INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Informação Internacional<br />
64<br />
economia da zona EURO, acompanhada por uma <strong>de</strong>gradação da posição patrimonial<br />
das famílias po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um aumento do crédito mal parado na banca dos<br />
países em que esse “boom” teve maiores proporções.<br />
c) O Euro não é só uma moeda mas a cúpula <strong>de</strong> uma construção política cujas oscilações<br />
po<strong>de</strong>m afectar a sua credibilida<strong>de</strong> e, por essa via, o seu comportamento nos mercados<br />
cambiais; vejamos os seguintes aspectos:<br />
• o resultado do referendo dinamarquês <strong>de</strong> recusa <strong>de</strong> participação no EURO significa,<br />
com forte probabilida<strong>de</strong>, que posição idêntica se venha a manifestar no futuro próximo<br />
no Reino Unido e na Suécia, economias com boas posições orçamentais e que<br />
concentram alguns dos pólos empresariais mais dinâmicos das novas tecnologias da<br />
informação, das comunicações e da saú<strong>de</strong> da Europa; por seu lado, a a<strong>de</strong>são da<br />
Grécia ao EURO, concretizada em Janeiro <strong>de</strong> 2001 faz que as quatro economias do<br />
sul da Europa – Itália, Espanha, Portugal e Grécia – integrem todas a zona EURO,<br />
para <strong>de</strong>sconforto <strong>de</strong> sectores alemães; e por último, as mais prováveis a<strong>de</strong>sões<br />
futuras à zona EURO virão <strong>de</strong> países da Europa Central e Báltica, candidatos à UE,<br />
todos eles com economias ainda frágeis e que, <strong>de</strong> qualquer modo, aceitariam integrar<br />
uma “zona marco” informal, se não existisse o EURO;<br />
• o EURO, se tem já uma existência como moeda internacional, continua a ter uma<br />
existência virtual para a gran<strong>de</strong> maioria dos agentes económicos da respectiva zona<br />
monetária; para ter uma existência real e completa tem que ultrapassar com êxito o<br />
momento simbólico em que a sua criação se revelará o reverso da “morte” do marco;<br />
se nesse momento o EURO permanecer numa posição fragilizada nos mercados<br />
cambiais, e existir gran<strong>de</strong> controvérsia em torno da orientação do BCE não se po<strong>de</strong><br />
afastar a hipótese <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência civil na Alemanha contra o<br />
abandono da moeda que simbolizou o renascimento económico da Alemanha no pósguerra<br />
e a própria unificação alemã;<br />
• a credibilida<strong>de</strong> do EURO a prazo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> dos governos que<br />
integrarem a UEM – e em particular das quatro gran<strong>de</strong>s economias que constituem o<br />
seu núcleo central – França, Alemanha, Itália e Espanha – levarem a cabo as<br />
reformas estruturais que permitam assegurar a sustentabilida<strong>de</strong> das posições<br />
orçamentais em conformida<strong>de</strong> com as normas do Pacto <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> e<br />
Crescimento; dificulda<strong>de</strong>s evi<strong>de</strong>ntes na implementação <strong>de</strong>ssas reformas, porão a nu a<br />
fraqueza política dos governos nessas gran<strong>de</strong>s economias, revelação que não<br />
escapará aos mercados;<br />
• o EURO como moeda é expressão <strong>de</strong> um projecto político <strong>de</strong> integração europeia,<br />
que assenta na relação estável e privilegiada da França e da Alemanha; qualquer<br />
enfraquecimento <strong>de</strong>ssa relação em consequência <strong>de</strong> uma dificulda<strong>de</strong> da França em<br />
aceitar a posição mais central da Alemanha no futura UE tornará mais instável aquele<br />
processo, o que não <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> se repercutir no comportamento do EURO nos<br />
mercados cambiais; o mesmo se po<strong>de</strong>ndo referir se se verificar uma clara dissonância<br />
política <strong>de</strong> um dos gran<strong>de</strong>s europeus que integre a UEM – como a Itália – cujas<br />
escolhas políticas sejam objecto <strong>de</strong> confronto por parte da França ou da Alemanha.