INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Informação Internacional<br />
realizada entre 1999 e 2002 uma UEM <strong>de</strong> composição ampla e um período <strong>de</strong> transição<br />
sem gran<strong>de</strong>s percalços.<br />
As ambições do EURO enquanto moeda internacional partiriam das seguintes constatações:<br />
36<br />
• a UEM, a ser constituída pela maioria dos 15 Estados-membros actuais da UE, terá<br />
uma dimensão económica e comercial comparável à dos EUA e superior à do Japão;<br />
se consi<strong>de</strong>rássemos que integraria a totalida<strong>de</strong> dos Estados-membros, e excluindo as<br />
trocas intracomunitárias do comércio da UE, a sua parte nas trocas mundiais seria<br />
hoje <strong>de</strong> 20,9%, contra 19,6% para os EUA e 10,5 % para o Japão; mas a área EURO,<br />
tal como os EUA, seria uma economia relativamente “fechada”, com o comércio<br />
externo a representar uma parte do produto inferior à dos actuais Estados-membros,<br />
tomados individualmente (excluindo as trocas intracomunitárias o grau <strong>de</strong> abertura da<br />
UE, no seu conjunto atinge hoje os 10,2%, nível equivalente ao dos EUA, e também<br />
do Japão); um espaço <strong>de</strong>sta dimensão po<strong>de</strong>rá com mais facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>nominar as<br />
suas exportações em EUROS e po<strong>de</strong>rá, eventualmente, conseguir que alguns<br />
produtores <strong>de</strong> petróleo e matérias-primas aceitem <strong>de</strong>nominar nessa moeda as<br />
importações dos países da UE;<br />
• a UEM será o foco <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>nsa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações comerciais e <strong>de</strong> investimento,<br />
antes <strong>de</strong> mais com países e regiões situadas na sua periferia mais próxima – Europa<br />
Central e Oriental, Turquia, Rússia e outras economias da ex-URSS, Bacia<br />
Mediterrânica – mas também com agrupamentos regionais da América Latina, da<br />
África etc.; em todos estes casos a posição da UE nas trocas e investimento<br />
internacional dos países ou regiões referidas será significativa, e mesmo nalguns<br />
casos a principal; tal facilitará a penetração do EURO no comércio internacional e,<br />
eventualmente, para alguns países mais integrados, o seu funcionamento como<br />
âncora cambial;<br />
• a realização da UEM terá como efeito criar, potencialmente, um dos maiores, mais<br />
profundos e líquidos mercados <strong>de</strong> títulos do mundo (para tal contribuindo o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um sistema eficaz <strong>de</strong> pagamentos transfronteiriços – Target; a<br />
harmonização dos instrumentos financeiros, implicando uma eventual convergência<br />
para os meios <strong>de</strong> financiamento mais eficazes; uma política monetária única,<br />
implicando um mercado monetário unificado; a supressão do risco <strong>de</strong> câmbio entre os<br />
países participantes, etc.), sendo <strong>de</strong> esperar que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o arranque da UEM todas as<br />
emissões <strong>de</strong> obrigações públicas e das gran<strong>de</strong>s empresas sejam feitas em EURO; tal<br />
não significa que não permaneça uma certa fragmentação entre os mercados <strong>de</strong><br />
capitais nacionais (nomeadamente no que respeita à emissão <strong>de</strong> títulos <strong>de</strong> Estado)<br />
<strong>de</strong>vido às diferenças entre regimes fiscais, entre quadros regulamentares, entre o tipo<br />
<strong>de</strong> instrumentos monetários e financeiros nele transaccionados etc. (esperando-se<br />
que estas distinções sejam temporárias);<br />
• o EURO herdará um crescimento do peso nos mercados <strong>de</strong> obrigações à escala<br />
mundial, das obrigações emitidas por entida<strong>de</strong>s dos Estados-membros da UE, que,<br />
combinado com o ponto anterior possivelmente facilitará uma maior realocação dos<br />
“portfolios“ a favor <strong>de</strong> títulos em EUROS; por outro lado esse mercado <strong>de</strong> capitais<br />
mais integrado vai surgir numa fase em que os investidores institucionais e outros<br />
investidores do “mundo anglo-saxónico” estão a proce<strong>de</strong>r a uma diversificação