11.05.2013 Views

P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Lisboa</strong>, 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1876. - Viaoon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Seabra - Coa-<br />

ds <strong>de</strong> Fornos - Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> AIves <strong>de</strong> 58 - Agoilar - (%R-<br />

ws Henriqoes. - PPi presente, Sequeira Pinto.<br />

Pxecn ãa nypetbees~ia : - rsendo a dgvi<strong>da</strong> conl-<br />

Enihf<strong>da</strong> tinires <strong>da</strong> Iei <strong>de</strong> 3. <strong>de</strong> joTho <strong>de</strong> *864,<br />

nDo tlmha loga~ a respectivo processo, maa<br />

dia e vigente no fempa <strong>da</strong> eonstitrrlgh6 <strong>da</strong><br />

hypotbecr.<br />

Nos aotos civeis <strong>da</strong> relação <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, 6.' vara, recorrente João<br />

Maria <strong>da</strong> Silva Lavare<strong>da</strong>, recorrido JosB Joaqnim Soares <strong>de</strong><br />

Faria, se proferiu o aceordão seguinte :<br />

Aceor<strong>da</strong>m os do conselho no snpremo tribunal <strong>de</strong> justifa,<br />

em secções reuni<strong>da</strong>s:<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o accordão recorrido, applicando ao Caso<br />

d'estes autos a lei hypatbecaria <strong>de</strong> i <strong>de</strong> jdbo <strong>de</strong> 1863, como<br />

se se tratasse <strong>de</strong> am contrato celebrado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua poblielicão,<br />

como era O caso sobre que recahia o accordão d'este snpremo<br />

tribunal <strong>de</strong> 47 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1873 (Jiá4río do g00dW n."<br />

i8O), que versava sobre um contrato hypothecarto celebrado em<br />

5 rnarffi <strong>de</strong> 1866, fez d'ella erra<strong>da</strong> appliwçáo ao mui diverso<br />

cwo dos autos, em que se trata <strong>de</strong> contratos bilaleraes estipulados,<br />

anteriorente, nos: aonos <strong>de</strong> 18&0, 1844 e t83, que<br />

não podia ser applica<strong>da</strong>, sem maoifesb retroacção e violaçao do<br />

artiao 3&5." $3." <strong>da</strong> carta constitncíonal e do artigo 8.0 do codigo<br />

$vil; -<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a mesma lei, no arligo 37.', distinguin<br />

perfeitamonte os attoc joridicos an+riore.r, man<strong>da</strong>ndo que prodnzissern<br />

os seas rffeitos, qne a legistaçào respectiva Ihes conferia,<br />

sb com a condjção di! serem levados ao registo <strong>de</strong>finitivo,<br />

mas sem <strong>da</strong>r a este registo, nem ella asrn os regnlarnentos <strong>de</strong> 4<br />

<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 186k, 14 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> t868 e $8 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1870,<br />

outros effeitos, que nao.f@sem os <strong>de</strong> conservar os direitos adquii-idos<br />

pelo acto joridrco r-giskdo, oa registando ;<br />

consi<strong>de</strong>rando qne o direitri constituido pela or<strong>de</strong>nação, tiW0<br />

&.O, titulo 3.0, e registo, ao tempo <strong>da</strong> publica~ão <strong>da</strong>.lei <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong><br />

jolho <strong>da</strong> 1863, con*$tia em valer a hg~olheca como slnipies [ian-<br />

$a, e não como otiriga* principal ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo os direitos e obrigaç%s resultanles<br />

dos eontraios do mutuo consentimento dos pactuantes,<br />

não @e a lei posterior altera\-os sem relroacpão, probibi<strong>da</strong> pela<br />

couetitoi@o e pelo codip civil;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a lei hppothecaria, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> assim ter<br />

salvqoar<strong>da</strong>do os direitos adquiridos por contratos anleriores,<br />

pamu m arligo 89.0 a reformar a direito hypothecario pmfuu-<br />

<strong>da</strong>mente, convertendo a hypotheea <strong>de</strong> simples 6anp, que era,<br />

em obrigafio principal, fosse gtiern f~sse o possliidor d'ella, dispoSi,irão<br />

que foi adopla<strong>da</strong> elo codiao civil, artigo ;o%.*, mas salvaguar<strong>da</strong>ndo<br />

do memo modo os direitos adquiridos por contratos<br />

anteriores aos arligos iC03.O e $019: g' unico, sem conce<strong>de</strong>r<br />

