P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
aixem a relafào recorri<strong>da</strong>, a fim <strong>de</strong> que tome conhecimento <strong>da</strong><br />
appeliação interposta, por isso que a alça<strong>da</strong> dos juizes, na eon-<br />
forrni<strong>da</strong><strong>de</strong> do artigo 7." do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> i0 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 4832,<br />
<strong>de</strong>ve regular-se pelo maarimo <strong>da</strong> pena commina<strong>da</strong>, e não pela<br />
pena imposta pelo arbitrio do juiz.<br />
<strong>Lisboa</strong>, 7 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1876, -Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Seabra -<br />
Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fornos - Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alves <strong>de</strong> Sa - qmpos Benri-<br />
ques -Pereira Leite. - Fui presente, Sequeira Pinto.<br />
Prisiio maioir eom trsbslhr t -em qmanta nSia<br />
ãomver esUBeleciaientoe praprios papa o<br />
trsbalbo dos presas, <strong>de</strong>ve esta gema ier<br />
sabstItd<strong>da</strong> pele <strong>de</strong>greão sgganvado.<br />
peipie : - nas semtemte+@ ãeve em rtl tcnnintira<br />
fazer-se fi saBsgibn2çfiu <strong>da</strong>s adoptadns ma<br />
Nos antes crimec: Ba relaqao do Porto, comarca <strong>de</strong> Coinibra, re-<br />
corrente O miaistyio publico, r.>torrido Antonio Vieira, se<br />
proferiu o aceor<strong>da</strong>o seguinte :<br />
Aceor<strong>da</strong>rn em conferencia os do conselho no supremo tribunal<br />
<strong>de</strong> justiaa, etc.<br />
Mostra-se d'estes autos <strong>de</strong> recur~o <strong>de</strong> revista, em que é rewrrente<br />
o ministerio publico, e recorrido Antonio Vieira, viovo,<br />
<strong>de</strong> cineoenta e cinco anoos, carpinteiro, natural <strong>de</strong> VilIa<br />
Real, e reai<strong>de</strong>nie em Caimbra, ter sido o rèo querelado, accnsado<br />
e convencido <strong>de</strong> facto <strong>de</strong> haver cnmmettido em Coimbra<br />
na noite <strong>de</strong> 4 para 5 <strong>de</strong> junha <strong>de</strong> 1873 o crima <strong>de</strong> rouba, entrando<br />
por meio <strong>de</strong> chaves falsas na loja <strong>de</strong> Therees Pessoa. qne no<br />
auto <strong>de</strong> corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licio fl. B <strong>de</strong>clarou não morar :in!:. arrombando<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> loja nrn banco on caixão qne alIi tiavia, e rirandn-lhe<br />
cousaç no valor <strong>de</strong> 1Ei0100D reis. A querela foi <strong>da</strong><strong>da</strong><br />
com fun<strong>da</strong>mento no artigo 5.0 <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> i <strong>de</strong> jnlho <strong>de</strong> 1867, reforma<br />
penal, e no artigo 43%~ do codigo penal.<br />
A sentença d_a 4: instancia, julgando prova<strong>da</strong> a accusação<br />
em vista <strong>da</strong> <strong>de</strong>cisao affirmativa do jury, con<strong>de</strong>mnou o r80 em<br />
tres anoos <strong>de</strong> prisão maior eellular, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> cinco annos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>gredo para Africa, i.= classe, e alternativamente na pena <strong>de</strong><br />
Lrabalhos publicos por qainze annos, consi<strong>de</strong>rando-u reinci<strong>de</strong>nte<br />
por constar do certificado do registo criminal fl. 51, que elle hayia<br />
sido ccn<strong>de</strong>mnado em Coimbra em Ires andos <strong>de</strong> prisão cor-<br />
reecional por sentença <strong>de</strong> li <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1868, por um crime<br />
<strong>de</strong> farto, fazendo por este modo applicação dos arligos 8.5% 86.0<br />
e 433.0 do codiao oenal.<br />
