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P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

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veira, vencido - bíeneries - Lopes Branco. - Tem voto do con-<br />

selheiro pereira Leite -. Rebello Cabral - Presente, Vasmeel-<br />

10s. .<br />

(D. do G. n.0 91 dc 1877).<br />

Crtme <strong>de</strong> ferimentes : - a saa qnaliieag&o ao<br />

<strong>de</strong>apacbo <strong>de</strong> pronaaeia <strong>de</strong>ve ser rema<strong>da</strong><br />

pelo que eoae&r do auto <strong>de</strong> exame e cerpo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>iicao.<br />

Nos autos crimes <strong>da</strong> relaçáo <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> (comarca <strong>de</strong> Narra), re-<br />

correntes Josb Franco Cannas e seu irmão Joaquim Franco<br />

Cannas, recorrido o minísterio publico, se proferiu o amr-<br />

dào seguinte :<br />

Accor<strong>da</strong>m em conferencia os do conselho no supremo tii-<br />

bnnal <strong>de</strong> jnstig :<br />

Visto o exame e corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto P. 3 v., feito em 16 <strong>de</strong><br />

ínlbo <strong>de</strong> 1875 na oessoa <strong>de</strong> Antonio <strong>da</strong> Silva Victorino, sem que-<br />

ker ser parte em-joim, & 0.6 v., mostrar qne os pequenos fe-<br />

rimentos ahi relatados wmo acontecidos no dia anterior, entre<br />

os quaes a esmagadura ao longo do bordo externo <strong>da</strong> unha do<br />

<strong>de</strong>do minimo <strong>da</strong> mão esquer<strong>da</strong>, por ter rebentado a pelle por<br />

effeito <strong>de</strong> apertn que a*cabeça do <strong>de</strong>do soflren, não <strong>de</strong>nclavam<br />

gravi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e precisavam só <strong>de</strong> oiio a <strong>de</strong>z dias para a cura, im-<br />

possibililando <strong>de</strong> trabalho por quatro a seis dias, e eram <strong>de</strong> na-<br />

tureza que não <strong>de</strong>ixavam aleijào nem <strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong> alguma para<br />

o fuinro;<br />

Vzsto não constar do corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto indirecto, ex fl. 7,<br />

rixa uefha, e apenas um caso acci<strong>de</strong>ntal muito incerto na Ibrma<br />

<strong>da</strong> sua exislencia;<br />

Visto o exame <strong>de</strong> sani<strong>da</strong><strong>de</strong>, ex fl. i3 v., requerido pelo yi-<br />

nisterio publico em 99 do dito mez <strong>de</strong> jnlho, a 8. 1% v., e<br />

em 30 do mesmo mez, mostrar estarem então curados os ditos<br />

ferimentos sem <strong>de</strong>ixarem os mais ligeiros indicios, excepto o fe-<br />

rimento, do <strong>de</strong>do, que, sendo tratado mais methodicamente do<br />

que o tinha tido até enião, no que por isso levaria mais quinze<br />

a vinte dias, não <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> curado aleijão nem <strong>de</strong>for-<br />

mi<strong>da</strong><strong>de</strong> alguma, nem impossibilitava o ferido <strong>de</strong> continuar no<br />

mister <strong>da</strong> sua occupação ;<br />

Visto assim que o exame, fl. 3 v., não carecia <strong>de</strong> ser com-<br />

pletado por outro para classificar-se o crime e a oíieosa, segundo<br />

o codiao penal, compreheo<strong>de</strong>ndo-se no artigo 359.0 ou no 360.O<br />

OU no 361.0, e comtudo ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois do exame, er íl. 13 v.. não<br />

se requereu querela <strong>de</strong>ntro dos oito dias mareados no artigo 9.0<br />

<strong>da</strong> lei <strong>da</strong> 18 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1856, antes sim e sómente em i0 <strong>de</strong><br />

setembro, com menos exacto extraoro do exame, ex 8. 13 v., e<br />

estando ja camprido o disposto no artigo 4b.~ <strong>da</strong> ciwa lei <strong>de</strong><br />

18 <strong>de</strong> julho, se requereu novo exame <strong>de</strong> sani<strong>da</strong><strong>de</strong> qne se fez em<br />

