11.05.2013 Views

P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Frzem<strong>da</strong> nrcieeal : - tem o domfato e posse<br />

civil dos bencs <strong>da</strong>s or<strong>de</strong>uo relfgSosaip extioc~s,<br />

emqaanto niie nllenados peles meios<br />

Legaem.<br />

Nos aaoios civeis <strong>da</strong> relação <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, recorrente o con<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Silvã, recorri<strong>da</strong> a fazen<strong>da</strong> nacional, se proferiu o accordão se-<br />

gninte :<br />

Accor<strong>da</strong>m em conferencia os do conselho no supremo tribnna1<br />

<strong>de</strong> justip:<br />

$ n'estes autos remrrente o con<strong>de</strong> <strong>da</strong> Sitvã e recorri<strong>da</strong> a<br />

fazcn<strong>da</strong> nacional ;<br />

O recorrente no libello fi. 7 ÍnsDnrou nma acção <strong>de</strong> reivindica@~<br />

contra a recorri<strong>da</strong>, allegando que na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

snccessor <strong>de</strong> sens antepassados era senhor <strong>de</strong> dois qnadros, um<br />

que se dizia original <strong>de</strong> Rnbena, representando a resurreição <strong>de</strong><br />

Jesus Cbristo e outro sem anctor conhecido representando a adorago<br />

dos Ires Reis Magos, quadros que se achavam no caro<br />

<strong>da</strong> igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Jesus, para on<strong>de</strong> tinham sido<br />

transferidos a pedido dos fra<strong>de</strong>s, e com licença <strong>de</strong> am dos sens<br />

antepassados, <strong>da</strong> capella <strong>de</strong> Santo Antonio que em os seus adornos<br />

era proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos sens antecessores, pedindo em conclusão<br />

a restitaiç50 dos ditos dois qnadros;<br />

A fazen<strong>da</strong> pelo seu representante contestou a €I. 88, princiriiarido<br />

entre outras cousas por oppôr a excepção <strong>de</strong> parte illegiiima,<br />

para ser contra elIa unica e principalmente proposta a<br />

reivindicaçào ; o juiz <strong>da</strong> I a instancia na sentença fl. 281, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> nm relatorio minnciaso dos autos, concluiu por conhecer<br />

préviamente, como <strong>de</strong>via, <strong>da</strong> cxcepçio <strong>de</strong> parte não legitime, e<br />

absolveu a recorri<strong>da</strong> <strong>da</strong> instancia fnn<strong>da</strong>do na portaria <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 1835, certidão fl. 216, expedi<strong>da</strong> pelo ministerio <strong>da</strong> jasrip<br />

ao car<strong>de</strong>al patriarcha <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, or<strong>de</strong>naodo-lhe a transierencia<br />

<strong>da</strong> igreja parochial <strong>da</strong>s Yerc4s para o templo <strong>da</strong> igreja<br />

<strong>de</strong> Jasns, o qne foi cumprido ecclesiasiieamente pzlo auto constante<br />

<strong>da</strong> ceriitii.) a. 217 ;<br />

O aeeurdio recorrido 8. 9% mconfirmou a dita sentenp, ficando<br />

assim restrieta a questão a resolver por apnra n'estes autos,<br />

a saber sa a fazen<strong>da</strong> por effeito d'aquslla portaria per<strong>de</strong>u a<br />

pusse dos h- que foram dos fra<strong>de</strong>s, e eeepeciaimente dos dois<br />

anadros conteneiosos . . -. i<br />

E vistos e relata& os autos e discuti<strong>da</strong>s as conctnsões <strong>da</strong><br />

minuta <strong>de</strong> â 268 ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando IIIII. o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 183k, extinguindo<br />

as or<strong>de</strong>ns ri.ligiosas, inrotporou no artigo 2.' todos os<br />

sens bens nos proprios <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> nacional, d'on<strong>de</strong> resulta que<br />

o dominiu e a posse civil d'rllrs oào pó<strong>de</strong> ser aliena<strong>da</strong> senão pelos<br />

