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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Informação Internacional<br />

Para a Turquia, o tempo é precioso. Se não houver sinal <strong>de</strong> acordo quando o governo<br />

greco-cipriota tiver concluído as suas negociações <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, a União Europeia po<strong>de</strong>rá ser<br />

forçada a admitir apenas a parte da ilha controlada por cipriotas gregos, excluindo o Estado<br />

turco-cipriota do Norte, financiado e reconhecido apenas por Ancara. Tal conduziria<br />

provavelmente a uma aliança entre a Turquia e o Norte <strong>de</strong> Chipre e, consequentemente, a<br />

uma perturbação da relação da Turquia com a União Europeia como um todo.<br />

No que respeita ao diferendo greco-turco no Mar Egeu a Grécia afirma que existe apenas<br />

um problema a resolver: a <strong>de</strong>lineação da plataforma continental, <strong>de</strong>terminando a extracção<br />

<strong>de</strong> riquezas minerais e energéticas, a pesca e outros direitos económicos. Mas a Turquia<br />

insiste na discussão da plataforma continental como parte <strong>de</strong> um pacote que abranja<br />

também as fronteiras aéreas e marítimas gregas.<br />

5. DESENVOLVIMENTOS RECENTES<br />

A Turquia anunciou a sua candidatura pela primeira vez em 1963, mas os vários golpes<br />

militares (três nos últimos quarenta anos), a violência política e o eterno conflito com a<br />

Grécia adiaram quaisquer negociações. Nos últimos <strong>de</strong>z anos, os sucessivos governos<br />

turcos procuraram uma aproximação à União Europeia e empreen<strong>de</strong>ram esforços para que<br />

o seu país fosse incluído na lista dos potenciais candidatos ao alargamento, <strong>de</strong>cidida na<br />

Cimeira do Luxemburgo em 1997. No seguimento <strong>de</strong>sse encontro, a Turquia acabou por<br />

romper unilateralmente os contactos com Bruxelas quando viu a sua candidatura vetada<br />

pela Grécia.<br />

A emergência <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e confiança mútua entre Ismail Cem, Ministro<br />

turco dos Negócios Estrangeiros, e Papandreu, o seu congénere grego, em consequência<br />

dos terramotos que <strong>de</strong>vastaram os dois países no Verão <strong>de</strong> 1999, proporcionou um<br />

ambiente positivo entre os vizinhos. Meses mais tar<strong>de</strong>, na Cimeira <strong>de</strong> Helsínquia, os<br />

representantes gregos retiraram o seu tradicional veto, mas em contrapartida exigiram a<br />

inclusão no documento que formaliza a aceitação da candidatura da Turquia <strong>de</strong> uma<br />

referência aos conflitos que opõem os dois países: Chipre e disputas territoriais no mar<br />

Egeu.<br />

Assim na Cimeira <strong>de</strong> Helsínquia foram tomadas duas <strong>de</strong>cisões cruciais: a primeira foi a<br />

concessão à Turquia do estatuto <strong>de</strong> candidato formal à a<strong>de</strong>são, apesar <strong>de</strong> haver a ressalva<br />

<strong>de</strong> que as negociações só terão início <strong>de</strong>pois da resolução dos problemas políticos; a<br />

segunda <strong>de</strong>cisão foi a promessa feita à Grécia <strong>de</strong> que Chipre po<strong>de</strong>rá a<strong>de</strong>rir à União<br />

Europeia se cumprir os requisitos políticos e económicos, e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> a divisão<br />

da ilha estar resolvida ou não.<br />

Uma súbita crise entre a Grécia e a Turquia fez com que a aprovação do documento que<br />

estabelece o acordo com a União Europeia tenha estado em dúvida até ao último instante.<br />

As dificulda<strong>de</strong>s começaram quando os representantes gregos conseguiram introduzir na<br />

proposta inicial da "Parceria <strong>de</strong> A<strong>de</strong>são", divulgada no dia 8 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2000, a<br />

questão do conflito cipriota no conjunto das reformas que a Turquia <strong>de</strong>veria tomar a "curto<br />

prazo", ou seja, durante o ano <strong>de</strong> 2001. Esta condição foi violentamente refutada pelos<br />

responsáveis turcos, para quem Chipre é estrategicamente "indispensável". A Grécia<br />

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