P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Mostra-se que, indo n'este estado o processo concluso ao<br />
juiz, perante quem esta querela se requerGra, elle a man<strong>da</strong>ra<br />
tomar, e IOra torna<strong>da</strong> a 8. 911, <strong>da</strong>ndo ahi o recorrido para Lestemunhas<br />
dù summario unicamente as mesmas que tinha aomeado<br />
na peliçio <strong>de</strong> fl, 3, t: ja haviam <strong>de</strong>posto no corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto a<br />
€L $2, querelando em segui<strong>da</strong> tambeni o u;inisterio publico contra<br />
o recorrente;<br />
Mostra-se yae sendo inquiri<strong>da</strong>s effectivarnente no snmrnario<br />
esm testemunhas do corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licio indirecto, a primeira<br />
qne n'este <strong>de</strong>pozer?, e <strong>de</strong>clarara por meio <strong>de</strong> uma rectificação<br />
solenine, qne não linha sido dois dias antes, mas <strong>de</strong>pois que o<br />
recorrente snspendéra os seus pagamentos, que o recorrido lhe<br />
fdra pedir o seu <strong>de</strong>posito, logo em segui<strong>da</strong> no snmmario jurlra<br />
que tinha sido antes, sem ocwrrer nem a testemunha a contradic@o<br />
em que ficava Com o seu <strong>de</strong>poitnento anterior, nem ao<br />
juiz a necesi<strong>da</strong>d~: rlue a lei lhe .iiilliinha <strong>de</strong> coufrontar-lhe os<br />
ilois <strong>de</strong>poimentos completamente cjisçorileq <strong>de</strong>vendo vêr quc ti..<br />
nha sido com o primoiro e os <strong>de</strong>mais, duas apenas, que dcra por<br />
constiiuido o referiilii corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto, e que aasirii lhe ficara<br />
logo com o vicio il'ils.la singular coniradici;80 ;<br />
Mostra-se qoe, inquiri<strong>da</strong>s estas tres ttisteninrihas, se nan<strong>da</strong>ra<br />
o processo cniii vista ao guerelanlu particular e ao rninisterio<br />
publico ; que aquclle notneára mais seis testemunhas : ,a<br />
sab:i. : tres moradoras iia ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto, coirio as qlla iiiaij<br />
rasw se pr~snrniria que podiam tzr para ~aberem do caso, e as<br />
outras tres <strong>de</strong> eumarca diversa, as quaes lambein u ministerio<br />
publico nomeara pela sua Paris; que aqudla': na<strong>da</strong> disseram<br />
cobre 3 petiçZo <strong>da</strong> querela e corpd <strong>da</strong> <strong>de</strong>licto, e as outras se limitaram<br />
a <strong>de</strong>por acere.1 <strong>da</strong> ~er<strong>da</strong>ile do factu do <strong>de</strong>posito do recorrido<br />
em po<strong>de</strong>r do recorrente, accrescentando que algumas<br />
vezes Ib'o havia pedido ;<br />
Mostra-se, finalmente, que indo n'estes termos o processo<br />
mncluso ao juiz <strong>da</strong> querela, elle tior <strong>de</strong>spacho a fl. 63 v. prontiociara<br />
o recorrenle pelo facto <strong>de</strong> niio tdr restituido ao recorrido<br />
os valores qrie este tinha ?rpositado em seu por li^, com<br />
fun<strong>da</strong>mento no artigo 683.0 do c6 digo penal cnmbinailo com o<br />
artigo 121.', r! no 5 irnico artigo! .O ila lei ~lt? I <strong>de</strong> julho <strong>da</strong> 1&7,<br />
exclnindn portanto a?; outras inc :rninaçUe~ rla qasrela.<br />
E consi<strong>de</strong>rando qnc, em rel:,$ii niesmo ai, processo que se<br />
:idniittira contra o rocorrenre, !h:* tinha n'ellt: u recorrido raconhecido<br />
a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> neg0cian.e e banqueirii, e que portanto<br />
appareoendo uma <strong>da</strong>s res!emunhas <strong>de</strong> sumrnario ein conrradicgão<br />
formal, com o que havia d~p(isto no ciirpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto, acerca<br />
<strong>da</strong> circumsrsncir que o juiz <strong>da</strong> primeira inctancia estabelecera<br />
por e.ssenctaZ, para conhecimento do c&o, querendo verificar<br />
si: tinha sido ante! nu <strong>de</strong>pois do rrcorreote ler susprridido<br />
os seus pãgamenms que o recorrido lhe pedíra o seu <strong>de</strong>posito,<br />
ao mi:smtr juiz cutiipria confroirtar-lh~ os ilois di:jioimr.otos ps!~ necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> cm que a wntradicção entre eUes o con;,iituia do<br />
