INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

Polónia Versus Rússia – do Báltico ao Mar Negro
igualmente 16 mmmc/a, que poderiam subir para 30 mmmc/a; custaria entre 2,5 e três
mil milhões USD (600 MC);
• este último projecto foi posteriormente perturbado pelas descobertas de gás natural
no offshore do Azerbeijão, realizadas em 1999; e que apontam para reservas da
ordem dos 700 mmmc/a, que seriam suficientes para sustentar as exportações azeris
de 15-20 mmmc/a, que poderiam começar a partir de 2004-2005, desde que o
gasoduto já existente Baku-Batumi (Geórgia) fosse melhorado, o que custaria 230
milhões USD (50 MC); e fosse construída uma extensão para a Turquia cujo custo
seria de 650 milhões de USD; a concorrência entre o Azerbeijão e o Turquemenistão
ocorrida depois destas descobertas facilitou o regresso em força da Rússia como
compradora do gás turquemeno, como já se referiu anteriormente.
A Turquia pode ainda servir de mercado de "consolação" para os produtores cáspios, de
acordo com a AIE (2000a). Segundo esta organização, o preço é crucial na definição dos
projectos de transporte de gás. Muitos projectos transcontinentais, como Turquemenistão-
China, Turquemenistão-Europa ou Irão-Europa, são inviáveis nas actuais condições
económicas e técnicas. Isto porque, ao contrário do petróleo, o gás natural é comercializado
sob contratos de longa duração (20 anos ou mais), através de uma infra-estrutura feita de
propósito – gasodutos, terminais de export/import de gás natural liquefeito (GNL) e unidades
de regasificação. As configurações comerciais dependem das infra-estruturas, que só
existirão se se justificarem em termos comerciais.
A AIE calcula que o preço de entrega do gás da Ásia Central ou do Irão à Europa seja 1,5
vezes superior ao gás do Mar do Norte, Rússia ou Argélia. Para mais, admite-se que o
preço do gás caia durante esta década na UE devido à desregulação do sector. Esta baixa
de preço hipotecaria ainda mais a hipótese de colocar o gás da Ásia Central na Europa,
através da Turquia. Acresce que o avanço da tecnologia GNL permite que o transporte
marítimo do GNL ganhe atracção face ao transporte via gasoduto para distâncias superiores
a 4000 km dentro de alguns anos, o que melhora as hipóteses de Qatar, Omão, Irão ou
Iemen venderem GNL à UE.
Porém, este raciocínio da AIE parece ser questionado pela notícia recente (19JAN01),
segundo a qual a Grécia e a Turquia assinaram um acordo, no quadro do INOGATE, para
criar um gasoduto que ligaria o Mar Cáspio ao Médio Oriente com passagem pela Grécia e
Turquia e, assim, acesso aos mercados europeus. O acordo foi assinado pelo sub-secretário
de Estado turco da Energia e Recursos Naturais, Yurdakul Yigitguden, e o secretário-geral
do Ministério grego da Energia, Dimitris Kaloudiotis, além de Gokham Yardim e Christos
Voudouris, presidentes das empresas estatais de energia, respectivamente, da Botas turca
e da Depa grega.
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