meios <strong>de</strong>terminados nas le~': respectivas ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a portararia <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1835 não<br />

wdia alienar o dominio e posse <strong>de</strong> quaesqner bens do extincto<br />

mosteiro <strong>de</strong> Jesos, nem effwtivamente o fez, como d'alla mesma<br />

se vê, limitando-sh a transferir para a paroohia <strong>da</strong>s Merds a<br />

administração do ternplo respeclivo, sem por esse facto per<strong>de</strong>r<br />

o dominio nem a posse do dito templo, e <strong>de</strong> qnalquer mohilia<br />

qne n'elle existisse, <strong>de</strong> Iórrna que o auto, certidão R. 2i7, se r%fringia<br />

ao cuinprimsnto iin acto <strong>de</strong> admirií~traçào 8. 216, sem<br />

alienar cousa alguma que dos Irir<strong>de</strong>s Irisee ou na posse d'ellzs<br />

estivesse, mmo o qne aconteceu cum os aoadros <strong>de</strong> aile se<br />

trata ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que em 56 <strong>de</strong> março <strong>da</strong> 1835, <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> portaria<br />

ailudi<strong>da</strong>, nem havia dicladura nem era acro proprin para a<br />

eaereer, wmo par equivoco, se disse na senteuça <strong>da</strong> i.* instancia<br />

;<br />

As CdrIes abriram-se em i5 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1834, o que fez<br />

cessar to<strong>da</strong>? a dictadu~a~ no rrt+to d'e~se anuo, e em todo o <strong>de</strong><br />

183ó, do que são boa prova as lei': dr 30 <strong>de</strong> agosto e 19 <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 1834, e as mais sucir.e~siuarnenie publica<strong>da</strong>s n'esse<br />

anno e no <strong>da</strong> 1838;<br />

Consifierando que na dita portaria nio honve sanão o que<br />

cabia nas facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s constilucionaes do executivo, um acto <strong>de</strong><br />

administraçãa <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> nacional, como outro qualquer, abministra-ão<br />

que <strong>da</strong> ao admioi~tradoi. nomeado a sirnyles <strong>de</strong>tenção<br />

aecessaria para administrar, e para a posse em nomo do adrni-<br />

nistradii, que fica srndn o unico possuidor;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que esta i<strong>de</strong>teriçào nem inesino pó<strong>de</strong> convcr-<br />

ter-se ?ni posse sem inrersdo <strong>de</strong> titulo babil para adquirir vos-<br />

Se a [itlilo <strong>de</strong> senhor, conforme os artigos 484.0 a 510.0 do codi-<br />

gn civil, litillo que não erisiii nos anraf;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que nem ria portaria E. 146, uew no alito 8.<br />

217, se mencionam os qnadros e~ntenciosa~ nem mobilia algn-<br />

ma ;<br />

Portanto conce<strong>de</strong>m a revista sobre a questão previa <strong>da</strong><br />

legilimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> recorri<strong>da</strong>, e julgando <strong>de</strong>finitivamente sobre ter-<br />

mos e formali<strong>da</strong><strong>de</strong>s &o processo, conforme o artigo %.* <strong>da</strong> Isi <strong>de</strong><br />

49,<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> i$&, e sepuniia o artigo i:i60.* do codigo<br />

do yrucesçci civil, annullam a scntença do I. itirtancia t! o ac-<br />

cordão recorrido, que a non6i-rnou, e man<strong>da</strong>m que os autos re-<br />

vertam ao jfih <strong>da</strong> i.. inshucia, Liara conhecer e julgar eania<br />

fdr <strong>de</strong> direito os mais pontas controvertidos, <strong>de</strong> que t!arti tribu-<br />

nal nào p0<strong>de</strong> coohecer eni Quanto não forem <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente julga-<br />

dos em 1 .a e 2.a instaneia. -<br />

<strong>Lisboa</strong>, 91 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1877. - Oliveira - Rebello !a.<br />

bral - Meneães - Lrrpes Branco. - Fui yrese~tte, Sequeira<br />

Pinto

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!