a byporhem mais õireiros do qoe os que lhe resultavam dos<br />

seqs contratos, conforme as leis vigentes ao tempo d'elles, tanto<br />

assrm, que. nem na lei <strong>de</strong> i <strong>de</strong> julho, nem no codi$o, nem nas<br />

leíç <strong>de</strong> i5 <strong>da</strong> junho <strong>de</strong> 1871, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> marp <strong>de</strong> 1873 e <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 1875, se <strong>de</strong>ixon <strong>de</strong> respeitar os effeítos dos di~eitoç e<br />

obrigações Bypothecarias resoltaetes dos actos juridims, ante.<br />

riores I <strong>de</strong> I <strong>de</strong> jujho <strong>de</strong> i863, sem tornar melhores ou peiores<br />

as condições, gner do <strong>de</strong>vedor, quer do credor ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que, se 15 faeil aõirmar, como se afnrma ao<br />

accordio recorrido, que a lei do processo crea<strong>da</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o artigo<br />

472o <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> julho? e teproduzi<strong>da</strong> wm algumas afierações<br />

nos sens regulamentos como Iei <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m publica, é applicavel<br />

sem retroacção, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua pubJicação, difücil, srnão impossivel,<br />

ser8 <strong>de</strong>monstrar que o artigo 89 O, transfclrmaodo a hypotbeca<br />

<strong>de</strong> simples Ganca, que era, em obrigaçào principal, Pi simples lei<br />

<strong>de</strong> processo, e não lei civil do dominio 80 codigo ;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o legislador <strong>de</strong> i <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1863, en.<br />

ten<strong>de</strong>ndo que o novo direito hypotbecario, por elle estabeleci.<br />

d. não <strong>de</strong>via ficar sem meios <strong>de</strong>rermioados <strong>de</strong> ser exercido em<br />

juizo, visto como a lei geral do processa não tinha sido feita<br />

em PrePenp falte, passou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o artigo 478.0 a fazer a lei especial<br />

correspoo<strong>de</strong>ote, que 6 certamente applicarel ao exercicio<br />

do direito novoy mas como lei especial para se exercer esse<br />

direito, novarnenre estabelecido, nlo pò<strong>de</strong> ser applica<strong>da</strong> a cont-tos<br />

anterioreq e por coosequencia as eseripturas <strong>de</strong> obrigaçao<br />

e comtitniqão <strong>de</strong> hgpotbeca <strong>de</strong> <strong>da</strong>ta mnito anterior, QUe t&em<br />

<strong>de</strong> ser ai~iona<strong>da</strong>s e executa<strong>da</strong>s segundo a lei geral do processo<br />

estabelecido pela legislaç30 anterior, vigente ao tempo em<br />

que foi cooi$ahi<strong>da</strong> a divi<strong>da</strong>, e constitoi<strong>da</strong> a hypotheca pelos recorrentes,<br />

oao po<strong>de</strong>ndo taes escripturas ter a força <strong>de</strong> sentença,<br />

e servir <strong>de</strong> base a execução hppolhecãria, incompetentemente<br />

inslaura<strong>da</strong> contm elies, e admitri<strong>da</strong> pelos juizes <strong>de</strong> 1.0 e 4.. instaacia,<br />

que figuraram como taes nos autos, com offeosa <strong>da</strong> iei<br />

foo<strong>da</strong>mental, que pruhibe a apptieação retroaclivaroente <strong>da</strong>s leis<br />

e do codigo civil, que noartigo 8.*só conce<strong>de</strong> effeieilo retroactivo<br />

a !ei ioterpretativa, qae sem duvi<strong>da</strong> não é a <strong>de</strong> que se trata, atten$s<br />

suas disposifões, e ain<strong>da</strong> asim s6meute quando <strong>da</strong> appli-<br />

!?$ao ratroaciiva d ella, nào resultar oiiensa <strong>de</strong> direitos adqniridos<br />

:<br />

Portanto, conce<strong>de</strong>ndo segnn<strong>da</strong> revista, annullam a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> direito do accordão recorridoy qoe julgou applicavel e ap-<br />

~Ticou erra<strong>da</strong>mente a. nova lei bypothecaria <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong><br />

1863 a hppotheeas antigas, como são as em que se fun<strong>da</strong> a presente<br />

execnFao, e man<strong>da</strong>m que os autos baixem a mesma rela-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!