P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
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Mostra-se d'estes autos, em que B recorrente o padre Ao?<br />
tonio lacomo <strong>da</strong> Cunha Veiga e recorrido o minislerio publico,<br />
ter este requerido a 8. 38, querela publica. contra o recorrente<br />
6 seu tio Joaquim JosB Vaz <strong>de</strong> Araujo ~eiia, pelo crime <strong>de</strong> simulago<br />
com qne disse ter sido entre ambos celebrado, por escriptara<br />
publica <strong>de</strong> i8 <strong>de</strong> agoslo <strong>de</strong> 1871. o contrato <strong>de</strong> compra<br />
e van<strong>da</strong> d0 uma porção <strong>de</strong> vinho para que o ven<strong>de</strong>dor tio se<br />
tomase insolvente dos creditos que <strong>de</strong>ria ;<br />
Fundou-se o ministerio pnblicona certidão ex-a. 3, <strong>da</strong> qual<br />
consta que, no juizo commercial <strong>da</strong> 1: instancia do Porto e em<br />
acção alli proposta por João Ribeiro <strong>de</strong> Mesquita contra o ven<strong>de</strong>dor<br />
e comprador, fòra rescindido e <strong>de</strong>clarado nnllo pelo vicio<br />
<strong>da</strong> sirnuiação: feito em prejuizo <strong>de</strong> terceiro, contrato constante<br />
<strong>da</strong> dita escriptura <strong>de</strong> i8 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1871 ;<br />
Consta mais. que <strong>da</strong> sentença <strong>de</strong> I.* instancia appeilzram<br />
para a relago do districto os dois tio e sobrinho, e que o unico<br />
auetor na causa pen<strong>de</strong>nte, João Ribeiro <strong>de</strong> Mesquita, abi requerera<br />
e ass.gii.ira lermo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistencia <strong>da</strong> ac@o que foi julgado<br />
por acco~.ii.~ <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> abrii <strong>de</strong> 1875 ;<br />
Admitri<strong>da</strong> a querela foram ambos os querelados prononciados<br />
a U, 55 v. com fiança, o sommario foi encerrado a fl. Ei9,<br />
a fl. 71 foi julga<strong>da</strong> extjncta a accusação contra o tio por ter lallecido,<br />
e sendo a fi. 80 intima<strong>da</strong> a pronuncia ao recorrente, aggravou<br />
logo do respectivo <strong>de</strong>spacho, negando-lhe provimento o<br />
ac~orilão fl, 106, do qual em tempo se inlerpoz e seguiu este<br />
recurso ;<br />
E consi<strong>de</strong>rando que o contrato <strong>de</strong> compra e ven<strong>da</strong>, <strong>de</strong> que<br />
se trata, comprovado por um docilrn.~i~r~~ authentico, qual a es-<br />
criptura poblica <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> agosto <strong>da</strong> i51, e com dinheiro a vis-<br />
ta, ha <strong>de</strong> ser tido par ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro e siirtir todos os effeitos joridi-<br />
COP, emqnanto por sentença passa<strong>da</strong> em jnlgado e <strong>da</strong> competen-<br />
cia do juizo civel não fôr rescindido pelo vicio externo <strong>da</strong> si-<br />
mulação, seuien$a <strong>de</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o procedimento criminal pela<br />
simulação, nos termos do artigo $ nnico do codigo penal ;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que tal seotença rescisoria, pelo vicio <strong>da</strong> cimulaçào,<br />
não podia ser a <strong>da</strong> i.* instancia do juizo commercial<br />
do Porto, porque ea?o julgado só o faz, nos. termos do artigo<br />
%:-!%e.* do digo civil, a sentença <strong>de</strong> qoe já não ha recorso, e<br />
a constante <strong>da</strong> certidão ex-tl. 3 não só pend~a do recurso <strong>de</strong> appellaHo,<br />
mas foi completamente inotilisa<strong>da</strong> pela <strong>de</strong>sisteneia qne<br />
João Ribeiro <strong>de</strong> Mesquita, unico auctor na causa r#.-ii.lente, fez<br />
<strong>da</strong> sua ac@o e pelo accordão <strong>de</strong> 2% <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> ir;:;, que julgou<br />
