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P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

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43% ACCOMAOS DO SUPREMO<br />

Mostra-se, finalmente, que os recorridos pe<strong>de</strong>m a herança<br />

<strong>de</strong> JosB Paes <strong>de</strong> Figueiredo, fon<strong>da</strong>dos na clausnla <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> escriptura,<br />

e na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> parentes em grau mais proximo. A<br />

acção fui julga<strong>da</strong> proce<strong>de</strong>nte e prova<strong>da</strong> pelo accordão fl. 2.%,<br />

contiimado sobre embargos palo <strong>de</strong> I]. h03, <strong>de</strong> que vem interposto<br />

e apresentado em tempo o recurso <strong>de</strong> revisa ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando qw todos os contralos matrimoniaes a reapeito<br />

dos bens dos ronjnges são validos, nos temos <strong>da</strong> or<strong>de</strong>nafío,<br />

livro 4.0, tituio 46.0 principio, comtmio que não sejam ofensivos<strong>da</strong>s<br />

ieis imperativas ou prohibitivas, nem dos bons costnmes<br />

;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a clausula <strong>da</strong> escrigtura ante-nupcial,<br />

fnn<strong>da</strong>menlo dá acgão, offen<strong>de</strong> as leis que regolani a or<strong>de</strong>m legal<br />

<strong>da</strong> succeesàu dos her<strong>de</strong>iros legitimarios, expressaniente <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />

na or<strong>de</strong>nação? li~ro I.q litdos 8Z.0, 9i.4 principio e<br />

96.O principio ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a referi<strong>da</strong> clausnla é contraria aos bons<br />

costumes, porque sendo a suecessão legiriinaria reciproca entre<br />

ascen<strong>de</strong>nte? a <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, privava os !iap.s <strong>da</strong> succ~?ssào dos<br />

filhos, po<strong>de</strong>ndo estes succe<strong>de</strong>r na harancs dos paes ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que por rnaior favor que as leis conce<strong>da</strong>m<br />

aos contratos matrimoniaes sobre os bens dos conjuges, não auctorisam<br />

as convengóes que alterem a or<strong>de</strong>m legal <strong>da</strong> successão<br />

legitirnarin, por ser objecto <strong>de</strong> interesse e or<strong>de</strong>m publica;<br />

&risi<strong>de</strong>rando que este era ja o ii.,.-o direito antigo, hoje<br />

bem expresso nos artigos i :096.\ I: i'i.::' e 1:969.0 do codigo<br />

civil :<br />

Por offensa <strong>da</strong>i leis cita<strong>da</strong>s conce<strong>de</strong>m a revista, annullam<br />

a <strong>de</strong>cisio <strong>de</strong> direi!o dos accord5os recorridos EI. Sãk e 403, nos<br />

terrntis iio aimLig:i s 2.0 ila lei <strong>de</strong> 19 tlt? <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> i843,<br />

P maailan~ qii~ 05aautoii iiaixcm i i-elac5!~ do P,irto, para qac sr:<br />

dê o dcriúo cuuiprimttata a li:! por /j:ffereiitas jnizas. -Campos<br />

Hanrique:: - T'iseonùe <strong>de</strong> Blved a:? $:i - Yiaeondil <strong>de</strong> Seatrta -<br />

Agoi[a:. - Pui pr.~si.nti: Seijrr~!i-+~ oin:o.<br />

(D. do G. n." 180 <strong>de</strong> 1877).<br />

Tesitemnnha em eaanta crlaeintil: - n?io poEe<br />

uer eeano $a& iaqnirbdt, quem pa~%icfgo~ o<br />

crime em ju-h@.<br />

Quesiltos cm omsia c-%riirimri : - <strong>de</strong>vem ppe-<br />

por-se aa jury sobre a materta &a <strong>de</strong>fezni<br />

we~baP.<br />

Mos autos crimes <strong>da</strong> rela@o dos Aeores (comarca <strong>da</strong> Ribeira<br />

Gran<strong>de</strong>), reeorrenrr: Manoel correia <strong>da</strong> Silva, continuado por<br />

