INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

União Europeia: e se tudo corresse bem?
• 2010 A UE é o único dos principais blocos comerciais globais que respeita aquilo a que
se comprometeu em Kyoto em 1997 (reduzir em 8%, até 2010, o nível das emissões de CO2
que registava em 1990). Este facto permitiu-lhe assumir um papel de destaque nas discussões
de uma regulação ambiental global;
• 2010 Os EUA e a UE estão longe do sonho de Jean Monnet relativo a uma soberania
transatlântica partilhada. No entanto, as relações entre estes dois blocos são sólidas,
estáveis e, por vezes, globalmente dominadoras. Os outros países têm que se auto-definir
como sendo a favor ou contra o eixo Washington-Bruxelas o qual, apesar de ainda ser liderado
pelos EUA, está bem menos enviesado que no início da década;
• 2012 Data prevista para a implementação de uma força comum UE de Eurocaças que
estaria ao serviço de um único quartel-general, centro de treinos e de logística. Este projecto
surgiu em sequência do sucesso da frota europeia de aviões de transporte e tanque Airbus
A400. O Reino Unido e a França, ao contrário da maioria dos outros Estados-membros,
decidiram manter alguns dos seus caças fora desta força europeia.
3.3. Um Continente organizado
A principal realização externa da UE durante a década foi, sem dúvida, o seu papel decisivo
para a estabilização e pacificação da Europa Central e Oriental e a sua participação na
estabilização da parte europeia da ex-URSS (não hostilizando a Rússia, mas conseguindo
salvaguardar a independência da Ucrânia e de outros Estados relativamente a ela).
Adicionalmente, uma das questões mais complexas com que a UE se deparou na realização
conjunta destas duas vertentes foi a questão das relações com a Turquia.
Do alargamento aos protectorados nos Balcãs e às parcerias estratégicas com a
Rússia e a Turquia
Quatro processos foram decisivos para a pacificação e organização do continente:
• a realização de um amplo e extenso processo de alargamento da UE, sendo a
adesão de um novo país encarada como um “prémio” ao seu bom comportamento
relativamente a três preferências estruturais da União: consolidação de democracias
políticas; transição para economias de mercado capazes de suportar a pressão
competitiva do Mercado Único; salvaguarda dos direitos das minorias étnicas, como
condição imprescindível para a existência de Estados multiétnicos que evitem um
processo de revisão generalizada de fronteiras na Europa. Em 2010, a União tinha já
recebido, como novos Estados-membros, Polónia, Hungria, República Checa,
Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Letónia, Lituânia, Croácia, Chipre e Malta; estando,
por sua vez, na fase final de negociações para a adesão, a Noruega e a Suíça, entre
os países da Europa Ocidental, e a Bulgária e a Roménia, da Europa Balcânica;
• a transferência para a responsabilidade exclusiva da UE da política de “protectorados”
balcânicos, iniciada sob os auspícios da OTAN com a Bósnia, Kosovo, Macedónia e
Albânia e que se estendeu ao Montenegro e à Sérvia. Esta política foi suportada pela
implementação de um Pacto de Estabilidade para os Balcãs e pela presença de 80
mil soldados europeus, tendo sido uma condição fundamental para o seu êxito o facto
de poder oferecer como destino final a participação no processo do alargamento.
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