INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
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O Euro e o Dólar - Passado Recente e Futuro Próximo<br />
OS BANCOS EUROPEUS E AS TELECOMUNICAÇÕES – O PÂNICO DE OUTUBRO DE 2000<br />
No “Le Mon<strong>de</strong>” <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2000” o artigo “La chute <strong>de</strong>s valeurs <strong>de</strong>s télécommunications<br />
déstabilize le secteur bancaire” chamava a atenção para os seguintes factos:<br />
• a queda muito acentuada no Nasdaq nos EUA arrastou a queda das bolsas europeias; os<br />
avisos lançados pelos fabricantes <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> telecomunicações Lucent e Motorola<br />
aumentaram a <strong>de</strong>sconfiança dos investidores face ao sector “Tecnologias”, tendo levado a<br />
quedas <strong>de</strong> 18 e 30% nas acções <strong>de</strong>stas duas empresas, que foram acompanhadas nas<br />
bolsas europeias por quedas <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> telecomunicações ou fabricantes <strong>de</strong><br />
equipamentos a elas <strong>de</strong>stinados;<br />
• a queda nos títulos <strong>de</strong> empresas tecnológicas transmitiu-se ao sector bancário, sendo <strong>de</strong><br />
recordar que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há meses as autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tutela dos bancos os haviam alertado para<br />
os volumes muito elevados <strong>de</strong> créditos concedidos aos operadores <strong>de</strong> telecomunicações na<br />
Europa, nomeadamente os créditos que se <strong>de</strong>stinaram a financiar a aquisição <strong>de</strong> licenças<br />
UMTS;<br />
• em 10 <strong>de</strong> Outubro um artigo no “Wall Street Journal” havia semeado o pânico ao dar<br />
expressão a rumores que apontavam para a má qualida<strong>de</strong> dos créditos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um bilião<br />
<strong>de</strong> dólares que o Deutsche Bank havia concedido no operador <strong>de</strong> telecomunicações wireless<br />
Mainstream PCS Holdings, sob a forma <strong>de</strong> ”junk bonds”; esta socieda<strong>de</strong> fora constituída em<br />
Abril <strong>de</strong> 2000 para gerir as re<strong>de</strong>s que a Bell Atlantic, Vodafone e GTE <strong>de</strong>tinham em<br />
Cincinnati e Chicago, e que tinham sido forçadas a <strong>de</strong>sfazer-se <strong>de</strong>vido à sua fusão. As<br />
acções do Deutsche Bank baixaram logo <strong>de</strong> seguida não obstante os <strong>de</strong>smentidos do seu<br />
presi<strong>de</strong>nte e das opiniões <strong>de</strong> analistas que consi<strong>de</strong>ravam que mesmo na pior das hipóteses<br />
em que o banco teria que constituir provisões sobre a totalida<strong>de</strong> do crédito concedido não se<br />
justificava o pânico.<br />
Na sequência <strong>de</strong>stes acontecimentos alguns bancos europeus viram cair as suas acções, com<br />
<strong>de</strong>staque para aqueles que já tinham estado envolvidos em operações <strong>de</strong> risco aquando das crises<br />
asiáticas e da Rússia e <strong>de</strong> que se suspeitava um forte envolvimento no sector Telecomunicações –<br />
Crédit Suisse, Societé Génerale, BNP Paribas, Crédit Lyonnais.<br />
5.3. Uma surpresa que po<strong>de</strong> vir da Ásia?<br />
Qualquer reflexão prospectiva sobre o futuro da relação cambial dólar-Euro tem que incluir<br />
como variável-chave o futuro da relação cambial dólar-yen.<br />
Porque se a actual situação crítica da economia japonesa prenunciar o início <strong>de</strong> uma<br />
tendência “secular” <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação da moeda japonesa face ao dólar, invertendo a<br />
tendência das ultimas décadas, acompanhada por uma “libertação” das poupanças das<br />
famílias japonesas do quadro que as tem mantido “presas” a instituições do sistema<br />
financeiro japonês que acumularam perdas sucessivas ao longo da década <strong>de</strong> 90,<br />
permitindo, nomeadamente que se dirijam com muito maior frequência para activos sólidos e<br />
com valorização potencial quer nas economias japonesa e <strong>de</strong> outros países da Ásia, quer<br />
dos EUA. Neste caso, o processo referido, não só facilitaria a “aterragem suave” da<br />
economia americana - ao aumentar os fluxos <strong>de</strong> capitais para financiar o défice externo e ao<br />
“confortar” Wall Street – como forneceria um “escudo protector invisível” para a moeda<br />
americana.<br />
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