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Irlanda − Crescimento Económico e Factores de Sucesso
A elevada taxa de natalidade na Irlanda até ao inicio dos anos 80 criou uma estrutura
demográfica com um elevado rácio de dependência 3 que atingiu aproximadamente 2,3
dependentes por trabalhador na segunda metade dos anos 80. Posteriormente, devido a
uma baixa taxa de natalidade e a um aumento do emprego, aquele rácio caiu para
aproximadamente 1,5 em 1998 e é estimado situar-se entre 1,4 e 1,5 em 1999. O significado
deste desenvolvimento reside no seu efeito positivo no padrão médio de vida da população
e no dinamismo do consumo privado.
1.1.2. Factores externos
Entre os factores externos que tiveram efeitos positivos na economia irlandesa incluem-se o
impacto da construção do Mercado Único Europeu no investimento e o forte crescimento
do sector da tecnologia de informação, além de um enquadramento externo favorável no
período, apesar da crise asiática.
A participação da Irlanda na UE trouxe benefícios significativos. Cumpridas as condições
requeridas no Pacto de Estabilidade e Crescimento, a UEM e o mercado único europeu
forneceram um ímpeto à disciplina orçamental, à boa gestão económica e à liberalização
do mercado, o que foi altamente benéfico. Os fundos estruturais e o Fundo de Coesão
ajudaram a fortalecer as infra-estruturas de base e as potencialidade competitivas do país.
Como economia excepcionalmente aberta ao exterior, a Irlanda beneficiou também da
globalização do comércio. Um parte considerável do crescimento económico do país foi
impulsionado pelas exportações. Em 1999, as exportações de bens e serviços da Irlanda
aproximaram-se de 50% da procura final, com o comércio total a ascender quase 200% do
PNB. A quota de mercado das exportações da Irlanda no comércio da UE aumentou 50%,
entre 1987 e 1997 (250% se considerarmos 1980 como ano de referência). Em termos
comparativos, pode referir-se que, no mesmo período, a quota de mercado do Reino Unido,
na UE, registou um crescimento de apenas 12%, tendo as quotas de mercado da
Bélgica/Luxemburgo, Áustria e Dinamarca aumentado menos de 10%.
De forma idêntica, a economia beneficiou da globalização do investimento, com entradas
de IDE contabilizadas em 20% da FBCF, em 1996, injecção de capital que teve um impacto
dinâmico no sector industrial, impulsionando também o sector dos serviços. Em particular, o
IDE proveniente dos EUA evidenciou uma forte preferência pelo mercado da Irlanda. Este
país captou cerca de 10% do total de IDE proveniente dos EUA, para a UE, na segunda
metade dos anos 90, face a somente 2,5% nos anos 80. Em 1998, a Irlanda detinha quase
3,7% por cento do stock de investimento dos EUA, na UE.
De referir que aproximadamente 6,4% do stock de investimento dos EUA, na UE, em
produtos químicos, estão actualmente na Irlanda, assim como 14% do investimento em
equipamento eléctrico e electrónico e 10% de outro tipo investimento na indústria. De entre
os Estados de Membro da UE, a Irlanda detém a maior fatia de mercado, relativo a IDE, em
3 Definido como a relação entre o total da população desempregada e o total da população empregada.
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