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Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

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Pesquisas <strong>de</strong>monstraram que o Coral – Sol não possui predadores no País e encontrou condições ambientais<br />

muito favoráveis <strong>de</strong> sobrevivência na costa brasileira. A<strong>de</strong>mais, sua presença po<strong>de</strong> resultar em diversas<br />

mudanças no funcionamento dos ecossistemas costeiros do litoral norte, incluindo alterações <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />

primária e composição do plâncton. Esses invasores ainda po<strong>de</strong>m causar o <strong>de</strong>clínio ou a extinção <strong>de</strong> espécies<br />

nativas <strong>de</strong> coral, como o Coral – Cérebro, assim como <strong>de</strong> outros organismos <strong>de</strong> importância ecológica e<br />

econômica. Essencialmente, o Coral - Sol é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar e matar espécies nativas para se instalar, se<br />

espalhando rapidamente pelas rochas submersas (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2012; ICMBIO, 2012).<br />

A pesquisa e o manejo <strong>de</strong>sta espécie exótica são atualmente realizados pelo Instituto Biodiversida<strong>de</strong> Marinha,<br />

em parceria com a Universida<strong>de</strong> do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro e com o patrocínio do Programa Petrobras<br />

Ambiental. A metodologia <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong>ste projeto consiste em avaliar a distribuição, a população e os<br />

efeitos do Coral – Sol sobre as comunida<strong>de</strong>s nativas <strong>de</strong> corais objetivando a erradicação <strong>de</strong>sta espécie exótica do<br />

litoral brasileiro (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2012; INSTITUTO BIODIVERSIDADE MARINHA, 2012).<br />

Outra preocupação na área da APAMLN é o aumento do tráfego <strong>de</strong> navios na região com a ampliação do porto<br />

<strong>de</strong> São Sebastião, uma vez que tal fato po<strong>de</strong> trazer um incremento da bioinvasão na região através do transporte<br />

<strong>de</strong> espécies exóticas em águas <strong>de</strong> lastro e por organismos livres ou incrustados no casco, quilha, leme, hélice,<br />

eixo <strong>de</strong> hélice, sistemas <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> água do mar, caixa <strong>de</strong> mar, água <strong>de</strong> lastro, tanques <strong>de</strong> carga lastrados,<br />

âncora, amarras e caixa da âncora. 102<br />

Quanto a este problema, o Conselho Gestor da APAMLN e os <strong>de</strong>mais conselhos gestores <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

conservação do <strong>Litoral</strong> Norte se manifestaram sobre a necessária adoção <strong>de</strong> medidas mitigadoras <strong>de</strong> gestão,<br />

fiscalização, prevenção e controle <strong>de</strong> navios estrangeiros, uma vez que tais comedimentos não foram previstos<br />

pelo Estudo <strong>de</strong> Impacto Ambiental da ampliação do Porto <strong>de</strong> São Sebastião. 103<br />

Preocupações <strong>de</strong>rivadas do projeto <strong>de</strong> ampliação do Porto <strong>de</strong> São Sebastião<br />

A ampliação do Porto <strong>de</strong> São Sebastião também traz as seguintes preocupações manifestadas pelo Conselho<br />

Gestor da APAMLN e pelos <strong>de</strong>mais conselhos gestores <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação do <strong>Litoral</strong> Norte: 104<br />

Risco <strong>de</strong> afugentamento e danos à fauna marinha <strong>de</strong>vido ao aumento nos níveis <strong>de</strong> ruídos no meio<br />

marinho e vibrações, o que po<strong>de</strong> causar alterações comportamentais e atropelamento <strong>de</strong> espécies.<br />

Preocupação especial é dada a Baleia-<strong>de</strong>-Bry<strong>de</strong>, uma vez que as maiores ocorrências <strong>de</strong>sta espécie no<br />

País se dão exatamente na área <strong>de</strong> influência do Porto <strong>de</strong> São Sebastião;<br />

Aumento da contaminação dos ecossistemas por substâncias tóxicas (<strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> hidrocarbonetos,<br />

resíduos sólidos, restos <strong>de</strong> alimentos, água <strong>de</strong> lastro, efluentes sanitários, entre outros);<br />

Maior limitação da ativida<strong>de</strong> pesqueira artesanal realizada nas rotas <strong>de</strong> navios e em novas áreas <strong>de</strong><br />

fun<strong>de</strong>io, além da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colisão <strong>de</strong> embarcações;<br />

Graves riscos <strong>de</strong> impactos negativos às Áreas <strong>de</strong> Manejo Especial (importantes habitats <strong>de</strong> fauna<br />

aquática e ilhas <strong>de</strong> baixa presença antrópica);<br />

Risco <strong>de</strong> eutrofização, sombreamento e hipóxia da Baía do Araçá <strong>de</strong>vido ao incremento <strong>de</strong> matéria<br />

orgânica e ao gran<strong>de</strong> sombreamento que será produzido pela laje <strong>de</strong> concreto <strong>de</strong> 600.000 m 2 que<br />

cobrirá 75% da área da Baía do Araçá.<br />

102 Informação técnica sobre o estudo e relatório <strong>de</strong> impacto ambiental do plano integrado porto CIDADE/PIPC das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

conservação (UCs) do litoral norte <strong>de</strong> São Paulo. Com a ampliação do Porto <strong>de</strong> São Sebastião, o número <strong>de</strong> embarcações saltará dos atuais<br />

954 navios/ano para 1477 navios/ano em 2035<br />

103 Informação técnica sobre o estudo e relatório <strong>de</strong> impacto ambiental do plano integrado porto CIDADE/PIPC das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

conservação (UCs) do litoral norte <strong>de</strong> São Paulo.<br />

104 Ibid.

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