INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
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Informação Internacional<br />
empresarial endógeno E acompanhar o papel crucial que essa região tem vindo a<br />
<strong>de</strong>sempenhar no próprio processo <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo, sem dúvida influenciada<br />
pelo êxito da experiência da Holanda com quem partilha o mesmo património linguístico.<br />
1. A <strong>INTERNACIONAL</strong>IZAÇÃO DA ECONOMIA DA BÉLGICA E O MODELO DE<br />
CAPITALISMO BELGA<br />
A internacionalização da economia belga assentava no inicio da década <strong>de</strong> 90 em três<br />
círculos distintos, conforme se representa na Figura 1<br />
116<br />
• um círculo exterior on<strong>de</strong> se localizam as activida<strong>de</strong>s exportadoras <strong>de</strong> bens e serviços<br />
em que a economia belga <strong>de</strong>tinha as mais importantes posições internacionais, visível<br />
as categorias que geravam os maiores exce<strong>de</strong>ntes comerciais (vd Quadro 1):<br />
• o “cluster” químico – on<strong>de</strong> se sobrepunham duas realida<strong>de</strong>s distintas – uma ligada<br />
às origens da industrialização belga, e na qual se <strong>de</strong>stacam empresas<br />
multinacionais como a Solvay; e outra mais recente, constituída em torno da<br />
plataforma petroquímica do porto Antuérpia – a segunda maior do mundo a seguir à<br />
<strong>de</strong> Houston no Texas – impulsionada pelo investimento <strong>de</strong> grupos multinacionais<br />
americanos e anglo-holan<strong>de</strong>ses;<br />
• o “cluster” automóvel – <strong>de</strong>senvolvido a partir do investimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas<br />
mundiais que aqui localizaram unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> integração e <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>nsa re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fornecedores <strong>de</strong> materiais, componentes e subsistemas, que transformaram a<br />
Bélgica numa das maiores concentrações da indústria automóvel europeia, não<br />
obstante não dispor <strong>de</strong> um construtor nacional;<br />
• o “cluster” dos materiais plásticos – muito dinâmico, inovador e competitivo,<br />
orientado tanto para a embalagem como para os componentes automóveis e para<br />
os plásticos técnicos e materiais compósitos;<br />
• o “cluster” si<strong>de</strong>rurgia/metalurgia – on<strong>de</strong> coexistem os pólos motores da<br />
industrialização belga do séc. XIX e XX – carvão e aço − e as unida<strong>de</strong>s<br />
metalúrgicas que processavam minérios do império colonial belga, <strong>de</strong> que se<br />
<strong>de</strong>stacavam os recursos da província mineira por excelência da África Central – o<br />
Catanga (actual província <strong>de</strong> Shaba da República Popular do Congo);<br />
• o “cluster” têxtil – outra das bases da industrialização belga, que evoluiu para uma<br />
forte especialização nos têxteis para o habitat e a <strong>de</strong>coração e nos têxteis técnicos;<br />
• o “cluster” diamantes/artigos <strong>de</strong> luxo – em que a posição <strong>de</strong> Antuérpia como o maior<br />
centro <strong>de</strong> lapidação <strong>de</strong> diamantes do mundo fertiliza um sector <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> luxo;<br />
• um círculo intermédio – em que se localizam as activida<strong>de</strong>s infra-estruturais, mais<br />
ligadas ao fornecimento <strong>de</strong> bens e serviços que estão na base <strong>de</strong> todas as<br />
activida<strong>de</strong>s: petróleo/gás, electricida<strong>de</strong>, água/ambiente, telecomunicações, transporte<br />
aéreo; a Bélgica <strong>de</strong>tinha neste círculo, e no inicio da década <strong>de</strong> 90, dois gran<strong>de</strong>s<br />
pólos empresariais sob controlo <strong>de</strong> capitais privados belgas – a Petrofina e a<br />
Tractebel, (accionista maioritária da Electrobel, a produtora e transportadora <strong>de</strong>