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P - Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa

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procedido a exame e corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licto directo, mas s6mente ao<br />

indirecto ;<br />

Atten<strong>de</strong>ndo porem que não tendo o facto arguido <strong>de</strong>ixado<br />

vesligios algnns, que po<strong>de</strong>rsern servir <strong>de</strong> base a esse exame,<br />

não passando <strong>de</strong> um facto transeunte, mal po<strong>de</strong>ria por isso ter<br />

annriiiado o processo, vista a disposiçào do artigo 900: <strong>da</strong> re-<br />

forma judiciaria ;<br />

E atten<strong>de</strong>ndo por outro 'ado a rnanife9a contradicção que<br />

se nota entre o i." e 9.0 quesito, propostos a <strong>de</strong>liberação do ju-<br />

ry e sua resposta, VIS~O que no 1.0 queito se amrma a intenção<br />

criminosa que no 2.' se nega, <strong>de</strong>clarando-se não prova<strong>da</strong> a pre-<br />

madib@o :<br />

Annullarn portanto todo o processado e julgado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o au-<br />

to do julgamento <strong>de</strong> fl. . . ., e jnlgando <strong>de</strong>finitiramente man<strong>da</strong>m<br />

que estes amos baixam a 1: inetaneia para os eiTeitns lepaes.<br />

<strong>Lisboa</strong>, 33 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> (877. -Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Seabra - Viç-<br />

con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alves <strong>de</strong> Sa - Agnilar - Campos Henriques. - Tem<br />

voto do exc.=* conselheiro con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pornos, Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sea-<br />

bra. - Fui presente, Seqoeira Rnio.<br />

Carceee srivw&rr : - papa se <strong>da</strong>r este crime,<br />

é mfst& qme e rekerír<strong>da</strong> cs&eja gmni<strong>da</strong>le<br />

em maueira tal qae se ihe %eChrp j;rp<strong>da</strong> a<br />

liber<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Noc autos crimes <strong>da</strong> rolagin <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>: 8.a vara, recorrente 0.<br />

Margari<strong>da</strong> Cnndi<strong>da</strong> 2eraii.a <strong>de</strong> MagalhFe., recorridos JoiO Lino<br />

Aires Cha~e.;, iia q;ialirtriio <strong>de</strong> tat~ir iio int.enliz,o cunsc-<br />

Iheiro Felis Pdreira <strong>de</strong> Magalhães, e o ministerio publico, se<br />

proferiu o acearilão scgninle :<br />

Accor<strong>da</strong>m em conferencia os do conselho no snpremo tri-<br />

bunal <strong>de</strong> justiw :<br />

Consi<strong>de</strong>rando que para se verificar o crime <strong>de</strong> careere pri-<br />

vado (prisão) previsto e punido pelos artigos 330.0 e seguintes<br />

do codigo penal, mister é que o reteddo esteja guar<strong>da</strong>do em ma-<br />

neira d, qne se lhe talha to<strong>da</strong> a sua liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, e assim esteja<br />

seqnestrado por mais ou menos tempo ao pleno goso e uso <strong>de</strong><br />

seas direitos;<br />

Aiten<strong>de</strong>ndo aorim a que o anto <strong>de</strong> exame e corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>li-<br />

o10 indirecto <strong>de</strong> 8. . . . a fl. . . ., e pelo qual é querela<strong>da</strong>, snm-<br />

maria<strong>da</strong> e pronuncia<strong>da</strong> sem admissão <strong>de</strong> fiança a recorrenie,<br />

filha do conselheiro Felix Pereira <strong>de</strong> Magalhles, actualmente ia-<br />

terdicto por <strong>de</strong>mencia, se não verificam os elementos indiçpen-<br />

sareis e eottstitntivos do crime <strong>de</strong> carcere priva. que lhe C<br />

imputado, nem as testemunhas inquiri<strong>da</strong>s no sammario o <strong>de</strong>-<br />

monstram, porque se não <strong>de</strong>ve segundo os principias <strong>de</strong> direito<br />

criminal emsi<strong>de</strong>rar bastante para o constituir o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong><br />