essa <strong>de</strong>sistencia :<br />
Consi<strong>de</strong>rando qiia faltando assim a base do corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lielo<br />
legal <strong>de</strong> que <strong>de</strong>pendia o procedimento criminal instaurado,<br />
nem elle podia nem <strong>de</strong>via ser, como foi, admittido, nem <strong>de</strong>ixa<br />
<strong>de</strong> correr a este supremo tribunal a obrigação <strong>de</strong> annullar todo<br />
este processo pelo preceito do artigo 901.' <strong>da</strong> novissima reforma<br />
jadiciaria.<br />
Portanto em execução <strong>da</strong>? leis cita<strong>da</strong>s e dos artigos 2.0 0<br />
6.0 <strong>da</strong> <strong>de</strong> f9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1863, conce<strong>de</strong>ndo a revista, e jal-<br />
gando <strong>de</strong>finitivamente, annallam iodo o processado e julgado<br />
n'esres autos, que man<strong>da</strong>m baixar ao jpim <strong>da</strong> i.* instancia para<br />
os effeiros legaes.<br />
<strong>Lisboa</strong>, 13 <strong>de</strong> ontabro <strong>de</strong> 1876. -0livcira -Campos Ben-<br />
Aqnes -Pereira Leite - Meoezes - Lopes Branco. - Preseute,<br />
Vasooncelloç.<br />
(D. & 6. %o 248 <strong>de</strong> 1876).<br />
adgameata: -para o do aggrriva <strong>de</strong> Inrrtra-<br />
mente e <strong>da</strong> carta tesitemunbavel <strong>de</strong>via havep<br />
<strong>de</strong>epacão qae com tempo e ainuneiiieeue, e<br />
imficrever-se a tama ma babeiia.<br />
Nos antos civeis <strong>da</strong> relação do PoWo, comarca <strong>de</strong> Ovar, recor-<br />
rente o ministerio publico, recorri<strong>da</strong> Maria Rodrignes, viava,<br />
se proferiu o aceordão squínte :<br />
Awr<strong>da</strong>ro em conferencia o': ;!o mnselho no sopremo tri-<br />
bunal <strong>de</strong> jnstiça :<br />
Consi<strong>de</strong>rando qne as Porrniila. do prooesso consigna<strong>da</strong>s na<br />
lei <strong>da</strong>vem ser escriiputo$amente rnanti<strong>da</strong>s e observa<strong>da</strong>s em to-<br />
<strong>da</strong>s as soas parteç pelo julgador, ao qual não e licito alleral-as<br />
on ornittii-as sem grave transtorna <strong>da</strong> salva guar<strong>da</strong> do direito dos<br />
litigantes ;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que or<strong>de</strong>nando a artigo 744.0 <strong>da</strong> reforma ja-<br />
dicial que nos aggravos <strong>de</strong> instrumento, cartas testemunhaveis,<br />
ele., logo que os autos.se fizerem conclasos ao relator, e <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> preenchi<strong>da</strong>s as maxs prescripções ahi consigna<strong>da</strong>s, proce<strong>da</strong><br />
ao seu jnlgamento em eonferencía o ser a causa inscripta na<br />
tabella.<br />
Atten<strong>de</strong>ndo, porém, a que esta lacuna se verifica no pre-<br />
sente processo, e o accordão <strong>de</strong> fl. 26 reecirrido, foi proferido<br />
sem haver anterior <strong>de</strong>spacho, que com tempo annunciasse o res-<br />
pectivo julgamenio, por cujs omissão interpõe ;o ministerio pu*<br />
blim o presente RCUrSQ ;<br />
Pela infracção <strong>da</strong> lei cita<strong>da</strong>, conce<strong>de</strong>m a revista, e na can-<br />
formi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1&3, julgam nu110 todo<br />
o processado, e julgado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> L 96 em diante, e mandsrn quf<br />
os autos baixem a relacão do Porto, d'on<strong>de</strong> vieram, para ahi,<br />
por differentes jnizes, se <strong>da</strong>r omprimento a lei.<br />
Lisba, $9 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1876. - Agnilsr - Con<strong>de</strong> <strong>da</strong> For-<br />
nos - Campos Henriqnes - Oliveira - Menezes. - Fui presen-<br />
te, Seqaeira Pinto.