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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Informação Internacional<br />

nórdicos para a adopção <strong>de</strong> níveis ambientais mais elevados, entre os países do espaço<br />

Schengen para a criação <strong>de</strong> um corpo policial responsável pelo controle fronteiriço <strong>de</strong>ssa<br />

área, ou ainda entre os Estados-membros com as maiores indústrias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa (Reino<br />

Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e Suécia) visando a criação <strong>de</strong> uma Agência<br />

Europeia para o Armamento que, entre outras coisas, fixe regras comuns em termos <strong>de</strong><br />

compras e exportações.<br />

No entanto, se o Reino Unido se afastar (ou se a UE não for capaz <strong>de</strong> o atrair) parece<br />

existir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, um perigo ligado à emergência <strong>de</strong> uma força anti-Europa nesse país (e a<br />

um eventual pedido <strong>de</strong> renegociação do Tratado <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são se os Conservadores subirem<br />

ao po<strong>de</strong>r) que po<strong>de</strong>ria esten<strong>de</strong>r-se a outros Estados-membros com um importante peso da<br />

opinião eurocéptica.<br />

Por outro lado, a não participação do Reino Unido na UEM significaria não só menos força<br />

para o euro, mas também menos pressão para levar a cabo reformas económicas<br />

essenciais para a afirmação da UE como gran<strong>de</strong> potência económica mundial (o que,<br />

eventualmente, potenciaria a entrada da UE num ciclo negativo). A conjunção <strong>de</strong> uma série<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>safios difíceis (entre os quais a situação nos Balcãs) com a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta<br />

por parte <strong>de</strong> uma UE com instituições fracas, levaria por certo a que o Reino Unido optasse<br />

por participar no sistema americano <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa anti-míssil. Criar-se-ia, assim, um abismo<br />

entre Londres e Paris que impediria qualquer capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> progresso da UE na área militar<br />

ou reforma da PAC (com os problemas consequentes no seio da OMC), e levaria a um<br />

adiamento sine die da primeira vaga <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sões, à incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir um regime<br />

comum em termos <strong>de</strong> asilo e imigração (que não faria senão conduzir à impopularida<strong>de</strong> da<br />

UE junto da opinião pública dos países que recebem mais pedidos <strong>de</strong> asilo e imigrantes) e,<br />

acima <strong>de</strong> tudo, à estagnação das reformas económicas propiciada por uma série <strong>de</strong><br />

"Presidências fracas". Tudo isto po<strong>de</strong>ria conduzir a uma onda <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontentamento geral<br />

contra a UE na Europa continental e no Reino Unido, fazendo com que as probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ratificação <strong>de</strong> um novo Tratado fossem escassas.<br />

4.2.2. As mudanças no Continente: os principais actores europeus em 2010<br />

O equilíbrio <strong>de</strong> forças na Europa, apesar <strong>de</strong> algumas inércias po<strong>de</strong>rosas que continua, em<br />

2010, a reflectir, é significativamente diferentes da situação que apresentava em 2000. Por<br />

exemplo, relativamente aos Estados-membros mais po<strong>de</strong>rosos, algumas das situações mais<br />

marcantes são:<br />

188<br />

• o facto da França continuar economicamente forte, mas estar politicamente <strong>de</strong>bilitada<br />

e isolada por ter perdido muitas “batalhas”, continuando hostil ao mo<strong>de</strong>lo<br />

anglo-saxónico e apegada à sua condição <strong>de</strong> excepção. A França é, na realida<strong>de</strong>, a<br />

gran<strong>de</strong> "per<strong>de</strong>dora" <strong>de</strong>ste cenário. Resistiu enquanto pô<strong>de</strong> à reforma da PAC, mas<br />

teve que acabar por aceitá-la, opôs-se à liberalização dos mercados financeiros e <strong>de</strong><br />

utilida<strong>de</strong>s, mas esse facto contribuiu apenas para aumentar o seu isolamento e,<br />

finalmente, teve que aceitar o Inglês como única língua <strong>de</strong> trabalho da UE. De facto,<br />

os comentadores acreditam que este apego francês à sua cultura <strong>de</strong> excepção a<br />

afectará em termos económicos. Em 2010 a França atrai já menos IDE do que a<br />

Alemanha (em consequência não só das batalhas linguísticas <strong>de</strong> 2007-2008, mas<br />

também do forte peso que os sindicatos públicos continuam a ter na economia do

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