exemplo,<br />

um sim a um eventual referendo para a entrada do Reino Unido na zona euro, é<br />

fundamental, por um lado, uma moeda europeia robusta e com sucesso nos mercados<br />

internacionais (que faça com que a emblemática libra seja facilmente esquecida pelos<br />

mercados e pelas pessoas) e, por outro, uma a<strong>de</strong>quação da própria UE e das suas<br />

instituições aos anseios e especificida<strong>de</strong>s britânicas. Esta alavancagem <strong>de</strong> popularida<strong>de</strong> da<br />

UE nas “terras <strong>de</strong> sua majesta<strong>de</strong>” facilitará uma permanência dos trabalhistas no po<strong>de</strong>r o<br />

que, pelo respectivo interesse económico (dado o sucesso do euro e das reformas<br />

económicas e institucionais da União) e político 27 também contribuirá para um reforço da<br />

mensagem europeia no Reino Unido e para a respectiva entrada na Euroland.<br />

De facto, uma vitória <strong>de</strong> Tony Blair nas próximas eleições gerais britânicas parece ser um<br />

ponto central <strong>de</strong>ste cenário para uma UE em 2010 com o Reino Unido em pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong><br />

com, por exemplo, a Alemanha e a França. É crucial que o Governo trabalhista conte com<br />

um forte apoio por parte da opinião pública, o que, como vimos, só será possível se esta<br />

perceber que o Reino Unido po<strong>de</strong> tirar benefícios <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> pró-activa no seio da UE.<br />

Só este apoio permitirá ao Governo levar a cabo essa estratégia <strong>de</strong> constructive<br />

engagement na União, completamente oposta à política seguida pelos Conservadores no<br />

passado. Tony Blair sabe que o Reino Unido tem mais capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> influenciar e <strong>de</strong> tirar<br />

partido da integração europeia tomando parte nos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>bates e nas gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cisões.<br />

Assim, pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>, em Outubro <strong>de</strong> 1997, o Reino Unido ter <strong>de</strong>cidido não participar na<br />

União Económica e Monetária (UEM), e não obstante o facto <strong>de</strong>, em última instância, essa<br />

<strong>de</strong>cisão vir a ser tomada através <strong>de</strong> referendo 28 , o Governo britânico anunciava cinco testes<br />

ou critérios (enunciados sob a forma <strong>de</strong> perguntas) em função dos quais seria tomada<br />

qualquer <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> integrar a União Monetária:<br />

186<br />

1. Uma a<strong>de</strong>são ao euro encorajaria as empresas que tomam <strong>de</strong>cisões a longo prazo a<br />

investir no Reino Unido?<br />

2. Qual seria o impacto do euro no sector financeiro britânico?<br />

3. A convergência das conjunturas económicas e a compatibilida<strong>de</strong> das estruturas<br />

económicas são suficientes para que britânicos e europeus em geral possam viver<br />

“confortavelmente” com taxas <strong>de</strong> juro europeias?<br />

4. Se surgissem problemas, o sistema seria suficientemente flexível para os tratar?<br />

5. A a<strong>de</strong>são à União Monetária contribuiria para a promoção <strong>de</strong> um crescimento mais<br />

rápido, <strong>de</strong> maior estabilida<strong>de</strong> económica e <strong>de</strong> um aumento duradouro do emprego?<br />

27<br />

De facto, apesar da posição inglesa se pu<strong>de</strong>r consi<strong>de</strong>rar como tradicionalmente céptica, verificamos<br />

claríssimas diferenças entre a forma labour e tory <strong>de</strong> encarar o projecto <strong>de</strong> integração europeia. O Partido<br />

Trabalhista é claramente a favor <strong>de</strong> uma participação mais activa do Reino Unido na política europeia a todos os<br />

níveis enquanto alguns Conservadores mais radicais continuam ainda a exigir uma "renegociação" do Tratado<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são à UE. Por exemplo, foi com os Conservadores que o Reino Unido obteve o opt-out <strong>de</strong> Schengen e da<br />

Carta Social e com os Trabalhistas que os britânicos acabaram por aceitar o Capítulo Social.<br />

28<br />

Assim, outra condição central é um referendo com um resultado favorável à entrada do Reino Unido para o<br />

euro. O respectivo resultado é, sem dúvida, a variável mais difícil <strong>de</strong> prever. O próprio C. Grant tem que recorrer<br />

a um escândalo político envolvendo os Conservadores para justificar, <strong>de</strong> uma forma mais consistente, o "sim".

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