O accordãõ recorrido t. 87 coníi rmou a sentença em quan-<br />
to julgou prova<strong>da</strong> a âccnsação, mas alterou-a qnanto 9 pena <strong>de</strong>-<br />
clarando não haver a reinci<strong>de</strong>ncia, vista a diversa natnreza dos<br />
crimes <strong>de</strong> que o réo foi convencido, e não serem applicaveis ao<br />
caso o artigo 5.0 <strong>da</strong> reforma penal, e o artigo 835.0 do codigo,<br />
por se tratar <strong>de</strong> um ronbo Biio por nma pessoa só, e fora <strong>de</strong><br />
qualquer dos locaes <strong>de</strong>clarados no n." 3.. do artigo 434.; e jul-<br />
gando spplicaveis ao caso d'esteç autos o artigo 8.0 <strong>da</strong> cita<strong>da</strong> re-<br />
forma penal e o correspon<strong>de</strong>nte artigo 437.0 do codigo, irnpoz<br />
ao reo a pena <strong>de</strong> cinco annos <strong>de</strong> prisão maior celluiar e aiterna-<br />
tivamente do nove annos <strong>da</strong> prisiio major com trabalho, mas sem<br />
a substituir, invocando para jsso O artigq 2l.o do regulamento<br />
<strong>da</strong>s cad&as <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenibro <strong>de</strong> 4879. E d'este accordão, que<br />
vem este recurso <strong>de</strong> revista interposto pelo ministerio pn-<br />
biico. E consi<strong>de</strong>rando, que no dito regalamento se não <strong>de</strong>clara<br />
que por ora tenbamos estabelecimentos proprios para o trabalho<br />
obrigatorio dos r8os con<strong>de</strong>mnados, regulando-se n'elle sómente<br />
a policia <strong>da</strong>s cadbas em geral <strong>de</strong>baixo <strong>da</strong> inspecção superior do<br />
governo, e procurando-se prornnver, que n'ellas hajam meios: <strong>de</strong><br />
eslabelecer os trabalhos :arcados dos eon<strong>de</strong>mados, sobre o que<br />
nem são eãequiveis as insrruc~õct; pedi<strong>da</strong>s aos procuradores re-<br />
gioq emquaofo não se mostrarem approt-a<strong>da</strong>s pelo governo, como<br />
é <strong>de</strong> v& <strong>da</strong>s artigos i&.* e 37.0 do mesmo regolamento;<br />
Consi<strong>de</strong>rando quanto E expresso no artigo 99." do codigo<br />
penal, que a pena <strong>de</strong> prisão com trabalho seja substitni<strong>da</strong> pelo<br />
<strong>de</strong>gredo apgravado emquanto não houwrcm os estabelecimentos<br />
p roprios para oe trabalhos dos presos ;<br />
Consi<strong>de</strong>rando, que náo e menos expressa no artigo 6kD <strong>da</strong><br />
reforma psual a obripaçio <strong>de</strong> em alternativa se sutiatilairern as<br />
penas n'ella adopta<strong>da</strong>5 pelas do codigo penal, em quanto não fõr<br />
competentemente <strong>de</strong>clarado em inteira execução o noso syste-<br />
ma <strong>de</strong> penas e prisões ;<br />
Consi<strong>de</strong>rando, que, nao tendo ain<strong>da</strong> sido publica<strong>da</strong> esta ín-<br />
dispensavei <strong>de</strong>claração, subsiste a obrigação <strong>de</strong> substituir a pe-<br />
na <strong>de</strong> prisão maior com trabalho segundo o eodigo penal, o qne<br />
no accordão recorrido não foi cumprido :<br />
Portanto, conce<strong>de</strong>ndo a revista pela menos exacta applica-<br />
$ <strong>da</strong> lei, e DOS termos do ariip 1.0, 5 9: e do artigo 3: <strong>da</strong> lei<br />
e 19 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> i8h3, annullam o accordão recorrido e<br />
man<strong>da</strong>m baixar os autos a mesma relação d'on<strong>de</strong> vieram para<br />
n'el1a por diversos juizes se <strong>da</strong>r a lei o <strong>de</strong>vido enmprimeoto.<br />
<strong>Lisboa</strong>, i9 <strong>de</strong> novembro <strong>da</strong> 1875. - Oliveira - Pereira Lei-<br />
te - Rebello Cabra1 - Xenezes - Si Vargas. - Presente, Vas-<br />
ooncel1os.<br />
(D. do G. L7 <strong>de</strong> 4876).