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Informação Internacional
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O EURO E O YEN EM CONCORRÊNCIA COM O DÓLAR
“Se actualmente a centralidade do dólar como moeda internacional é inquestionável, estão em
curso dois processos, que poderão culminar, respectivamente em 2001 e 2002, no surgimento de
duas moedas internacionais competindo com o dólar, pelo menos nalgumas funções – o Yen e,
sobretudo, o EURO. A data de 2001 está associada ao horizonte temporal do “Big Bang” no
sistema financeiro japonês e 2002 é a data estabelecida para a generalização do uso do EURO
nos países então participantes na 3ª Fase da UEM.
Ao analisar a possível evolução do Sistema Monetário Internacional, em termos do aparecimento
de moedas internacionais competindo com o dólar, alguns autores apontam para que:
• a actual moeda internacional dominante – o dólar – beneficia de externalidades que
resultam de menores custos de transacção e de informação e de “efeitos de rede”; estas
externalidades tornam difícil o aparecimento de uma nova moeda internacional;
• a emergência de duas novas moedas internacionais, em simultâneo seria mais fácil, porque
a dimensão da actual moeda dominante sofreria uma erosão mais rápida.
Bénassy-Queré considera, por seu lado, que as duas moedas internacionais potenciais – o yen e o
euro – iniciarão a sua existência como moedas internacionais numa base regional, sendo que
esta evolução dependerá do comportamento dos “parceiros regionais”, respectivamente do Japão
(vd. NIC´s e países da ASEAN) e da UE (vd. Países da Europa Central e Oriental).
Fonte: “Informação Internacional“ 2º semestre de 1996
1. DOIS ANOS DEPOIS – O EURO NOS MERCADOS INTERNACIONAIS
1.1. O EURO como Moeda Internacional – Uma assimetria de Posições
Ao fim de dois anos de existência o EURO tinha-se afirmado como moeda de emissão, em
especial nos mercados obrigacionistas, mas não como moeda de reserva nem como meio
de pagamento internacional (em comparação com as moedas que irá substituir).
Como moeda de emissão de obrigações, e após dois anos da 3ª Fase da UEM, a parte
denominada em EURO dos mercados obrigacionistas tinha atingido já um lugar de
relevância incontestável, tendo mesmo ultrapassado o dólar em 1999. Para este
comportamento contribuíram:
• do lado da oferta a conversão da dívida pública dos Estados participantes na moeda
única; o aumento das emissões de títulos privados por parte de bancos e empresas
europeias (com destaque para as empresas ligadas ao sector das telecomunicações
e media) que titularam esses empréstimos em EURO; e o inicio da colocação de
dívida em EUROS, por parte de Estados, agências e empresas de economias
emergentes;
• do lado da procura o desaparecimento do risco de câmbio permitiu a numerosos
investidores europeus diversificar as suas carteiras em termos de sector e qualidade
de crédito, saindo das fronteiras nacionais.