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Chipre, a Turquia e o Alargamento da União Europeia
A disparidade nos níveis de vida entre a Turquia e a média da União Europeia é grande, e
não diminui. Entre 1965 e 1998, o rendimento nacional real per capita na Turquia cresceu a
uma média anual de apenas 2,1%. No mesmo período, o rendimento per capita da Itália
cresceu a 2,5%, o de Portugal a 3,2% e o da Grécia a 2,4%.
Sendo um país com um elevado crescimento demográfico, a Turquia tem de crescer
consideravelmente mais depressa do que países de rendimento elevado para poder
alcançar o seu nível de vida.
O crescimento geral é considerado insuficiente e o emprego não aumentou. Já noutro
relatório, o Banco Mundial 15 refere que a proporção da população activa entre os 15 e os 64
anos caiu abruptamente de 69% em 1979, para 50% em 1997. Entre 1981 e 1997, o
emprego total cresceu apenas 1,5%/ano, apesar da população activa ter crescido 3% ano.
Uma grande parte deste desequilíbrio é explicada pelo emprego precário e pela dispersão
nos salários e rendimentos de actividades profissionais não assalariadas. Também são
importantes a diferença educacional e regional e a disparidade de rendimentos entre as
áreas urbanas e rurais. O rendimento per capita na região mais rica do país é três vezes o
da região mais pobre. A proporção da população que completou o ensino secundário e
superior foi de apenas 29% em 1994, e 10% eram iletrados.
4. QUERELAS POLÍTICAS DE LONGA DATA
Para a Turquia, é na arena política, mais do que na económica, que a mudança irá
provavelmente colocar o maior desafio. E antes de mais nas suas relações com a Grécia,
em que o ano de 2000 viu realizarem-se alguns passos positivos.
Assim a recente participação conjunta da Grécia e da Turquia em manobras multinacionais
da NATO representou uma melhoria significativa relativamente a Janeiro de 1996, quando
só a intervenção de Washington evitou um confronto militar em Imia Kardak, um grupo de
pequenas ilhas rochosas no mar Egeu reclamadas pelos dois países.
O Ministro turco para os assuntos da União Europeia, Ali Irtemçelik, afirmou numa entrevista
concedida aquando da Cimeira de Helsínquia, que "... Sabemos que para aderir à União
Europeia também teremos de satisfazer a Grécia" 16 . Todavia, a chegada a um acordo seria
proveitosa também para a Grécia. Para além de eliminar um obstáculo significativo ao
investimento estrangeiro, uma reconciliação daria à Grécia uma maior credibilidade como
membro da zona Euro.
No início de 2000, o Sr. Papandreou e Ismail Cem, o seu homólogo turco, assinaram nove
acordos bilaterais para cooperação em assuntos "soft", abarcando desde o turismo ao
terrorismo, mas continua a não haver garantia de que se vão resolver os assuntos
relevantes.
15 Turkey: Economic Reforms, Living Standards and Social Welfare Study, World Bank, Janeiro de 2000.
16 Financial Times, 12 de Junho de 2000.
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