11.05.2013 Views

P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

elle o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>iicto, e o jniz <strong>de</strong> direito <strong>de</strong>ferindo a esle requerimealo,<br />

assim o fez, <strong>de</strong>clarando por <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> fl. I1 qae<br />

havia por cooatituido o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto :<br />

Te-se ain<strong>da</strong> que, <strong>de</strong>pois d'isto <strong>de</strong>u o arinisterio pnblico querela<br />

pelo crime <strong>de</strong> conlrabando <strong>de</strong> tabaco contra o recorrente e<br />

dois outros, tendo sido pronuociado siime~rte o recorrente, o qual<br />

lendo requeribo fiança e não Ihe tendo sido concedi<strong>da</strong> no juizo<br />

<strong>da</strong> 4: instancia, recorreu por aggravo para a reIai:?.l. aon<strong>de</strong> não<br />

obteve provimento, recorrendo <strong>de</strong> revista do aceor<strong>da</strong>o que lh'o<br />

negou ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando, por& cloe o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>Iicto 8 a base essencial<br />

du processo crime, o qual não pó<strong>de</strong> existir sem elle, e .qqe<br />

do requerimento do miniçterio publico, para se jul, oar consrtrutdo<br />

o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto, e do <strong>de</strong>spacho que assim o jnlgoli, resulton<br />

ficar o processo sem corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> alguma,<br />

e consegnintemenfe sem base nem fun<strong>da</strong>mento para po<strong>de</strong>r existir;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que i, aato <strong>de</strong> appreheosão a que mandou proce<strong>de</strong>r<br />

o director <strong>da</strong> albn<strong>de</strong>ga <strong>da</strong> Horta não t5 corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>liclo,<br />

como parece ter entendido o ministerio piiblico, segando se vê<br />

dos termos <strong>de</strong> qne se serviu em seu reqnerimento <strong>de</strong> fi. 19;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que nenhuma lei auetoriaa os directores <strong>da</strong>s<br />

alian<strong>de</strong>grs a bzerem corpos <strong>de</strong> <strong>de</strong>iicrn que possam servir <strong>de</strong> base<br />

aos processos crimes, e a que remeliidos por clles ao juizo<br />

respectivo os processos <strong>de</strong> apprehensãci, tem sempre os juizes<br />

rigorosa obrigaçào <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto, e <strong>de</strong> examinar<br />

se na appretiensao e procedimento com os objectos apprehendidos<br />

se observaram as disposições <strong>da</strong> !ai ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que no caso dos autos eram as altribnições <strong>de</strong><br />

director <strong>da</strong> alfandqa <strong>da</strong> Horta limira<strong>da</strong>s e restriclas, não po<strong>de</strong>ndo<br />

fazer ouira verificação qile não fosse a dos sellos e cintas estarem<br />

intactos, e não terem sido qnebrados e rasgados, porque<br />

assim se <strong>de</strong>termina rio artigo 93.0 do <strong>de</strong>creto regulamentar <strong>de</strong><br />

2% <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1868, visto que todos os volnmes dos tabacos<br />

apprehendidos tinham sido reniattidos com bo<strong>da</strong>s as cireumstancias<br />

e lormali<strong>da</strong>ùes exigi<strong>da</strong>s nos artigos 83.0 e 4h.0 do rnencionado<br />

<strong>de</strong>creto, corno se vè do <strong>de</strong>spacho <strong>da</strong> alfandrga <strong>de</strong> Poeta Detga<strong>da</strong>,<br />

junt?i a fi. 19, por <strong>de</strong>5pacho do jiiiz <strong>de</strong> direito, a quem foi<br />

remeuido por copia pelo director <strong>da</strong> albn<strong>de</strong>ga <strong>da</strong> Horta;<br />

Considsrando que este dircetor <strong>da</strong> alfan<strong>de</strong>pa não só se não<br />

limitou a Fazer o que unicamiinte era <strong>da</strong>s suas attribuifue., em<br />

vista do referidu artigu93.', nias nem rratou ùw fazer a verifica-<br />

@o <strong>de</strong> qne alii se trata, como os autos mostram negativamente ;<br />

e apenas os Iabams foran <strong>de</strong>srmbarcados, mandou logo, arbitrariamente,<br />

abrir todos os ~olumes, não fazendo caso algnm <strong>da</strong> disposição<br />

<strong>da</strong> lei, que Ih'u prohibia, enten<strong>de</strong>ndo que a <strong>de</strong>ouncia, que<br />

disse ter tido, o auctorisava a fazer tudo quanta imaginasse, chamando<br />

sobre si, com o seu prucedimento contrario a lei, uma<br />

gran<strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ;<br />

Y~Ç~O<br />

Consi<strong>de</strong>rando. porem, que todo quanto se faz coma a dis<strong>da</strong><br />

lei 6 oiilla e <strong>de</strong> ne~boro cB*to, assim ficou sendo to-<br />

O quaniu sobre este objerto foi praticado na alfandqa <strong>da</strong><br />

Horta ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o djrector <strong>da</strong> alran<strong>de</strong>ga não tendo na lei<br />

disposifão alguma em que po<strong>de</strong>sse fun<strong>da</strong>r o sen <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> fl.<br />

