INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
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União Europeia: e se tudo corresse bem?<br />
• 2006 (CIG) Fim das eleições para o Parlamento Europeu, passando cada país a eleger os<br />
seus <strong>de</strong>putados europeus no mesmo dia em que realiza as eleições nacionais. Esta alteração<br />
fez com que a votação para a eleição dos <strong>de</strong>putados europeus contasse com o dobro dos<br />
votos e, ao reconhecer que o Parlamento Europeu é apenas uma extensão dos sistemas<br />
políticos nacionais, ajudou a dissipar algum do cinismo que ro<strong>de</strong>ava esta instituição;<br />
• 2006 (CIG) Consolidação dos Tratados e respectiva divisão em duas partes com o<br />
objectivo <strong>de</strong> obstar às críticas <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> da UE;<br />
• 2007 Criação, pela UE, do cargo <strong>de</strong> Provedor dos Direitos Humanos que tem como função<br />
a investigação e a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> (<strong>de</strong>s)respeito pelos direitos humanos nos<br />
países candidatos à a<strong>de</strong>são à UE;<br />
• 2010 Crescente apoio a duas reformas muito ambiciosas que têm como objectivo aumentar<br />
a legitimida<strong>de</strong> do Parlamento Europeu e da Comissão ao permitirem uma mais fácil<br />
i<strong>de</strong>ntificação do sistema político europeu com o dos Estados-membros. O primeiro plano <strong>de</strong><br />
reforma, relativo ao Parlamento Europeu, prevê a redução do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados<br />
europeus directamente eleitos, substituindo-os por <strong>de</strong>putados dos parlamentos<br />
nacionais o que faria com que passassem a existir dois tipos diferentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados<br />
europeus (com diferentes responsabilida<strong>de</strong>s). O segundo plano prevê que cada Estadomembro<br />
eleja directamente o seu Comissário <strong>de</strong> forma a que as pessoas passem a sentir<br />
uma maior proximida<strong>de</strong> do “seu” Comissário em Bruxelas.<br />
4.OS ACTORES DO CENÁRIO<br />
4.1. A gran<strong>de</strong> surpresa: o Reino Unido<br />
4.1.1. O Reino Unido e as encruzilhadas favoráveis <strong>de</strong> 2000<br />
O factor mais surpreen<strong>de</strong>nte do <strong>de</strong>senrolar dos acontecimentos políticos é, sem dúvida, o<br />
papel relevante que o Reino Unido assume para a concretização do cenário positivo. O<br />
Reino Unido passa, assim, <strong>de</strong> eurocéptico a actor <strong>de</strong>cisivo para o futuro <strong>de</strong> uma UE<br />
alargada próspera e coesa, passando também a própria UE a ser fundamental para o<br />
crescimento, prosperida<strong>de</strong> e afirmação do Reino Unido.<br />
Parece-nos importante, no entanto, lembrar que, actualmente (em 2000), o peso do Reino<br />
Unido na agenda europeia é já indiscutível. Inúmeras re<strong>de</strong>s pró-britânicas movem-se todos<br />
os dias nos “corredores <strong>de</strong> Bruxelas” para assegurar o respeito dos interesses britânicos.<br />
Mas esta teia <strong>de</strong> influência nem sempre é visível, talvez numa tentativa do Governo britânico<br />
<strong>de</strong> influenciar as <strong>de</strong>cisões sem <strong>de</strong>pois ser “acusado” <strong>de</strong> ter contribuído para opções menos<br />
populares junto da sua própria opinião pública. Basta olhar para algumas iniciativas levadas<br />
a cabo pelo Reino Unido antes da Cimeira <strong>de</strong> Estocolmo para tentar <strong>de</strong>ixar a sua marca na<br />
estratégia europeia <strong>de</strong> Lisboa 21 ou para o número <strong>de</strong> britânicos em lugares estratégicos 22<br />
(sobretudo directores-gerais <strong>de</strong>ntro da Comissão Europeia) para nos apercebermos da<br />
21<br />
Po exemplo, as várias <strong>de</strong>clarações conjuntas do Primeiro Ministro Blair com alguns dos seus homólogos (carta<br />
conjunta Blair-Kok; Blair-Aznar; Blair-Guterres; Blair-Amato);<br />
22<br />
Por exemplo, o próprio Gabinete do Presi<strong>de</strong>nte Prodi é alvo das influências do Reino Unido através do seu<br />
Chefe <strong>de</strong> Gabinete.<br />
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