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Polónia Versus Rússia – do Báltico ao Mar Negro
O objectivo nacional da Polónia é a sua existência enquanto entidade política independente.
Na estratégia polaca, uma Ucrânia independente é fundamental – serve de tampão à
Rússia, abre uma via de comunicação com os aliados anti-russos situados no
Cáucaso/Cáspio – integrantes do GUUAM, a aliança que junta Geórgia, Ucrânia,
Uzbequistão, Azerbeijão e Moldávia – e, exactamente, permite o acesso à energia do
Cáspio.
Ora, parece que a Ucrânia, e por arrasto a Polónia, foi sacrificada a uma parceria
estratégica euro-russa na energia, o que permite especular que a UE pressionou a Polónia
para reduzir a sua oposição ao bypass da Ucrânia.
Para a Polónia, mas também para outros Estados da Europa Central e Oriental até há pouco
membros do Pacto de Varsóvia e que se reorientam para Ocidente, uma Ucrânia
independente é importante: pelas razões já aduzidas – manter os russos a mil quilómetros
da Europa Central e limitar a Marinha de Moscovo às piores costas do Mar Negro. Brzezinsk
ex-responsável pelo Conselho Nacional de Segurança dos EUA durante a presidência
Carter afirmava mesmo que: «It cannot be stressed strongly enough that without Ukraine,
Rússia ceases to be an empire but with Ukraine (...), Rússia automatically becomes an
empire».
Na área energética a Polónia tem vindo a tomar iniciativas para obter uma maior autonomia
face aos fornecimentos da Rússia. Assim em Julho de 2000 os Primeiros Ministros
norueguês, Jens Stoltenberg, e polaco acordaram no aumento das compras polacas de gás
natural à Noruega 5 e na instalação de um gasoduto entre os dois países, capaz de
transportar 5 mmmc/a, tendo proposto que chegasse à Lituânia e Ucrânia se estas
quisessem.
A Polónia procura assim apoios no mundo marítimo, por contraposição a um mundo
continental (Alemanha; Rússia), fonte tradicional de preocupações e ameaças. É por isso
que se entende com a Noruega no gás natural; que vê o Reino Unido defender a sua
entrada na UE em 2004; que deposita mais esperanças na OTAN – leia-se: EUA –, do que
na UE.
Ignora-se se este apoio – interessado – do mundo marítimo e a função – casual – de trânsito
chegarão para contrariar as consequências de a Polónia estar entre um grande produtor de
energia (Rússia) e um grande consumidor de energia (UE).
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A Polónia compra actualmente dois terços dos 11 mmmc/a de gás que consome à Rússia. Da Noruega podem
vir quatro a cinco mmmc a partir de 2004 ou 2005 e o dobro até 2020.
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