Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...
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Convênio Petrobras Instituto Pólis | Relatório nº 6<br />
<strong>Diagnóstico</strong> <strong>Urbano</strong> <strong>Socioambiental</strong> | <strong>Município</strong> <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong><br />
g. Uso e ocupação do solo na zona <strong>de</strong> amortecimento<br />
BASE DAS INFORMAÇÕES: ATÉ 2012 REVISÃO DE MARÇO DE 2013<br />
A Zona <strong>de</strong> Amortecimento (ZA) do PESM foi <strong>de</strong>limitada a partir <strong>de</strong> um raio <strong>de</strong> 10 km contados do limite da<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação e inclui gran<strong>de</strong> parte da área urbanizável do <strong>Município</strong> <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>. Foram excluídas da<br />
ZA a área urbana consolidada e a área <strong>de</strong> expansão urbana prevista no antigo Plano Diretor do <strong>Município</strong><br />
(SMA/FF, 2006) (vi<strong>de</strong> figura 7.2).<br />
Urbanização<br />
Na década <strong>de</strong> 1950 já existia um fluxo intenso <strong>de</strong> turistas oriundos do Vale do Paraíba a <strong>Ubatuba</strong>, sendo que o<br />
acesso viário se dava pela SP-125 (atual Rodovia Oswaldo Cruz), já existente na época. Tal fato, em conjunto com<br />
a pavimentação do atual trecho da SP-055, entre Caraguatatuba e <strong>Ubatuba</strong> (antiga estrada <strong>de</strong> terra aberta em<br />
1955) fez com que, a partir dos anos <strong>de</strong> 1960, a porção sul e o centro urbano <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> já apresentassem<br />
característica viária instalada que a interligava ao Vale do Paraíba e à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caraguatatuba. Assim, nessa<br />
época, o <strong>Município</strong> já possuía, mesmo que <strong>de</strong> uma forma incipiente, uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> hotéis e <strong>de</strong> segundas<br />
residências cuja estrutura se embasava no turismo <strong>de</strong> massa (RAIMUNDO, 2007). 66<br />
A partir dos anos 1970, com a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aceso viário para outras regiões do Estado <strong>de</strong> São Paulo, o turismo <strong>de</strong><br />
segunda residência se consolida em <strong>Ubatuba</strong>, com uma impressionante expansão <strong>de</strong> loteamentos sobre a área<br />
central do <strong>Município</strong> e as planícies <strong>de</strong> sua costa sul, principalmente nas praias <strong>de</strong> Maranduba, Lagoinha, Dura,<br />
Lázaro, Perequê Mirim, Enseada, Toninhas, Gran<strong>de</strong>, Tenório, Itagua, Centro e Perequê.<br />
Importante mencionar que a implantação <strong>de</strong>stes loteamentos se <strong>de</strong>u sem maiores consi<strong>de</strong>rações com o meio<br />
físico biótico existente, ensejando a <strong>de</strong>scaracterização quase que total da vegetação <strong>de</strong> restinga e manguezais.<br />
A<strong>de</strong>mais, a especulação imobiliária também ensejou a expulsão das comunida<strong>de</strong>s caiçaras que habitavam estes<br />
locais, muitas vezes por meio <strong>de</strong> violência.<br />
Deste modo, as áreas planas e <strong>de</strong> menor <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> próximas à orla marítima passaram a sofrer intensa disputa<br />
e valorização imobiliária para o atendimento do turismo <strong>de</strong> segunda residência, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando um acelerado<br />
crescimento da mancha urbana do <strong>Município</strong> nas décadas seguintes. 67<br />
Adicionalmente, <strong>Ubatuba</strong> passou a receber um constante e exponencial fluxo migratório constituído,<br />
basicamente, <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> baixa renda oriundas do norte do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais e <strong>de</strong> estados nor<strong>de</strong>stinos<br />
que foram atraídas ao <strong>Município</strong> em função oferta <strong>de</strong> empregos <strong>de</strong> baixa remuneração ou subempregos sazonais<br />
que incluem construção civil, prestação <strong>de</strong> serviços, comércio e turismo ligados ao veranismo. 68<br />
Como resultado, <strong>de</strong>vido à impossibilida<strong>de</strong> econômica <strong>de</strong>stas famílias se estabelecerem <strong>de</strong>ntro do mercado<br />
formal <strong>de</strong> terras, seja em virtu<strong>de</strong> dos baixos salários ou em função da especulação imobiliária que sobrevalorizou<br />
a terra urbanizada, o <strong>Município</strong> <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> passa a conviver com a problemática da ocupação irregular <strong>de</strong> áreas<br />
66<br />
Com o crescimento das cida<strong>de</strong>s à invenção <strong>de</strong> máquinas automotoras, o Governo do Estado <strong>de</strong> São Paulo, planejara fazer melhorias na<br />
SP-125. Então, em meados 1932 e 1933, o Departamento <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong> Rodagem do Estado <strong>de</strong> São Paulo inicia os projetos <strong>de</strong> melhorias,<br />
a via foi alargada e pavimentada com pedras pelos presidiários da Ilha Anchieta que estavam sob pena <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção. Em 1960, iniciou-se a<br />
implantação <strong>de</strong> um projeto mais mo<strong>de</strong>rno, com retificações no trecho <strong>de</strong> São Luiz à <strong>Ubatuba</strong>, permanecendo o antigo traçado. Entre 1963<br />
e 1969, estas obras foram realizadas, sendo a pavimentação concluída em 1969. No período <strong>de</strong> 1971 a 1979, foram executados diversos<br />
melhoramentos no seu trajeto. Em 19 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1976, a Via SP-125 foi <strong>de</strong>nominada oficialmente como Rodovia Oswaldo Cruz, em<br />
homenagem ao médico sanitarista Oswaldo Cruz, nascido em São Luiz do Paraitinga, cida<strong>de</strong> que está na rota da Via SP-125 (WIKIPEDIA,<br />
2012).<br />
67<br />
Segundo o Censo Demográfico <strong>de</strong> 2010 do IBGE, dos 59.998 domicílios particulares existentes no <strong>Município</strong> <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>, 50,06% são<br />
domicílios <strong>de</strong> uso ocasional, <strong>de</strong>dicados ao turismo <strong>de</strong> veraneio (IBGE, 2010).<br />
68<br />
No ano <strong>de</strong> 1960 o <strong>Município</strong> <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> possuía 10.182 habitantes e, no ano 2000, passou a contar com um contingente populacional<br />
<strong>de</strong> 66.644 habitantes (IBGE, 2012).<br />
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