17 do mesmo mez, ex E. 16 v., dizendo-se abi completamenb<br />

curado o <strong>de</strong>do sem aleijão, nem <strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas não po<strong>de</strong>n.<br />

do então verificar-se ocularmente, contra o prognostico feito no<br />

primeiro exame a vista dos krimentos, se boave doença por<br />

mais <strong>de</strong> vinte dias além dos seis marcados no corps <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto,<br />

ou impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar por mais <strong>da</strong> vinte dias, eomo<br />

ahi se suppoz coa manifesta eontradic@o com as primeiras <strong>de</strong>clarações<br />

preseneiaes mais attendiveis e preferireis em direito;<br />

Visto q <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> pronuncia 0. 98, em que o juiz inqnirídor<br />

do processo e <strong>da</strong>s provas julgou applicavel o artigo 3360.9<br />

do codigo penal e o artigo k.* do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 40 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

1853, e não o artigo 3610 u." d'aqoelie eodigo, na forma <strong>da</strong><br />

querela 9.40, <strong>da</strong><strong>da</strong> em %O <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1876;<br />

E consi<strong>de</strong>rando que a qnalificaçào <strong>de</strong> qualquer facto como<br />

crime <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> sempre <strong>da</strong> verificaçâo dos elementos essenciaimente<br />

constitntim d'elle, que a lei penal expressamente <strong>de</strong>clarar,<br />

codigo penal, artigo 18.0, e consegnintemenle que pelo corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>licto (sem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> exame <strong>de</strong> sani<strong>da</strong><strong>de</strong> estabelecido<br />

para antes do jolgamento a final no 3rtigo 14.8 <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> 48 <strong>de</strong><br />

julho <strong>de</strong> 1855), a que o juiz se soccorrea no <strong>de</strong>spacho <strong>da</strong> pronuncia,<br />

<strong>de</strong>via prevalecer a qualificação ahi feita a que tinha sido<br />

promovi<strong>da</strong> pelo ministerio publico no auto <strong>de</strong> querela, e foi<br />

adopta<strong>da</strong> pela reiaçio no accordão 0. 37, <strong>de</strong> qne r;e recorreu <strong>de</strong><br />

revista a 0. 43, e <strong>de</strong>via e <strong>de</strong>ve prevaiecer, tomando-se na <strong>de</strong>vi<strong>da</strong><br />

consi<strong>de</strong>raçáo o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto que se fez e completon<br />

qnasi em aeto continuo aos ferirnentos, ou qnando estes podiam<br />

ver-se e examinar-se bem, e fasec-se prognostico mais exacto,<br />

e mesmo alten<strong>da</strong>ndo ao primeiro exame <strong>de</strong> sani<strong>da</strong><strong>de</strong>, o minieo<br />

competente e crival, porque d'elle consta que se o ferimenro do<br />

<strong>de</strong>do não estava cardo em 30 <strong>de</strong> julho, nu no tPml)o m:~rcado<br />

no corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lieto, como 11s outro': Perimontos, era issn <strong>de</strong>v'do<br />

a não ter sido traiado methodicamente como convinha, SAI?~O<br />

por isso um tal resulrado fifbo <strong>da</strong> indoiencia, senão do proiiosito,<br />

do proprio ferido, e não po<strong>de</strong>ndo tal circumstaneia aggravar<br />

a criminali~la<strong>de</strong>, porque, mesmo em caso <strong>de</strong> dnvi<strong>da</strong>, 6cava<br />

sabsistindo o prognostico feito no corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>líeto, e a certeza<br />

<strong>da</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho por menos <strong>de</strong> vinte<br />

dias, tornando-se assim applicavel a pronuncia o artigo 360.0, e<br />

não o artigo 361.0 0.0 4,o do codigo penal, e conseguinremente o<br />

artigo 4." e não o artigo 3.e do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

Ia9 ---- r -<br />

Conce<strong>de</strong>m a revista por violação <strong>da</strong> legislação cita<strong>da</strong>, e jolgando<br />

nnllo o accordào recorrido, man<strong>da</strong>m <strong>de</strong>volver os autos a<br />

relaçào <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> (com o <strong>de</strong>vido segredo, para o qne se fecbara<br />

e lacrara tão sómente o sommario <strong>de</strong> testemunhas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> parte<br />

<strong>de</strong> E. 22 at8 t '28 na maior parte) para que por diversos jnim<br />

se cumpra a lei.

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