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Informação Internacional
Contra os defensores do unilateralismo e do isolacionismo, muitos políticos norteamericanos
defendem que os EUA necessitam de aliados para fazer face à oposição de
países como a China, a Índia e a Rússia à dominação global americana. Embora o euro e a
PESD sejam uma ameaça à hegemonia americana, foi graças a eles que a UE conquistou o
respeito dos EUA. A existência de um interlocutor único: o Sr. Euroland, na pessoa de
Gordon Brown, demonstra unidade entre os europeus e permite-lhes discutir os assuntos
financeiros com credibilidade. Também a criação de uma PESD credível, apesar de ter
perturbado os EUA, deu origem a um acordo informal sobre esferas de influência,
assumindo, regra geral, a UE a responsabilidade nos Balcãs, no Norte de África e na África
sub-saariana, e mantendo os EUA um papel predominante no resto do mundo, realçando-se
aí o Médio Oriente.
Os laços institucionais que se foram formando em diversas áreas contribuíram, em grande
parte, para este estreitamento de relações. É o caso da OTAN e das negociações para a
criação de um mercado único de equipamento de defesa e do processo em curso que visa o
estabelecimento de um mercado único transatlântico entre a NAFTA e a UE.
A pouco e pouco, os europeus vão convencendo os americanos dos benefícios do
multilateralismo, de que são grandes defensores. O cenário positivo ainda não prevê a
concretização do sonho de Jean Monnet de um pool de sovereignty entre a Europa e os
EUA, trabalhando juntos no espaço transatlântico mas, embora os EUA continuem a liderar,
a aliança está hoje muito mais equilibrada.
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AS DATAS CHAVE
• 1999 Conflito no Kosovo, durante o qual se começou a assistir a uma “divisão do trabalho”
entre os EUA e a UE. De facto, os EUA forneceram a maior parte do poder aéreo e os
equipamentos de comando, controlo e comunicações, enquanto os europeus cederam a
maioria dos soldados das forças de manutenção de paz;
• 2004 União entre a Bielorússia (que deixou de existir enquanto tal) e a Rússia;
• 2004 O Irão expulsa os Ayatollahs (a quem foi oferecido refúgio pelo Afeganistão) e abre o
caminho para a consolidação da sua democracia. Este facto enfraqueceu a justificação
americana para o desenvolvimento do Sistema Nacional de Defesa Anti-Míssil (SNDAM);
• 2004 O Governo de Blair quase decide aderir ao SNDAM americano mas, devido à forte
reacção da França e à argumentação de Gordon Brown (que afirmou que, se o Ministério da
Defesa britânico fosse gastar 5 biliões de euros no SNDAM, não sobraria dinheiro para
aumentar as pensões de reforma antes das próximas eleições no Reino Unido), acaba por
abandonar esta ideia;
• 2005 EUA e UE decidem que as respectivas Agências Alimentares deveriam definir
métodos e procedimentos comuns e ter acesso aos trabalhos uma da outra. Esta tomada
de posição surgiu em resultado de múltiplas querelas transatlânticas nesta área, as quais não
foram solucionadas pela criação, no início da década, da Agência Alimentar Europeia;
• 2005 Nas eleições gerais britânicas, os Conservadores falham na sua estratégia de
ataque ao Governo em que defendiam que este, ao não investir num sistema anti-míssil,
deixara o Reino Unido desprotegido;
• 2005 Espanha e Reino Unido decidem partilhar a soberania sobre Gibraltar que
rapidamente se tornou num centro financeiro em grande crescimento e plenamente integrado
na dinâmica economia espanhola;