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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Informação Internacional<br />

da Rússia, o que é a reedição do padrão soviético, quando 60 mmmc/a <strong>de</strong> gás turquemeno<br />

eram <strong>de</strong>stinados ao sul da Rússia, Cáucaso e UE.<br />

Esta necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento é acentuada quando a AIE prevê que o mercado europeu<br />

<strong>de</strong> gás natural cresça 2,8% ao ano no período 1997-2020, <strong>de</strong> 344 milhões <strong>de</strong> toneladas<br />

equivalentes <strong>de</strong> petróleo (MTEP) para 650 MTEP – para a Rússia manter a quota tem <strong>de</strong><br />

duplicar a exportação em 20 anos. Ainda segundo a AIE, a Rússia, que tem 33% das<br />

reservas mundiais <strong>de</strong> gás natural, produziu 570,5 mmmc em 1999, cerca <strong>de</strong> 25% da<br />

produção mundial, dos quais exportou 97 mmmc (17%) para os Estados europeus membros<br />

da OCDE.<br />

O lugar do gás na parceria – a Rússia fornece cerca <strong>de</strong> 20% do gás e 16% do petróleo –<br />

será importante, dado que o seu consumo na UE aumentará mais que o do petróleo (0,7%<br />

ao ano no período 1997-2020, ao passar <strong>de</strong> 14,1 milhões b/d para 16,8 mb/d, segundo a<br />

AIE), até porque, no médio prazo, a UE prefere o gás <strong>de</strong>vido às consequências ambientais<br />

do petróleo.<br />

Além do mencionado mal-estar que o entendimento UE-Rússia provocou na Polónia e<br />

Ucrânia, também o pipeline Baku-Ceyhan, e por arrasto a Turquia e o Cáspio, saem<br />

comprometidos. Neste cenário, os per<strong>de</strong>dores são Polónia, Turquia, Geórgia e Azerbeijão –<br />

Estados mais alinhados com Washington do que com as capitais europeias.<br />

Daqui que algumas leituras, como a da Jane's, consi<strong>de</strong>rem que este entendimento é «um<br />

erro estratégico» da UE, uma vez que a parceria energética UE-Rússia significa a<br />

continuação por parte <strong>de</strong> Moscovo do processo <strong>de</strong> restauração <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e influência sobre<br />

as ex-repúblicas soviéticas usando a arma da energia, processo do qual a Ucrânia é a<br />

chave.<br />

Refira-se que no centro da nova aliança energética Rússia/EU começa por se encontrar o<br />

projecto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das gigantescas reservas da península <strong>de</strong> Yamal, no Ártico.<br />

Yamal é dotada <strong>de</strong> elevadas reservas confirmadas <strong>de</strong> gás natural. No onshore ascen<strong>de</strong>m a<br />

<strong>de</strong>z biliões (milhões <strong>de</strong> milhões) <strong>de</strong> metros cúbicos (mc). Isto significa a satisfação das<br />

necessida<strong>de</strong>s da Europa Oci<strong>de</strong>ntal e da Turquia – 450 mil milhões mc – durante 20 anos.<br />

Com o <strong>de</strong>gelo do Ártico, a área coberta pelo gelo reduziu-se 6% <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1978 e a espessura<br />

<strong>de</strong>ste 41% <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 50. Admite-se, em consequência, que as reservas no offshore<br />

aumentem. Em 1998, o The Economist estimava a existência <strong>de</strong> 65 biliões mc, valor<br />

superior ao das reservas em terra. Muitos dos 25 campos <strong>de</strong> gás da península têm secções<br />

offshore.<br />

Mas Yamal tem o problema do Cáspio – como transportar a energia para mercados a<br />

milhares <strong>de</strong> quilómetros? Ao contrário, porém, do Cáspio, não há obstáculos políticos ao seu<br />

fluxo. As dificulda<strong>de</strong>s têm sido financeiras. A construção do gasoduto Yamal-Europa dura há<br />

anos. Prevê-se a sua conclusão em 2010, quando <strong>de</strong>ve ter uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 65 mmmc,<br />

um custo <strong>de</strong> 50 mil milhões USD e originar uma receita anual <strong>de</strong> cinco mil milhões USD.<br />

Lentamente tem vindo a ser construído- em NOV99 foi terminado o Yamal-1, que liga a<br />

Bielorússia (Minsk-Nesvizh) à Polónia (Kondratki-Wloclawek). A partir <strong>de</strong> Kondratki é então<br />

possível avançar com o Yamal-2, que ligará a Velke Kapusany, na Eslováquia, e daqui ao<br />

corredor central do pipeline pan-europeu Druzhba.<br />

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