19 no qual julgou proce<strong>de</strong>nte a appreheosno, foi arrastar a do<br />

nP 10.0 do artjgo 46.0 do rehrido <strong>de</strong>creto regulamenlar, a qaal<br />

nenhuma applicaqZo tain ao objecto <strong>da</strong> que se trata aos autos,<br />

pois que tratando-se n'este artigo do <strong>de</strong>scaminho <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong><br />

tabaco, togo no n.O 2.0 se v& expressamente que só se trata dos<br />

tabacos encontrados em transito fjra <strong>da</strong>s circrims6aricias ou sem<br />

os riquisitos em que eIie Ihcs é perrniitido, na f~rrna dos artigos<br />

63.' e Bk.', e os Labacos apprehendidos tinham sido rernetlillos,<br />

ein harrnauia com o disposto n'esses artigos, euino os autos moa-<br />

Lrani, nem o director <strong>da</strong> alfan<strong>de</strong>ga <strong>da</strong> Horta o coolesLa, e nenhuma<br />

applirnicão tinha, por isso, a eHes tal disposipão;<br />

Consi<strong>de</strong>rando qae a portaria <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> agasto i16 I875 encar.<br />

regoo as alfaridrgas do Funchal, bagi'a, H(iista e Ponta Delga<strong>da</strong><br />

a inspecqão r tiscalisa$iÍo <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as dispoçigòe.4 do reguiainen.<br />

to <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zemliiu ile 186k, relativas a impui'ta$ão, fabrico e<br />

ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> tabacos, e que, eni iiincio <strong>da</strong> direcção geral <strong>da</strong>s alfan<strong>de</strong>gas<br />

<strong>de</strong> 64 do referido mez r anuo, se <strong>de</strong>ram inslrueções aos<br />

respeetiros dii.ectcirea, em harmonia com as suas disposições,<br />

man<strong>da</strong>ndo-se que na alfandoa, para on<strong>de</strong> se fizer a exportação,<br />

se proce<strong>da</strong> a verificar se a cjuantidn<strong>de</strong> e qualitla<strong>de</strong> dos tabacos<br />

qne se <strong>de</strong>signar em ca<strong>da</strong> uni do-: volumes eali em harnionia-eom<br />

a nola que <strong>de</strong>ve armulianhar o <strong>de</strong>q,acho <strong>da</strong> expoilação, a qual<br />

<strong>de</strong>ve ser feita pelo empregaiin, que para esse fim se man<strong>da</strong> nomear,<br />

e que <strong>de</strong> qiiaiq~ier difíerenca que si: encontrar se d& conbacimenro<br />

h alfan<strong>de</strong>ga por on<strong>de</strong> teve logar ;i nxy~rt;iç$o, a Em<br />

<strong>de</strong> por alli sc impor a responsabiliriadc ao eri>pre.cado, se porventura<br />

lhe pertencer, é evi<strong>de</strong>nte, :,'estas ciiaiiinstancias, qce,<br />

se se <strong>de</strong>sse cainpriinenio a esta portaria e officio- e SR enoontrasse<br />

qualquer di ITerenca, era na :ilfaní!Pga do Pon [a Delgaila<br />

por on<strong>de</strong> se havia iiroce<strong>da</strong>r' por ser pur (:lia que se fez a exporlaqão,<br />

6 n%u podia Iiaver pela alf&uJi=ga <strong>da</strong> Iiiirta procedimento<br />

<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> alguma: piiríjur: tci<strong>da</strong> ;i fi~caiisa@o esh a<br />

cargo <strong>da</strong> alhn<strong>de</strong>ga por' on<strong>de</strong> se faz a errini-ta~7o;<br />

Portanlo, em vis13 do ox~jci:to, conbirriiaodo-se com as disposi~ões<br />

<strong>da</strong> Itri <strong>de</strong> 59 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1843, artigos 1.' e E.", e.<br />

ju!gaudo <strong>de</strong>íiiiitivanieiile siibre ternios e k~riiidi<strong>da</strong>ilas do proeesw,<br />

conce<strong>de</strong>m a revista, julgaria niillo tu110 o processo e rnan<strong>da</strong>m<br />

reri~etter os autos ao juizo <strong>da</strong> 1.. instaucia, para os effeitos<br />

legaes.<br />

<strong>Lisboa</strong>, 3 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1876. - 3lenezes - Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fornos<br />

- Oliveira - Rebelio Cabra1 - Sa Vargas. - Fai presente,<br />

Vasconcellos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!