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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Informação Internacional<br />

extensão e do po<strong>de</strong>r do lobbying britânico. Londres tem uma política muito intensa <strong>de</strong>ntro da<br />

UE que parece passar, fundamentalmente, por influenciar o sistema a partir do seu interior<br />

(Comissão, pressões junto <strong>de</strong> Chefes <strong>de</strong> Estado, ...). Por outro lado, embora seja verda<strong>de</strong><br />

que o Reino Unido continua dividido entre o "continente" e os EUA, <strong>de</strong>ve-se, no entanto,<br />

realçar que estas duas opções não são, na maioria dos casos, incompatíveis.<br />

São vários os factores que, conjugados, formam uma conjuntura muito favorável a que o<br />

Reino Unido se torne ainda mais influente no contexto da União:<br />

184<br />

• a UE está maleável. O processo <strong>de</strong> alargamento faz com que os <strong>de</strong>bates sobre o<br />

futuro da União sejam constantes. Um país com uma visão clara da Europa que<br />

preten<strong>de</strong> tem uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para "moldar" a UE da forma que melhor lhe<br />

convenha;<br />

• além <strong>de</strong> possuir uma reconhecida força política, invejável para qualquer outro<br />

Governo da UE, o executivo britânico tem i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que, associadas a<br />

forças armadas po<strong>de</strong>rosas, conferem ao Reino Unido um papel essencial para a<br />

Europa do futuro;<br />

• a Europa está a encaminhar-se para um mo<strong>de</strong>lo anglo-saxónico 23 ;<br />

• a Europa sofre <strong>de</strong> uma falta <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, patente não só no aparente "gripar do motor<br />

franco-alemão”, mas também nas dificulda<strong>de</strong>s da própria Comissão Europeia 24 ;<br />

• a velha geração <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res políticos europeus que lutava por “...uma união cada vez<br />

mais estreita entre os povos da Europa...” 25 <strong>de</strong>sapareceu. A nova geração é mais<br />

pragmática (e, logo, mais próxima das posições do Reino Unido) e acredita que a<br />

fundamental razão <strong>de</strong> ser da UE é trazer benefícios em áreas on<strong>de</strong> o Estado-nação,<br />

sozinho, já não é (ou é menos) eficaz;<br />

• o fe<strong>de</strong>ralismo <strong>de</strong> alguns lí<strong>de</strong>res como Fischer 26 e a multiplicação <strong>de</strong> discursos “vazios”<br />

parece já não convencer. Face ao marasmo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, o pragmatismo (à boa maneira<br />

britânica) po<strong>de</strong>rá ser a solução.<br />

No entanto, bem feitas as contas, parece ser o Reino Unido quem mais per<strong>de</strong> ( pelo menos<br />

a curto prazo) se, apesar <strong>de</strong> tudo, optar por um crescente distanciamento da UE. É, acima<br />

<strong>de</strong> tudo, a sua atitu<strong>de</strong> em relação ao euro que vai <strong>de</strong>terminar se os britânicos conseguem<br />

23<br />

Este argumento parece-nos discutível na medida em que o autor cita a Cimeira <strong>de</strong> Lisboa como exemplo do<br />

empenhamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte dos Estados-membros na condução <strong>de</strong> reformas económicas. Ora, o que Lisboa<br />

propôs foi um mo<strong>de</strong>lo on<strong>de</strong> o equilíbrio entre reformas económicas e manutenção do mo<strong>de</strong>lo social europeu<br />

constitui a base do sucesso europeu.<br />

24<br />

Embora seja verda<strong>de</strong> que tem havido um esforço por parte da Comissão para melhorar o seu "marketing<br />

político", tendo o Presi<strong>de</strong>nte Prodi lançado uma ofensiva <strong>de</strong> conquista da Comunicação Social (as suas<br />

capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança continuam a ser, no entanto, postas em causa por muitos). Apesar <strong>de</strong> ainda estar<br />

longe do nível da Comissão Delors, o Relatório <strong>de</strong> Síntese da Comissão a Estocolmo, por exemplo, corporiza<br />

essa tentativa da actual Comissão em se afirmar como verda<strong>de</strong>iro motor político.<br />

25<br />

Artigo 1º do Tratado da União Europeia.<br />

26 Ministro alemão dos Negócios Estrangeiros.

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