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Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

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6 - ORDENAMENTO TERRITORIAL<br />

6.1. Evolução da Mancha Urbana entre 1970 e 2010<br />

Na segunda meta<strong>de</strong> do século XVII, a exploração do ouro em Minas Gerais foi mudando a história do Su<strong>de</strong>ste.<br />

Cada espaço geográfico comeuçou a se especializar para aten<strong>de</strong>r ao consumo <strong>de</strong> Minas. Ao su<strong>de</strong>ste litorâneo<br />

coubou produzir a aguar<strong>de</strong>nte e o açúcar, gerando também outros cultivos <strong>de</strong> apoio. Nesse período existiram em<br />

<strong>Ubatuba</strong> 19 fazendas-engenhos, além <strong>de</strong>fazendas produtoras <strong>de</strong> anil e fumo para serem trocados por escravos<br />

na África. A produção <strong>de</strong> pesca era intensa neste período (em parte voltada para o mercado mineiro), sobretudo<br />

a taínha no inverno. Com esta produção intensa a população chega a 2.000 pessoas, sem contar os escravos. De<br />

Minas vinha o ouro trazido por tropeiros para embarque no porto <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> e a ele chegavam as mercadorias<br />

européias que atendiam os senhores coloniais <strong>de</strong> São Paulo e Minas Gerais.<br />

Durante o Séc. XVII predominava em <strong>Ubatuba</strong> uma rustica agricultura <strong>de</strong> roça <strong>de</strong> alimentos que cujo on<strong>de</strong> o<br />

trabalho escravo era central. Os escravos eram empregados na plantação <strong>de</strong> cana <strong>de</strong> açucar para fabricação <strong>de</strong><br />

aguar<strong>de</strong>nte. Nesta fase a população escrava representava cerca <strong>de</strong> 20% da população total.<br />

Estaleiros construiam embarcações que serviam para o comércio <strong>de</strong> toda a produção das fazendas, que<br />

utilizavam o mar ao longo da costa como via hidroviária, ligando as várias fazendas proximas à costa.<br />

Em 1787, entretanto, o presi<strong>de</strong>nte da Província <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>creta que todas as mercadorias da capitania<br />

<strong>de</strong>veriam ser embarcadas por Santos, medida que ocasionou a <strong>de</strong>cadência da economia <strong>de</strong> cana e do porto <strong>de</strong><br />

<strong>Ubatuba</strong>. A situação só iria melhorar com a abertura dos portos em 1808 e o comércio ganharia novo impulso<br />

com o cultivo do café no município e no Vale do Paraíba, que tornou-se economicamente próspero na segunda<br />

meta<strong>de</strong> do século. Neste novo contexto, <strong>Ubatuba</strong> passa a ser o porto exportador da região cafeeira, chegando a<br />

receber anualmente cerca <strong>de</strong> 600 navios transatlânticos.<br />

A situação começa a se modificar a partir <strong>de</strong> 1820 com o sucesso da agricultura cafeeira para exportação.<br />

<strong>Ubatuba</strong> foi um dos primeiros municipios do Estado <strong>de</strong> São Paulo a se <strong>de</strong>dicar ao cultivo do café e tornou-se um<br />

gran<strong>de</strong> produtor. Neste contexto o porto <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> passa a ter gran<strong>de</strong> importância para exportação do café<br />

produzido e importação <strong>de</strong> escravos, além da escoação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte das mercadorias vindas do Vale do<br />

Paraíba e Norte <strong>de</strong> Minas, que <strong>de</strong>sciam a serra em lombo <strong>de</strong> burro. O re-surgimento das operaçoes poertuárias<br />

<strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>, no inicio do séc XIX, o municipios voltou com muita força ao cenário economico nacional, levando a<br />

cida<strong>de</strong> a ocupar o primeiro lugar no <strong>Litoral</strong> Norte, na exportação cafeeira.<br />

Este revigoramento também se <strong>de</strong>u na estrada que ligava <strong>Ubatuba</strong> ao Vale do Paraíba. Apesar da gran<strong>de</strong><br />

precarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta estrada, o fluxo <strong>de</strong> tropas que <strong>de</strong>sciam do planalto era intenso. Vilas e cida<strong>de</strong>s do Vale do<br />

Paraíba até o Sul <strong>de</strong> Minas utilizavam esta estrada, <strong>de</strong>scendo a serra até o porto <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> e voltando serra<br />

acima com os produtos importados.<br />

A estrada foi melhorada pelo governo provincial e passou a chamar-se Oswaldo Cruz, abrindo uma nova<br />

perspectiva economica para <strong>Ubatuba</strong> com o turismo <strong>de</strong> paulistanos que vinham à região conhecer o <strong>Litoral</strong> Norte<br />

e suas belezas naturais. Com isso, começam a vir para a cida<strong>de</strong> empresários do ramo hoteleiro iniciar novos<br />

empreendimentos voltados ao turismo.<br />

A Vila <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> passa em 1855 à categoria <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>. A urbanização alcança o município, são construídos o<br />

cemitério, novas igrejas, um teatro, mercado municipal, residências para abrigar a elite local e instalações <strong>de</strong><br />

infraestrutura para servir as construções <strong>de</strong> água encanada. Nesta época, <strong>Ubatuba</strong> constava entre os municípios<br />

<strong>de</strong> maior renda da província.

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