INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Informação Internacional<br />
60<br />
b) sector financeiro das economias da zona EURO está vulnerável a uma grave crise<br />
que a ocorrer po<strong>de</strong>rá pôr em causa a credibilida<strong>de</strong> da própria moeda europeia;<br />
c) EURO não é só uma moeda mas a cúpula <strong>de</strong> uma construção política cujas<br />
oscilações po<strong>de</strong>m afectar o comportamento <strong>de</strong>ssa moeda nos mercados cambiais.<br />
Vejamos cada um <strong>de</strong>stes aspectos.<br />
a) A economia da zona EURO não é capaz <strong>de</strong> gerar um crescimento endógeno capaz <strong>de</strong><br />
sobreviver a uma aterragem da economia americana, sobretudo se esta for turbulenta;<br />
vejamos os seguintes aspectos:<br />
• a economia da zona EURO não está numa mera posição cíclica assimétrica em<br />
relação à economia dos EUA, mas evi<strong>de</strong>ncia uma taxa <strong>de</strong> crescimento potencial<br />
duradouramente inferior à dos EUA; recor<strong>de</strong>-se a este propósito que a economia<br />
americana experimentou taxas <strong>de</strong> crescimento anual do investimento na or<strong>de</strong>m dos<br />
15% ao ano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993, com o investimento a representar 15% do PIB em anos<br />
recentes e fortemente concentrado no <strong>de</strong>senvolvimento dos sectores motores do<br />
crescimento futuro (in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> crises conjunturais que possam ocorrer), em<br />
contraste com o crescimento <strong>de</strong> 5% ao ano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997 do investimento nas<br />
economias europeias on<strong>de</strong> representa 9% do PIB, concentrado na “superfície<br />
exterior” da “nova economia” (operadores <strong>de</strong> telecomunicações fixas e móveis,<br />
Internet service provi<strong>de</strong>rs);<br />
• uma quebra pronunciada no crescimento da economia americana (tanto mais quanto<br />
fosse acompanhado por um EURO momentaneamente valorizado face ao dólar)<br />
retiraria dinamismo às exportações da zona EURO – <strong>de</strong> produtos tradicionais <strong>de</strong> alta<br />
qualida<strong>de</strong>- que contribuíram proporcionalmente mais para o crescimento económico<br />
recente das economias <strong>de</strong>ssa zona do que as exportações dos EUA para a expansão<br />
americana (que se fez, além disso, com um dólar forte);<br />
• uma quebra ainda maior no mercado <strong>de</strong> acções dos EUA, sobretudo no segmento<br />
“Telecomunicações/Multimedia/Internet (TMI) traduzir-se-ia numa queda paralela nos<br />
sectores idênticos na Europa, com <strong>de</strong>staque para as telecomunicações que constituiu<br />
um dos focos <strong>de</strong> relançamento do investimento nas economias da zona EURO,<br />
realizado com base num gran<strong>de</strong> endividamento (obrigações e créditos bancários);<br />
sendo que no caso europeu as empresas da “nova economia” estão muito mais<br />
ligadas a gran<strong>de</strong>s empresas da “velha economia” (antigos monopólios <strong>de</strong><br />
telecomunicações privatizados; empresas <strong>de</strong> sectores maduros ou em crise que se<br />
lançaram no investimento nas telecomunicações ou na internet, etc.) do que nos EUA,<br />
não estando no centro <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iros “clusters” <strong>de</strong> inovação multifacetada;<br />
• o ponto mais forte em que a Europa po<strong>de</strong>ria competir no segmento TMI com os EUA,<br />
assegurando uma autonomia na valorização dos títulos e na dinâmica do investimento<br />
– os serviços, o “software” e os equipamentos <strong>de</strong> comunicações para a internet móvel<br />
– acaba <strong>de</strong> sofrer um ru<strong>de</strong> golpe <strong>de</strong>vido ao modo como os governos europeus<br />
<strong>de</strong>cidiram conce<strong>de</strong>r as licenças da 3ª geração móvel (UMTS); se esse modo permitiu<br />
(ou <strong>de</strong>veria ter permitido, caso não tivesse ocorrido já na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida do<br />
segmento TMI nos EUA), obter receitas para os orçamentos dos Estados (no exacto