P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
~BParn altera<strong>da</strong>s com alguma sabstancia nociva a sauae, ou<br />
ain<strong>da</strong> levemsnle altera<strong>da</strong> oa <strong>de</strong>teriora<strong>da</strong>; e no caso negativo, se<br />
serão menos proveitosas <strong>da</strong> que as ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras <strong>de</strong> Dehaut, aos<br />
fins iberapeuiiws a qae são <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s.<br />
A isto oppox-se o rwomido com a petição fl. 76, allqando<br />
qne elle só requeria nm processo correccional ; qne a promoção<br />
&o mioisterío publieo+ia <strong>da</strong>r ao caso proporgões mais extensas<br />
do que elie qi?eria; qoe <strong>de</strong>sistia <strong>da</strong> parte relativa a eontrabe-<br />
$0; e finalmente ue requeria unicamente a continoação do<br />
processo, guan1.10 i !alsihaP. E ;pesar <strong>da</strong> vigorosa C lega811 Impugnarão<br />
do ministerio pa Iico 0 77, sobreveio o <strong>de</strong>spacho 8.<br />
78, obrando por nma <strong>de</strong>sisteacia reqneri<strong>da</strong>, e atB hoje não, acsigna<strong>da</strong><br />
nos autos, man<strong>da</strong>ndo prosegnir no processo correcciooal,<br />
e <strong>de</strong>terminando que, sem prejuizo dos termos ú'elle, se proce<strong>de</strong>sse<br />
ao eszme pedido pelo ministerio publico, parte publica e<br />
principal nos antoa, segundo o artigo 1.0 do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> i859, para, segando o resulta<strong>da</strong> do exame, servir<br />
<strong>de</strong> base a ontras aecusa$es do recorrente contra o disposb no<br />
artigo 87.0 do codigo penal, ç! na artigo 1173.0 e parallelos <strong>da</strong><br />
noviisima reforma judiciaria, que man<strong>da</strong>m accnmular to<strong>da</strong>s as<br />
accnsaçòes exislentss contra o mesmo indivi<strong>da</strong>o, embora provenientes<br />
<strong>de</strong> betos diversos, para serem julgados jnnkrnente a punidos<br />
COIU ama $6 pena.<br />
Asoiin, paiR, foi julgado correccionalmente o recorrente na<br />
sentença 8. i l.b, qqu~ Ihi a-plieon a maximn <strong>da</strong> peria do arrigo<br />
230.0 § 2.O <strong>da</strong> eudign pianal- trrs rnezes <strong>de</strong> prigào. grn grao <strong>de</strong><br />
aypellapào o nc~orilàci fl 160 v. julguu competentrz o meio, bom<br />
o processo, e reiluziii a pena ao rniriiirio - um mez dc prisão.<br />
A ti, 16; ltd crn i~oipo interposlo este recurso, apresentado a R.<br />
171 no prazo Irgal.<br />
Cond<strong>de</strong>rando, porGm, que nos <strong>de</strong>spachos 8. 78 e 0. 80 v.,<br />
como no accordão fl. 163 r., houve visível excesso emse susteniar<br />
a competenoia correccional, porque na prtiçào fl. 2 se accosava<br />
o recorrente du expbr a ven<strong>da</strong> publica pilnlas contrafeitas <strong>da</strong>s<br />
purgativas inveuta<strong>da</strong>': pelo recorrido, com viola~io dos seus privilegio~<br />
e marcas, e se pedia a applicação <strong>da</strong>s punas dos artigos<br />
330%: 8 9.0, e 459.0 do cudigo penal, aa quaes, ~io<strong>de</strong>n<strong>da</strong> elevar-se<br />
at8 a mulla <strong>de</strong> 3005080 reis, estavam fóra <strong>da</strong> alça<strong>da</strong> eorreccio-<br />
nal, segundo o artigo 7.0 do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1854,<br />
e artigo Iam <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1893, o qlte bastaria para<br />
legitimar este recurso, conforme o artigo 1262.' <strong>da</strong> aovissima<br />
refornia jndíciatia; excesso que se aggrava aia<strong>da</strong> : f .q pejo fa-<br />
cto <strong>de</strong> se ter <strong>de</strong>lerido o reqnerimento do recorrido a fl. 76, não<br />
obsilniw a vigorosa e legal irnpngnaç5o do ministerio publico fl.<br />
77, sciailindo-se o objecto <strong>da</strong> accu..acão proposta na paii.50 ini-<br />
eid n, 2 ; %.a, pelo facw <strong>de</strong> se não coruple~ar n'esles autos o cor-<br />
po <strong>de</strong> <strong>de</strong>lícto por meio <strong>da</strong> ana!yse cbimica, e exame medico-le-<br />
gai, como promoveu a ministerio pnblico, parte publica e prin-<br />
cipal nos autos, a que <strong>de</strong>viam submetler+e amas e outras pr-<br />
f<br />
