03.06.2013 Views

Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Para os participantes da pesquisa qualitativa, a ausência <strong>de</strong> planejamento e a “falta <strong>de</strong> rumo” se traduz na<br />

sensação <strong>de</strong> que a cida<strong>de</strong> “parou” e que vem per<strong>de</strong>ndo competitivida<strong>de</strong> frente aos municípios vizinhos,<br />

sobretudo Caraguatatuba. Por exemplo, comenta-se que o AME <strong>de</strong> Caraguá era para ser em <strong>Ubatuba</strong>; os<br />

investimentos da Petrobras eram para ser em <strong>Ubatuba</strong> e foram para Caraguá. Quando comparada às <strong>de</strong>mais<br />

cida<strong>de</strong>s do entorno, <strong>Ubatuba</strong> per<strong>de</strong> em todos os quesitos, exceto no que se refere à qualida<strong>de</strong> e beleza <strong>de</strong> suas<br />

praias.<br />

“O AME era para ser feito aqui em <strong>Ubatuba</strong>, resolveram fazer em Caraguatatuba. <strong>Ubatuba</strong> sempre fica por<br />

último em tudo. Aqui é o ponto final, aqui é divisa <strong>de</strong> Parati, que já é Rio <strong>de</strong> Janeiro” .<br />

“A cida<strong>de</strong> parou! (...) tem uma placa enorme: estamos construindo a nova Santa Casa tem 20 anos...”.<br />

“De praia, <strong>Ubatuba</strong> ganha, mas <strong>de</strong> atração, <strong>de</strong> chamar o povo, serviço, Caraguatatuba dá <strong>de</strong> 10 a zero. É<br />

tudo asfaltado, tudo bonitinho, tem shopping lá (...) se você ver Angra, é só aquele pedacinho lá, mas em<br />

compensação atrai muito mais turista que aqui (...) que nem São Sebastião, é a cida<strong>de</strong> mais rica porque tem<br />

porto <strong>de</strong> navio (...) <strong>Ubatuba</strong> aqui per<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10 a zero”.<br />

“A Petrobras fez um monte <strong>de</strong> reunião aqui, mas <strong>de</strong>pois não veio para cá; se instalou em Caraguatatuba. Vai<br />

dar emprego lá (...) tem gente saindo daqui, fazendo curso lá <strong>de</strong> soldador (...) por isso que Caraguatatuba<br />

está melhor”.<br />

A falta <strong>de</strong> planejamento também se traduz, na percepção das organizações, em falta <strong>de</strong> integração e<br />

<strong>de</strong>sarticulação das políticas públicas: “falta trabalhar em re<strong>de</strong>... falta articulação entre as políticas publicas”.<br />

Apontam a importância <strong>de</strong> organizar a gestão pública, para uma “visão sistêmica do município”.<br />

Para as comunida<strong>de</strong>s quilombolas as políticas ainda são uma realida<strong>de</strong> distante. Avaliam que pelo menos as<br />

políticas básicas como saú<strong>de</strong>, educação e transporte <strong>de</strong>veriam ser bem cuidadas.<br />

“Se eles fizessem o que é <strong>de</strong> direito como educação, saú<strong>de</strong>, já tava lindo...muita coisa ia potencializar.<br />

“A questão histórica influencia muito, mas pra políticas publicas ainda estamos em processo”.<br />

Ainda que alguns entrevistados dos grupos <strong>de</strong> pesquisa apontem melhorias comparativamente à situação <strong>de</strong><br />

anos atrás, no geral a saú<strong>de</strong> é consi<strong>de</strong>rada uma área crítica, tanto entre as entida<strong>de</strong>s como nos grupos <strong>de</strong><br />

pesquisa: faltam médicos, o atendimento na Santa Casa e nos Postos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> é ruim, falta infraestrutura no<br />

hospital, o Centro <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s fica em Caraguatatuba e o acesso a essa unida<strong>de</strong> envolve custos <strong>de</strong><br />

transporte. (PESQUISA)<br />

“O hospital, ele está bonito, mas não tem médico, não tem nada. Que adianta um hospital bonito sem<br />

médico? (...) eu tenho um filho e ele nasceu em São José porque aqui não tem condições.<br />

“Todo mundo passa mal se for no Posto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Eles vão lá, aplicam uma injeçãozinha se vê que não<br />

melhora, manda para a Santa Casa. Quem tiver com alguma coisa, alguma doença, sai com duas, três” .<br />

“Não mostram ser um profissional bom, se <strong>de</strong>dicar, talvez por ser coisa pública. Passa qualquer remédio, aí<br />

você vai tomar, morreu, morreu. É um <strong>de</strong>scaso assim com a saú<strong>de</strong> pública”.<br />

“Saú<strong>de</strong> é um ponto que pelo amor <strong>de</strong> Deus! Às vezes eles até falam assim: ‘você tem dinheiro, vou tratar<br />

bem’. A maioria das enfermeiras <strong>de</strong>strata você se vê que você é pobre”.<br />

“Temos um único hospital totalmente <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> médicos, UTI ou infraestrutura. Tive um colega que<br />

morreu porque não tinha atendimento para atendê-lo porque teve um aneurisma”.<br />

“A referência <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mais próxima é Taubaté e São José. Atendimento médico especializado é em<br />

Caraguatatuba”.<br />

“Saú<strong>de</strong> em <strong>Ubatuba</strong> é complicado: falta médico”.<br />

Nas comunida<strong>de</strong>s mais distantes do centro <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>, como nas comunida<strong>de</strong>s remanescentes <strong>de</strong> quilombos, é<br />

mais enfática a reclamação acerca da precarieda<strong>de</strong> do atendimento nos Postos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> que são referência para

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!