testernnnhas, que apenas <strong>de</strong>claram não terem sido admitii<strong>da</strong>s a<br />

gresenp do conselheiro, quando preten<strong>de</strong>ram vbl-o e fallar-lbe,<br />

hão obsranie serem s-s conheci<strong>da</strong>s e amiga$ pois um similhante<br />

facto como ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro que seja, mas assim <strong>de</strong>scarnado, não<br />

verifica a existencia <strong>de</strong> carcere privado, e bulo mais (compre<br />

notar) coroli ellas dizem, tinham rnezes anles,sido <strong>de</strong>spedi<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

casa do conselheiro, e dispensa<strong>da</strong>s dos serviws <strong>de</strong> que at8 enfio<br />

eram encarrega<strong>da</strong>s ;<br />

Nem tio ooneo corrobora a exislencia ae similhanle crime<br />

o <strong>de</strong>poimento ds uma testemunha (alib qaalificadn? que comquanto<br />

narre igual acontecimento Com ella SRc~edido, <strong>de</strong>clara<br />

to<strong>da</strong>via que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se baver <strong>da</strong>do esta circumstancia, recebera<br />

uma carta do conselheiro wnvi<strong>da</strong>ndo-a para o ir vêr, o<br />

que. com effeiio fizera, e por essa oecasiEo se lhe qneixara do<br />

facto praticado, o qne o conselheiro seyerameate censurara, o<br />

que bem revela, se porventura eslivesse em carcera privado,<br />

nem escieveria, nem teria quam lhe levasse a caria, e sobreludo<br />

;tgraveitaria a n~ipoilnni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pedir ao intrmo e particular<br />

amigo, o seu aoxiiio, e bons omcior para lhe reclamar a sua liber<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Atten<strong>de</strong>ndo a que as outras testsmunhas sobre este ponto<br />

inquiri<strong>da</strong>s se referem tão somente a uma voz vaga e <strong>de</strong> ouvi<strong>da</strong>,<br />

que na<strong>da</strong> prova, e at6 mesmo quando uma d'eslas teskmiinhas<br />

ce r&fe:e a um lilnlar <strong>da</strong>s particulares relaçiies do conselheiro,<br />

e a quem <strong>da</strong> mesma maneira tinha sido embaraçado o approximar-se-lhe,<br />

e ter com elle contacto, sendo essa testemunha inqairi<strong>da</strong>,<br />

e <strong>de</strong>pondo a este re$peito, explicitamente <strong>de</strong>clara nunca<br />

mWrm &@&ia<strong>de</strong> em o .o&, mn mbarap para Ehe fullar ;<br />

Atten<strong>de</strong>ndo Bnalm~nte a que ao supremo tribunat <strong>de</strong> josti-<br />

$a compete pleno direito <strong>de</strong> conhecer <strong>da</strong>c nnlli<strong>da</strong><strong>de</strong>s do processo,<br />

quar.sejam ou não aponta<strong>da</strong>s, e resolver como br <strong>de</strong> direila<br />

: '<br />

Pelo exposto conce<strong>de</strong>m a revista, e na conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lei<br />

<strong>de</strong> i9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1843, jnlgaiu nullo tudo o processado e<br />

julgado n'estes autos crimes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu principio, pelo que<br />

respeita ao facto incriminado <strong>de</strong> carcere privado <strong>de</strong> que apenas<br />

agora se trata, por não haver corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>licio 4ne o verifique,<br />

e man<strong>da</strong>m que estes autos baixem a 4.' instancia, para ahi n'eçte<br />

parte se seguirem os <strong>de</strong>vidos termos legaes.<br />

<strong>Lisboa</strong>, %O <strong>de</strong> mar o <strong>de</strong> 1877. - Aguilar - 17iscon<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

Alvh <strong>de</strong> SA -- Campos beniiqnes - Tan roto dos comelhims,<br />

viPcoo<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Seabra e Dias <strong>de</strong> Oliveira - Agnilar. - Fui presente,<br />

Seqaeira Pinto.

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