Manoel Correia Carlota, recorridci o rninisterio publico, se pro.<br />

feria o accoi'dão segainte :<br />

Awr<strong>da</strong>rn em conferencia os do conselho oo supremo tribunal<br />

<strong>de</strong> justiça :<br />

Em audiencia geral <strong>de</strong> jolgamento crime a que no juizo <strong>de</strong><br />

direito <strong>da</strong> comaroa <strong>da</strong> Ribeira Gr-<strong>de</strong> se roo<strong>de</strong>u cootra o recorrente<br />

e outras, em eunsoyocncia <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong>spscbo <strong>de</strong> fl. kiC<br />

ter sido julga<strong>da</strong> iuiqua a <strong>de</strong>cisão do jnry <strong>de</strong> 8. COO, que <strong>de</strong>ra<br />

por uão provado u crime <strong>de</strong> que se traia. Deduziram os réus a<br />

fl. li8 sua <strong>de</strong>reza verbal : s bem assim reqaereram não fosse<br />

inqniriùa como testeisunha <strong>da</strong> accusação &ria Julia La<strong>de</strong>ira<br />

pela cireumstancia <strong>de</strong> ter sido quem dois anuas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> perpetrado<br />

o facto incrimioado, 6 sobre o goal tinha havido pracesso<br />

e con<strong>de</strong>mnação, veio expontaneamente <strong>da</strong>r sobre o mesmo<br />

a <strong>de</strong>nuncia <strong>de</strong> 8.101 v. Esto reqnerimento foi <strong>de</strong>sttendido palo<br />

juiz e d'esse in<strong>de</strong>ferimeuto se interpoz aggravo no auto do processo<br />

a 17. 459. Proferi<strong>da</strong> senteoca contra o recorrente e outro,<br />

e absolvidos os rtíais, subiu o firocesso a rela@o do ãistricto,<br />

que pelo accordào <strong>de</strong> O.'b68 <strong>de</strong>saEtoni!au por maioria o aggravo<br />

no auio do processo, e em segui<strong>da</strong> proferia o accordão <strong>de</strong> fl.<br />

474 v. <strong>de</strong> que provem o presente reCKCSo;<br />

dtlendcodo, porkm, a pae B expresso no artigo Q ~ . Q <strong>da</strong> reforma<br />

jiidieial que não serãa inquiri<strong>da</strong>s por testemunhas as .. .<br />

nem as que pariiciparern em juizo t~ crime. Disposiçàn esta ciin-<br />

~ipna<strong>da</strong> ja na severa e antiga Iegi:.la$ã(~ parria criminal do livro<br />

So, o intsrgiosto aggravo no auto io processo linha por sem duuirla<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro firo<strong>da</strong>menlo lqal para ser cfererido affirmativamentp<br />

;<br />

Attçucendo a qae G cicyi>l~;~.iu d'esta tosremunha produzi<strong>da</strong><br />

para ilqdr, como aa :ea!iffai,:: <strong>de</strong>ynz no [ilenario, zanto<br />

inais importante se toclava, G goteri~ influir na consciencia<br />

ilo': jurados, qiianto B certc, qae es.sa longa e inqualificarel <strong>de</strong>nuncia<br />

ùe E. $08 v. a E. i$I é acoberra<strong>da</strong> com r) manlo <strong>da</strong> ?eiigi5o<br />

aconselha<strong>da</strong> (diz *!!a) pelo seu torifes:-ùr <strong>de</strong>pois tie turua<strong>da</strong><br />

a sagra<strong>da</strong> couirnnnhão;<br />

dtreaiiendo, finalmente, a qne havendo o recorrente [irodozido<br />

pua <strong>de</strong>feza verbal, dias imgortantissima sobre a qual se<br />

não Iiropoz ao jury um unieo que~ito que zentio <strong>da</strong>dos prir este<br />

como provados diriiiiiriam o crimo ou attenoariarn a crr:iiinsliilaile,<br />

conlraviodo-se assim o artigo 1:1&!3.* <strong>da</strong> rcfitrma judicial<br />

e o n." 14.O do artigo 13.0 <strong>da</strong> lai <strong>de</strong> 48 <strong>de</strong> jalho <strong>de</strong> 18%, p.40<br />

exposto :<br />

Conce<strong>de</strong>m a revista, e na conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> t%3, julgam nullo todo o processado e julgado n'estes<br />

autos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a andiencia geral <strong>de</strong> Q. 438 em dianie, e man<strong>da</strong>io<br />

que os mesmos baixem a 1.' rnstancia para ahi se seguirem<br />

os <strong>de</strong>vidos termos legaes.<br />

<strong>Lisboa</strong>, 20 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1877. - Agnilar. -- Viscoa<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Ah9s <strong>de</strong> Sa -Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> S~ebra, v~ncidn - Campos Hunriques<br />

- Tem voto do conselheiro Condi, <strong>de</strong> Fornoe, Agnilar. -<br />

Fui presente, Sequeira Pinto. (D. ik, G. S.* 188 dc 1877).

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