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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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União Europeia: e se tudo corresse bem?<br />

• a consolidação <strong>de</strong> um triângulo anti-hegemonia americana formado por China, Rússia<br />

e Índia, cuja convergência dificultou a actuação dos EUA ao longo do “arco <strong>de</strong> crise”<br />

Mediterrâneo Oriental/Noroeste do Pacífico;<br />

• a aproximação económica, tecnológica e empresarial dos dois aliados principais dos<br />

EUA na “guerra fria” – a Europa e o Japão − respectivamente à Rússia e à China,<br />

criando mais ocasiões para a divergência entre os EUA, a Europa e o Japão;<br />

• a priorida<strong>de</strong> dada pela diplomacia da UE ao reforço dos quadros multilaterais − o que<br />

limita a margem <strong>de</strong> manobra dos EUA − nos quais a União, usando da suas “pontes”<br />

para com a Rússia, China, Brasil, etc., se preten<strong>de</strong>u posicionar como “fiel da balança”<br />

entre os EUA e o resto do mundo.<br />

Em termos estratégicos, uma importante evolução foi a redução dos riscos <strong>de</strong> proliferação<br />

nuclear incontrolada (que tanto preocupara os Governos oci<strong>de</strong>ntais no início da década),<br />

tendo a evolução experimentada na Coreia do Norte e no Irão num sentido largamente<br />

estabilizador contribuído <strong>de</strong>cisivamente para este resultado. A este nível, a supremacia dos<br />

EUA mantêm-se intacta, havendo a realçar três evoluções marcantes:<br />

• os EUA ainda não instalaram, por razões técnicas, o seu sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa antimíssil;<br />

• os EUA fracassaram na sua tentativa <strong>de</strong> convencer os europeus a <strong>de</strong>senvolverem,<br />

com a sua colaboração, um sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa anti-míssil na Europa;<br />

• os EUA proce<strong>de</strong>ram a uma reconfiguração global do seu dispositivo militar, retirando<br />

as suas tropas da Europa e recentrando o seu potencial na Ásia e no Golfo.<br />

2.2. A UE em 2010<br />

Em termos institucionais, a UE permanece, em 2010, no essencial, uma união <strong>de</strong><br />

Estados-nação, aparentando-se mais como uma quase fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Estados do que com<br />

um Estado quase fe<strong>de</strong>ral, embora disponha <strong>de</strong> elementos que são característicos <strong>de</strong>stes<br />

últimos (como, por exemplo, um Banco Central, uma política monetária única e uma moeda<br />

única). De qualquer forma, continuam a ser os Estados-Nação, por via <strong>de</strong> Tratados, a<br />

<strong>de</strong>legar competências nas instituições da União, embora essas instituições centralizadas<br />

estejam dotadas <strong>de</strong> fortes po<strong>de</strong>res e disponham <strong>de</strong> efectiva capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acção. O<br />

“cimento” que aglutina os Estados e os povos e fornece os motivos para a actuação externa<br />

da União é, cada vez mais, o reconhecimento <strong>de</strong> valores comuns, tais como os que foram<br />

consagrados na Carta <strong>de</strong> Direitos Fundamentais aprovada em 2000, em Nice.<br />

A principal realização da UE na primeira década do séc. XXI foi a <strong>de</strong> contribuir para a paz,<br />

estabilida<strong>de</strong>, segurança e prosperida<strong>de</strong> do Continente europeu. O principal instrumento para<br />

este fim foi a dinâmica <strong>de</strong> alargamento que está ainda em curso em 2010. De facto, em<br />

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