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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Polónia Versus Rússia – do Báltico ao Mar Negro<br />

2. A UNIÃO EUROPEIA E A RÚSSIA SELAM UMA ALIANÇA ENERGÉTICA<br />

Em Paris, a 31OUT00, a cimeira bienal UE-Rússia foi dominada pela energia. Com um<br />

eventual objectivo <strong>de</strong> parceria a médio prazo, centrou-se no objectivo <strong>de</strong> duplicar o<br />

fornecimento à UE, no horizonte <strong>de</strong> 20 anos, <strong>de</strong> petróleo, gás e electricida<strong>de</strong> por parte da<br />

Rússia.<br />

A i<strong>de</strong>ia subjacente é a <strong>de</strong> a UE investir nas infra-estruturas russas em troca <strong>de</strong> um<br />

abastecimento assegurado durante 20 anos. Ou seja, o <strong>de</strong>signado Plano Prodi – na<br />

realida<strong>de</strong> com importante contribuição alemã – é uma troca: energia russa por investimento<br />

europeu. Romano Prodi disse ser necessário clarificar o quadro legal russo antes <strong>de</strong> as<br />

importações aumentarem e convir que Moscovo ratificasse a Carta da Energia.<br />

Muita da proposta da UE estava no documento que a Comissão aprovara em 4OUT00 para<br />

apresentar ao Conselho Europeu <strong>de</strong> Biarritz (13-14OUT00), <strong>de</strong>stinado a discutir o<br />

aprovisionamento <strong>de</strong> energia da UE, no rescaldo das turbulências suscitadas pelo aumento<br />

do preço do petróleo, concertado na OPEP. No documento constava, na parte relativa às<br />

relações com os produtores, o diálogo com a OPEP, a recomendação da continuação do<br />

apoio aos Estados ribeirinhos do Mar Cáspio, através do programa INOGATE (Interstate Oil<br />

and Gas Transport to Europe) e a consi<strong>de</strong>ração do interesse da Fe<strong>de</strong>ração Russa quanto às<br />

potencialida<strong>de</strong>s da bacia do Cáspio e infra-estruturas <strong>de</strong> transporte. Em particular,<br />

consi<strong>de</strong>rava-se que «a reabilitação dos gasodutos e oleodutos da ex-URSS e a sua<br />

optimização com vista ao <strong>de</strong>sencravamento dos recursos russos e da bacia do Mar Cáspio<br />

<strong>de</strong>veriam contribuir a prazo para a melhoria do aprovisionamento <strong>de</strong> uma UE alargada».<br />

Por outras palavras, a Rússia é promovida a parceiro fundamental para o abastecimento<br />

futuro <strong>de</strong> energia para a UE. O bypass da Ucrânia e o fim do apoio europeu à rota Baku-<br />

Ceyhan po<strong>de</strong>rão ser contrapartidas pretendidas por Moscovo.<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento nas infra-estruturas russas é reconhecida, por exemplo, pela<br />

Gazprom – que ven<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 75% do gás russo –, cujo "número dois", Valery Remezov,<br />

admitiu (27FEV00) ter <strong>de</strong> cortar a produção – 545,6 mmmc em 1999; 520 mmmc em 2000 –<br />

dada a situação dos gasodutos. Também um relatório do Center for Strategic and<br />

International Studies conclui que os pipelines per<strong>de</strong>m 20 milhões <strong>de</strong> toneladas/ano <strong>de</strong><br />

petróleo. Ainda no gás, a Gazprom estima que a Rússia precisa <strong>de</strong> extrair 633 mmmc/a, em<br />

vez dos actuais 586 mmmc/a, para satisfazer a procura interna e os contratos externos. Ora,<br />

em 2000, segundo o Ministério russo da Energia, a produção <strong>de</strong> gás caiu 1,3%, <strong>de</strong> 592<br />

mmmc para 584,2 mmmc, dos quais 129 mmmc para exportação (evolução contrária teve o<br />

petróleo, com a extracção a aumentar 5,9% para 323,3 milhões <strong>de</strong> toneladas, dos quais<br />

124,5 milhões exportados). Mas além do estado dos gasodutos, também as condições <strong>de</strong><br />

extracção são <strong>de</strong>ficientes. No gás, as estimativas <strong>de</strong> tempo necessário para o aumento da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> extracção são <strong>de</strong> 10 anos. Daqui que a Rússia se vire para o<br />

Turquemenistão e reduza os subsídios internos, com aumentos no gás e electricida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

30% em 2000 – mesmo assim, os preços internos são um décimo do facturado à UE.<br />

A Gazprom impediu as exportações do Turquemenistão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meados da década <strong>de</strong> 90,<br />

com excepção das <strong>de</strong>stinadas à Ucrânia, mercado sem interesse, por insolvente. Mas, em<br />

2000, concordou em comprar 20 mmmc/a <strong>de</strong> gás ao Turquemenistão para os clientes no sul<br />

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