INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
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As “Economias Chinesas “(I) – Taiwan: uma Economia <strong>de</strong> Silício<br />
sul, Malásia, Filipinas e Tailândia atingiram os 95 biliões <strong>de</strong> dólares, representando<br />
quase um terço do total dos fluxos <strong>de</strong> capitais que se dirigiram para as economias<br />
emergentes, enquanto em 1997 se assistiu a saídas liquidas <strong>de</strong> capitais no mesmo<br />
conjunto <strong>de</strong> cinco economias, no montante <strong>de</strong> 12 biliões <strong>de</strong> dólares, sendo que a<br />
inversão nos fluxos <strong>de</strong> capital representou aproximadamente, 10 a 12% do PIB<br />
<strong>de</strong>ssas economias); a perda <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> externa, acompanhando um<br />
abrandamento no crescimento da procura internacional <strong>de</strong> produtos electrónicos,<br />
levou ao aumento dos défices nas balanças <strong>de</strong> comerciais, tendo os governos optado<br />
por manter a todo o custo a ligação das suas moedas ao dólar, por razões <strong>de</strong> controlo<br />
inflacionista interno e por receio <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> confiança dos investidores e credores<br />
externos; mas tal provocou uma redução rápida das reservas cambiais, que revelou a<br />
estes a real dimensão dos problemas, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando a sua fuga, o que acabou por<br />
forçar as autorida<strong>de</strong>s a <strong>de</strong>svalorizações bruscas das respectivas moedas.<br />
Impacto dos Padrões Regionais <strong>de</strong> Comércio<br />
Somando-se aos efeitos <strong>de</strong> contágio quer das flutuações <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> câmbios, quer dos<br />
fluxos <strong>de</strong> capitais, dois aspectos do padrão regional <strong>de</strong> trocas comerciais merecem ser<br />
referidos como amplificadores das crises <strong>de</strong> 1997.<br />
O reforço verificado nas trocas intra-regionais da Ásia Pacífico (em consequência da<br />
evolução da divisão <strong>de</strong> trabalho na “ca<strong>de</strong>ia exportadora” da região) e que se traduziu em o<br />
Japão, a Coreia do Sul, Taiwan e Singapura exportarem bens <strong>de</strong> capital e bens intermédios<br />
semiacabados para as economias menos <strong>de</strong>senvolvidas da ASEAN; os bens intermédios<br />
são aqui processados e montados antes <strong>de</strong> serem exportados como bens finais para os<br />
mercados consumidores; o comércio intra-asiático aumentou o seu peso nas exportações<br />
mundiais <strong>de</strong> 31,4% em 1989 para 40,4 % em 1996, não obstante o forte crescimento <strong>de</strong><br />
exportações para outras zonas do mundo; neste contexto a volatilida<strong>de</strong> das taxas <strong>de</strong> câmbio<br />
numa dada economia da região po<strong>de</strong> causar uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> reacções extensiva a toda a<br />
região, sob a forma <strong>de</strong> flutuações nas taxas <strong>de</strong> câmbio.<br />
A forte concentração nos EUA das exportações <strong>de</strong> bens acabados <strong>de</strong>stinadas às economias<br />
<strong>de</strong>senvolvidas, acompanhada por fortes similarida<strong>de</strong>s nos produtos exportados pelas<br />
economias da região e pelos elevados coeficientes <strong>de</strong> correlação das suas “vantagens<br />
comparativas reveladas”; sendo assim, como exportavam produtos similares para o mesmo<br />
gran<strong>de</strong> mercado consumidor, uma súbita e brusca <strong>de</strong>svalorização da moeda numa das<br />
economias da região induz as outras a fazer o mesmo para manterem a competitivida<strong>de</strong>.<br />
Crédito, Capitalismo Clientelar e Conglomerados<br />
A institucionalização <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> “capitalismo clientelar” na Indonésia e <strong>de</strong> uma<br />
estrutura industrial baseada em gran<strong>de</strong>s conglomerados, para além <strong>de</strong> ter dificultado as<br />
reformas financeiras, teria levado as fontes externas <strong>de</strong> capital a subestimar os riscos<br />
potenciais ao lidarem com este tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedores, implicitamente protegidos pelos<br />
respectivos governos; tal teria sido o caso dos bancos japoneses e europeus, e em menor<br />
escala dos norte- americanos, que consi<strong>de</strong>raram que, em caso <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, os governos<br />
acorreriam para “salvar” esses <strong>de</strong>vedores.<br />
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