s&rr quando er:i que esta íe~t~munba jurdra a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, eonfronlando<br />
sariibern com ella as outra duas que Lambem tinham<br />
jurado no niesmc corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lictu, nac.!nformi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> disposição<br />
do artigo 970.. <strong>da</strong> reforma judicial;<br />
Consi<strong>de</strong>rando qna a falta d'aqiiella confrontacão influiu na<br />
vali<strong>da</strong><strong>de</strong> do proewso, vista a dispocicão rio artigo 881 .O n.* 4.0 e<br />
901.O <strong>da</strong> eira<strong>da</strong> reforma, e artigo 3.0-n.0 2: <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> ju.<br />
lho <strong>de</strong> 48% ; muito mais rendo-so qae, alem do corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licro,<br />
sobretudo o mmmario ficava redoziõo aos <strong>de</strong>poimentos<br />
apenas <strong>de</strong> doas teslemnohas por effeibo <strong>da</strong> contradic~áo <strong>de</strong> uma<br />
n'ellrs, entrB o que rlepozera n'uin, e tinha <strong>da</strong>posto no outro,<br />
circurnsrancia que annullar7a quanto esta havia jurado, e elo<br />
iiipnos enfrrquecia il juramentu <strong>da</strong>s oiibral;, vis10 as Ires res-<br />
ranrrts residi!ntes tamtiem, rorno as ant~riiirei.., n:i ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />
Pnrln, na<strong>da</strong> terorn d?po:rn act.rfA: do qn:: ss Ihes peqontara,<br />
pelo cont~iiclfl na petição rla í]uerala eorpo rln ilelir.,to, qne se<br />
ùet*ra (]iw lbes foram litiri?. e lirnirararn-se ar ootraq trzs a<br />
hjatorir <strong>de</strong> <strong>de</strong>pusi'i. rlo qut: se Irarasa ;<br />
Consi<strong>de</strong>rarido, riti visra do qor rrn tuifo I, caso cnnsta dos<br />
auto?, que tratando-st! <strong>de</strong> iim nl~poelaotr. e banqueiro, como o<br />
reçorriiio reconht:c~ yoa o i't?c:itrrenir. era, auspr:ntlendo este os<br />
seu.; paganipntus. fora (f~j~l>is ~j'essi~ sn~(lrt14il que elIe lbr pedira<br />
,is valores qiir, linha posto em sua puard:: e ~le~~sito, e qne<br />
portanto a e-%? tempo jd O i;~+;rno rt!t:ol'íc?nle SP nchulia tlm esíndo<br />
<strong>de</strong> qushra, iia cr~nhrliirl:i4~ i10 que i;r tlisp'?e no artigo<br />
do pndigo do cornniercio;<br />
#:123.@<br />
Cnnsi<strong>de</strong>raodo que, d~clarado ri rrbcarri?ntt: em estado <strong>de</strong><br />
quebra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a simples suspc-usào <strong>de</strong> reiis pagamentos, e fora<br />
dois dia!: <strong>de</strong>pois d'ella que a recorrido lhe foi pedir u seu <strong>de</strong>pasito,<br />
çumo se evi<strong>de</strong>ncia OOL; a~lti~?,, lhe (!ia pr~r i~m appli~a~el a<br />
disposi~ão do arfigo 307 * iio codigo do .wrnnii!r~io, ronforni~ a<br />
qual elte podia usar do drpositn do qnorelznia, uicto que nãn<br />
era <strong>de</strong> qaraliala<strong>de</strong> irspecifia rlP nocldn, caio irniramenle ali exc*<br />
piuado;<br />
Gonsidsrando qne estando asc;im <strong>de</strong>clara<strong>da</strong> a falfsncia do<br />
recorrente, tinha o recorrido o seu <strong>de</strong>poseto garintido na massa<br />
falli<strong>da</strong>, vonlnrms se dispõe no artigo I:Bi!l.* n." 1.' do citado<br />
rndigii, trrmos em que ca<strong>da</strong> vez mais se manifesta rrr lido il-<br />
Icgal o pi~ueedimenio criminal que se intentou e proeeguiu contra<br />
~lle ;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que, posto todo isto, a culpnbili<strong>da</strong><strong>de</strong> em que<br />
o recorrente po<strong>de</strong>m ter incorrido em $na quebra era <strong>da</strong> erelosiva<br />
competência do tribnnal do cnmnrerrio averiguar e <strong>de</strong>clarar,<br />
eoofnrrne as dikpo~içòec: do titulo 1 i.0 do codigo ;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que, n'ecta conformi<strong>da</strong><strong>de</strong>, tambem era, 6<br />
mente, <strong>de</strong>pois dr se ter rrc~tiido no juizo criiainal, r: ali e3.-aficio<br />
remettr<strong>da</strong> a senterica, pela qual o rncorrente se hooresse<br />
drclarailo em quebra culpi5a nu fraudiilenta, que pdia in.:hurar-ir<br />
~~ri?cerfirnenlii contra eIIe5 servindo <strong>de</strong> corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficto<br />
27