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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Polónia Versus Rússia – do Báltico ao Mar Negro<br />

1. A POLÓNIA APOIA UMA TENTATIVA DE BYPASS ENERGÉTICO DA RÚSSIA?<br />

O escoamento da produção petrolífera do Azerbeijão e eventualmente dos produtores a<br />

leste do Mar Cáspio encontra um constrangimento permanente sob a forma das limitações<br />

que a Turquia se sente em condições <strong>de</strong> impor à passagem <strong>de</strong> navios pelos Estreitos<br />

(Bósforo e Dardanelos), por razões <strong>de</strong> segurança da navegação. Esse constrangimento<br />

po<strong>de</strong>, teoricamente, ser tido em conta por duas rotas principais que têm vindo a ser objecto<br />

<strong>de</strong> intensa análise:<br />

• uma rota que ligaria directamente o Mar Cáspio ao Mediterrâneo Oriental, não<br />

precisando pois <strong>de</strong> utilizar os estreitos turcos; seria tipicamente a rota do pipeline<br />

Baku-Ceyhan, rota até agora preferida pelos EUA e pela Turquia que seria<br />

duplamente beneficiada (já que esta rota não supõe o uso dos Estreitos e utiliza o<br />

território turco como trânsito);<br />

• uma rota que passando pelo território russo, seguiria do porto <strong>de</strong> NovorossisK para<br />

portos do litoral oci<strong>de</strong>ntal do mar Negro, na Roménia ou na Bulgária e daqui para o<br />

resto da Europa.<br />

OS ESTREITOS TURCOS E ACIRCULAÇÃO ENERGÉTICA NO MAR NEGRO<br />

Os Estreitos turcos (Bósforo, Mar <strong>de</strong> Marmara, Dardanelos) não suportam o crescimento eterno<br />

<strong>de</strong> mais tráfego. Des<strong>de</strong> meados dos anos 70 e até 1995, atravessaram-nos 20 mil navios por ano.<br />

Em termos <strong>de</strong> carga, com referência a 1995, transitaram entre 60 a 70 milhões <strong>de</strong> toneladas (mt)<br />

<strong>de</strong> petróleo oriundo dos portos russos <strong>de</strong> Novorossyisk e Tuapse e <strong>de</strong> O<strong>de</strong>ssa, na Ucrânia. Se<br />

este valor representa a continuação da tendência <strong>de</strong> queda <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o pico <strong>de</strong> 1988 (167 mt) – as<br />

primícias (early oil) cáspias ainda não compensaram as quebras russas –, já o número <strong>de</strong> navios<br />

cresceu 2,5 vezes, para 50 mil em 1997 e 1998, <strong>de</strong>vido à abertura do canal Main-Danúbio à<br />

navegação e ao aumento do comércio que resultou dos Estados nascidos do fim da União<br />

Soviética.<br />

As exportações energéticas russas e da bacia do Cáspio através dos portos do Mar Negro (Vd<br />

Mapa I) totalizam 70 mt/ano (mt/a), correspon<strong>de</strong>ntes a 1,4 mil milhões <strong>de</strong> barris/dia (b/d). Em<br />

OUT99 houve um pico <strong>de</strong> 1,7 mil milhões b/d.<br />

A Agência Internacional <strong>de</strong> Energia admite como um cenário razoável que após 2005 sejam<br />

escoada pelos Estreitos entre 100 e 135 mt/a <strong>de</strong> petróleo. O pressuposto é a concretização das<br />

previsões <strong>de</strong> produção avançadas por Rússia, Azerbaijão, Casaquistão e Turquemenistão e a<br />

não existência <strong>de</strong> pipelines que permitam o bypass dos Estreitos. Uma estimativa mais precisa é<br />

a do intervalo 97,5-115 mt/a (1,95-2,3 milhões b/d). Estes valores resultam da combinação das<br />

exportações <strong>de</strong> Rússia (52,5-60 mt/a ou 1,05-1,2 mb/d), Casaquistão (30-35 mt/a ou 600 mil-700<br />

mil b/d) e Azerbaijão (15-20 mt/a ou 300 mil-400 mil b/d), além <strong>de</strong> pequenas quantida<strong>de</strong>s<br />

provenientes da Geórgia e Turquemenistão.<br />

Novorossiysk, Tuapse, O<strong>de</strong>ssa, Supsa e Batumi são os portos do Mar Negro usados para<br />

exportar petróleo. Novorossiysk tem uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 34 mt/a (680 mil b/d) e planos para<br />

expandir até 42 mt/a (840 mil b/d); esta expansão prepara a exclusão <strong>de</strong> O<strong>de</strong>ssa (capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

10 mt/a) do escoamento <strong>de</strong> parte do petróleo proveniente do território russo, caso da maior parte<br />

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