lulas par Uiva a esmo expostas a ven<strong>da</strong> pablica, neeessario<br />
para veri nar, ião só as incrimioa es aiiegn<strong>da</strong>s s R. 8 como<br />
puni<strong>da</strong>s pelos artigos 2W0$ 1.. e$. do eodigo penal, mas as<br />
dos artigos 24R.4 949.0 e 4 10 do mesma codigo, <strong>da</strong>s puni<strong>da</strong>s<br />
Wm penas exclosivas <strong>da</strong> jurisdicção eorrecdolial; 4 'J, e Baalmente<br />
porque antes <strong>de</strong> completado assim o wrpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ticto, era<br />
pelo manos iniempestivaa <strong>de</strong>terminação do processo,-s fiiro competente<br />
para cooheeer <strong>da</strong>s accnsaQóes feiras na peiipo ti. ?, nem<br />
podia man<strong>da</strong>r-se prme<strong>da</strong>r em processo separado ao tal examn<br />
para, seguodo os resultados d'elle, se instaurarem accnçaç5es<br />
separa<strong>da</strong>s, tomo o recorrido pebiu a 0. 76, e se mandou a fl. 78,<br />
porque ora isso tra~stornar a or<strong>de</strong>m Iogal do processo instaurado,<br />
e sujeitar o recorrente a diversas aeousações e penas,<br />
cum v~olação do artigo 87,: do codigo penal, e do artigo 1173.O<br />
<strong>da</strong> novisutrna reforma judictarii, qne Ihe confere o direito <strong>de</strong> se<br />
lhe acturnularem to<strong>da</strong>s as accusaçõeq e <strong>de</strong> %%r julgado e punido<br />
por to<strong>da</strong>s juntamente, e coni urna d peoa.<br />
E coasiilerarilo agora, yue o recorrido, dizendo-se rnebioo<br />
e pharmaceutieo francez, unem sequsr aliegou, gae estrvesse babilitadv<br />
crlmyaleuiernenk para exercer Iicitaiiiente em Píirtugal<br />
qualquer d'esias profissãe3, que em to<strong>da</strong> a parle <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> titalo;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que <strong>da</strong> mesma hrmn não allegon que tivesse<br />
pririlegio <strong>de</strong> invanqào <strong>da</strong>s suas pilulas purgativas applicaveis a<br />
%mo, e nem mesmo para assim as erpiir a vea<strong>da</strong> publica, fazendo<br />
d'elias um commarcio illicito, na faÍta <strong>da</strong> indi~pensavel<br />
liceop. Em PorLogal n5o @<strong>de</strong> sar medico, cirurgião, boticario<br />
ou pharmaceatico quem quer : ha do habilitar-se previamente<br />
pelas escolas portuguszas, e ter o competente diploma, nos termos<br />
do <strong>de</strong>creto cam força <strong>de</strong> Ie'<strong>de</strong> 3 dc janeiro <strong>de</strong> i833,. artigo<br />
16.0 n.OS 10 e 1% et <strong>da</strong> mais k$dl~p?ii0 arlt~rior e po4erinr; o$<br />
oharmaceutizos e boticarios só podãni ven<strong>de</strong>r stim receita <strong>de</strong><br />
bted~co os medicameatos <strong>de</strong>clarados no ciaerelo <strong>de</strong> 47 <strong>de</strong> setembro<br />
<strong>de</strong> 1659, enire 06 quaes se não mrncionaui pPuLã6 purgativas<br />
<strong>da</strong> sua invençãu, e aliplicavei.; a es!iiu; o coriirnaicio be taes<br />
remsdios, consi<strong>de</strong>rados secretos, applicatlos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntement~<br />
<strong>de</strong> receita <strong>de</strong> medico habilitado para curar em Purtugal, é illicito,<br />
salvo prece<strong>de</strong>ndo lieença, conhrrne o regulamento <strong>de</strong> $9 <strong>de</strong><br />
janeiro <strong>de</strong> 9864, auctoriaado na Ici <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1837 ;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que na auseocia <strong>de</strong> privitqio <strong>de</strong> ioven@o<br />
<strong>da</strong>s suas pilolas prirgalivas, e <strong>de</strong> Iicenp para as expor á ven<strong>da</strong><br />
publica, seria licito a rodos imital-as, e cunlrafazel-as segando o<br />
artigo Li67.O do cdigo civil, se laes pilulas po<strong>de</strong>ssem ser objecto<br />
<strong>de</strong> cornmercio ou iodustría livre e licita, no qae não haveria<br />
crima nenhum, e Frn por consequencia fun<strong>da</strong>mento para um<br />
procedimento criminal qualquer ;<br />
Consi<strong>de</strong>rando, qoe as leis portugaezas, protegendo como <strong>de</strong><br />
razão, as industrias e commereio licito, negam igual pmlecçâa<br />
ao commeroio e in<strong>da</strong>strias Illicitas, artigo 615,0 do codigo civil ;