INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
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Informação Internacional<br />
260<br />
«Nem pensar» – e comentado que «A Rússia não se po<strong>de</strong> portar assim, tanto mais<br />
que só agora acabou <strong>de</strong> renegociar o pagamento da sua dívida ao Oci<strong>de</strong>nte.»;<br />
• em “pagamento” da dívida energética a Rússia já obteve o controlo <strong>de</strong> quatro das seis<br />
refinarias da Ucrânia – O<strong>de</strong>ssa, Naftokhimik Prykarpattya, Kremenchuk e Kherson – e<br />
o próprio secretário do Conselho <strong>de</strong> Segurança e Defesa ucraniano, Yevhen Marchuk,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a entrega à Rússia <strong>de</strong> uma terça parte dos gasodutos para pagar as dívidas<br />
do gás. Em 26 Julho <strong>de</strong> 2000, em entrevista à Interfax, interrogava: «O que é melhor:<br />
dar 30% à Rússia, 30% a um sócio europeu e o Estado guardar o restante terço das<br />
refinarias e do sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> gás e petróleo e obter rendimentos, ou lutar<br />
até ao fim e vir a mostrar as vazias e inoperacionais instalações industriais da energia<br />
aos turistas?»;<br />
• em 17 Novembro <strong>de</strong> 2000, uma reunião entre os Primeiros Ministros russo, M.<br />
Kasyanov, e ucraniano, V.Yuschenko, saldou-se pela repetição do <strong>de</strong>sacordo sobre a<br />
dimensão da dívida da Ucrânia relativa ao gás – dois mil milhões <strong>de</strong> dólares dos EUA<br />
(USD) {cerca <strong>de</strong> 430 milhões <strong>de</strong> contos (MC)}, para Kasyanov; 1,362 mil milhões USD<br />
(cerca <strong>de</strong> 292 MC), para Yuschenko (nota: a dívida externa da Ucrânia era <strong>de</strong> 12 mil<br />
milhões USD no fim <strong>de</strong> 1999). Kasyanov acrescentou que a Rússia po<strong>de</strong>ria conce<strong>de</strong>r<br />
uma moratória <strong>de</strong> oito anos que permitisse à Ucrânia pagar a dívida entre 2008 e<br />
2010, Yuschenko, por sua parte, assegurou que a Ucrânia não entregaria acções <strong>de</strong><br />
empresas para pagamento da dívida e rejeitou o reconhecimento <strong>de</strong>sta como dívida<br />
<strong>de</strong> Estado. Em termos técnicos, a dívida é relativa ao monopólio estatal Naftohaz<br />
Ukrayiny (antiga Ukrhazprom) e outras empresas;<br />
• já em 2001, Igor Sergeyev, ministro russo da Defesa, e o seu homólogo ucraniano,<br />
Oleksandr Kuzmuk, acordaram durante uma visita daquele, em 18-19JAN01, um<br />
plano com 52 projectos para 2001. Destacam-se a instalação em Sebastopol – porto<br />
ucraniano na Crimeia e se<strong>de</strong> da anterior esquadra soviética do Mar Negro –, <strong>de</strong> um<br />
posto <strong>de</strong> observação e um <strong>de</strong>stacamento militar conjuntos para assistência no Mar<br />
Negro; a menção à mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> equipamento militar, através da «cooperação<br />
entre os complexos industriais-militares, do seu <strong>de</strong>senvolvimento e da criação e<br />
produção <strong>de</strong> novos tipos <strong>de</strong> armas», segundo Kuzmuk.<br />
3.3. A Ucrânia procura o apoio do Turquemenistão<br />
Para obviar à pressão russa, que tem chegado ao corte <strong>de</strong> fornecimentos, a Ucrânia tem<br />
procurado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há anos abastecer-se directamente <strong>de</strong> gás no Turquemenistão, com quem<br />
aliás também já teve problemas <strong>de</strong> não pagamento e <strong>de</strong> interrupção <strong>de</strong> fornecimentos.<br />
Os esforços <strong>de</strong> aproximação redobraram durante o ano 2000. Em 24 <strong>de</strong> Julho a vice PM<br />
ucraniana Y. Tymoshenko <strong>de</strong>slocou-se à capital turquemena, Ashgabat, on<strong>de</strong> apresentou os<br />
planos <strong>de</strong> um gasoduto Turquemenistão-Ucrânia, que faria o bypass 2 (*) da Rússia, através<br />
2 A vonta<strong>de</strong> mútua <strong>de</strong> fazer bypass, por parte da Rússia e a Ucrânia, envolvendo terceiros, levou a Agência<br />
Internacional <strong>de</strong> Energia (AIE) a referir “...today's almost obsessive attempts to avoid each other (IEA, 2000a:<br />
34)”.