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Os “Envelhecimentos” da População e suas Consequências na Zona Euro 11
No seu artigo, James Gavigan distingue dois tipos fundamentais de medidas:
• No curto prazo, dever-se-á aumentar as competências e apostar na requalificação
dos trabalhadores (com especial ênfase nos trabalhadores mais velhos), não
esquecendo, no entanto, que esta deverá ser apenas uma das dimensões de
actuação num contexto de envelhecimento da população activa;
• No médio e longo prazo, o desafio é a reforma completa da cultura implícita nos
sistemas de educação e formação com uma aposta fundamental na aquisição
contínua de conhecimentos (procurando uma maior eficiência) a todos os níveis das
estruturas económicas e sociais (“lifelong and life-wide learning”).
As empresas em particular, como salienta o relatório da Fundação Europeia para a Melhoria
das Condições de Vida e de Trabalho sobre a conferência de Turku 10 realizada no âmbito da
presidência finlandesa da União, terão que repensar a sua forma específica de encarar os
recursos humanos, a formação, a organização do trabalho e mesmo a configuração e
ergonomia no local de trabalho. Estas questões ganham ainda maior importância no
contexto actual, caracterizado pela emergência da economia baseada no conhecimento em
que os activos intangíveis (como o capital humano) ganham cada vez maior importância em
relação a outros com um carácter iminentemente tangível (como o capital fixo). A aposta
deverá ser, cada vez mais, nas pessoas, factor estratégico fundamental de competitividade,
crescimento e desenvolvimento 11 .
É fundamental, acima de tudo, envolver os próprios trabalhadores e os parceiros sociais
desde o início do processo de mudança, implementando uma abordagem preventiva e
integrada a nível público e privado que ultrapasse obstáculos como a eventual
incompatibilidade com os esquemas de ensino e aprendizagem actuais que se caracterizam
pela sua clara compartimentação temporal antes da entrada no mercado de trabalho.
1.3. Envelhecimento no Seio da População Idosa
Para caracterizar o envelhecimento da população mais idosa é, normalmente, analisada a
evolução quantitativa do grupo etário de 80 e mais anos (Gráfico 4). Depois de uma ligeira
redução entre 1995 e 2000 (dada a menor taxa de natalidade durante a 1ª Guerra Mundial),
o “peso” dos cidadãos com 80 ou mais anos começará a aumentar muito significativamente,
perspectivando-se um crescimento de cerca de 41% no espaço Euro-11 entre 2000 e 2020
(chegando mesmo países como a França e a Itália a registar crescimentos de 84 e 79%,
respectivamente). Este fenómeno será acompanhado, naturalmente, por um aumento
substancial dos níveis de consumo de serviços de saúde e das situações de invalidez e
dependência prolongada que, por sua vez, terão consequências ao nível das taxas de
10
Subordinada ao tema: “Active Strategies for an Ageing Workforce”.
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Vários estudos demonstram que as empresas mais lucrativas e com maior volume de vendas investem, em
média, três vezes mais na formação dos seus trabalhadores que uma empresa média do sector onde se
inserem.
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