Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...
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principalmente índios e quilombolas, como um valor cultural para o município, estes ao contrario são vistos<br />
com certo preconceito pela socieda<strong>de</strong>. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> tradicional entretanto permaneceu presente na vida <strong>de</strong><br />
muitas famílias inclusive por uma questão <strong>de</strong> sobrevivência, como é o caso dos pescadores artesanais que<br />
fazem suas canoas e <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s que ainda conseguem plantar em suas terras. Este preconceito<br />
presente em muitos Ubatubenses se mostra como um simples <strong>de</strong>sconhecimento dos modos <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>stes<br />
povos tradicionais e <strong>de</strong> sua contribuição para a preservação do que hoje é <strong>Ubatuba</strong>.<br />
Uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitos povos, uma cida<strong>de</strong> turística abrigando praias maravilhosas e uma natureza exuberante,<br />
uma cida<strong>de</strong> litorânea com fortes dinâmicas caiçaras tradicionais e contemporâneas – os pescadores e os<br />
surfistas -, uma cida<strong>de</strong> organizada em suas socieda<strong>de</strong> civil que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> os mais variados direitos humanos,<br />
mas principalmente o direito a uma cida<strong>de</strong> próspera, justa e atraente aos olhos <strong>de</strong> seus moradores e<br />
visitantes.<br />
A socieda<strong>de</strong> civil <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> traz consigo reflexões bastante fundamentadas sobre a preservação ambiental<br />
versus a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada e a falta <strong>de</strong> políticas públicas que organizem melhor todas estas questões,<br />
sem prejudicar a natureza florestal e humana. Este equilíbrio é um <strong>de</strong>safio para a cida<strong>de</strong> que tem quase 80%<br />
<strong>de</strong> seu território preservado <strong>de</strong> mata Atlântica.<br />
Talvez, o <strong>de</strong>safio sobre o reconhecimento da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> passe por estas reflexões sobre o<br />
preservar, proteger, gerar renda e melhorar a estrutura do município. As diferentes visões sobre as vocações e<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong> se misturam e muitas vezes entram em conflito. Entretanto, existe um consenso sobre<br />
a vocação turística do município, sendo necessário apenas refletir melhor sobre qual turismo é realmente<br />
importante para a cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que maneira ele <strong>de</strong>ve ser planejado e realizado.<br />
As comunida<strong>de</strong>s tradicionais também tocam nesta questão e sentem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se prepararem melhor<br />
para receber este turismo que <strong>de</strong>ve ter um caráter socioambiental – cultural e <strong>de</strong> base comunitária. Existem<br />
alguns grupos, inclusive <strong>de</strong> hostels e pousadas que iniciaram um trabalho neste sentido, auxiliar estas<br />
comunida<strong>de</strong>s na sua organização para receber este turista consciente que vem em busca <strong>de</strong> novos olhares,<br />
em busca <strong>de</strong> um convívio maior com a cultura e a natureza local.<br />
Os <strong>de</strong>safios são gran<strong>de</strong>s, o auxilio do po<strong>de</strong>r público não é suficiente e as comunida<strong>de</strong>s em si não tem toda a<br />
estrutura necessária para receber os visitantes. A socieda<strong>de</strong> civil é atuante, mas pouco integrada. Um dos<br />
motivos que reflete esta pouca integração é com relação a escassez <strong>de</strong> espaços participativos. Os espaços<br />
públicos <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>, além <strong>de</strong> serem poucos, são centralizados, dificultando por exemplo a participação das<br />
comunida<strong>de</strong>s que vivem mais afastadas.<br />
Estas comunida<strong>de</strong>s sentem dificulda<strong>de</strong>s para participar das ações centrais, como os cursos, oficinas, <strong>de</strong>bates;<br />
não existe a preocupação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizar e ocupar outros espaços nos rincões do município; os próprios<br />
pontos <strong>de</strong> cultura, que são dois em toda a cida<strong>de</strong>, tem dificulda<strong>de</strong>s com relação a espaços para realizar suas<br />
ativida<strong>de</strong>s, o ponto <strong>de</strong> cultura Escolinha Jambeiro, localizado no quilombo Camburi, realiza as ativida<strong>de</strong>s em<br />
um prédio construído pela própria comunida<strong>de</strong> com recursos do governo fe<strong>de</strong>ral, já o ponto <strong>de</strong> cultura<br />
Olhares <strong>de</strong> Dentro, no quilombo da Fazenda está instalado em um antigo prédio <strong>de</strong> uma escolinha <strong>de</strong>sativada.<br />
Se houvessem diferentes equipamentos culturais próximos a estas comunida<strong>de</strong>s certamente estes pontos <strong>de</strong><br />
cultura po<strong>de</strong>riam realizar outras ativida<strong>de</strong>s englobando um maior número <strong>de</strong> pessoas. Há <strong>de</strong> se lembrar que<br />
estes pontos <strong>de</strong> cultura ficam distantes do centro e localizados na região norte do município.<br />
No centro da cida<strong>de</strong> os únicos equipamentos culturais que possibilitam cumprir o papel <strong>de</strong> espaços<br />
participativos são as praças publicas, as escolas, que em alguns momentos <strong>de</strong>sempenham esta função, o<br />
prédio da Fundart - Fundação <strong>de</strong> Arte e Cultura <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> que oferece oficinas gratuitas, cursos e<br />
exposições, além <strong>de</strong> um acervo cultural da memória caiçara. Existe apenas um cinema na cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro do<br />
Shopping, em Itaguá, no centro. Um outro espaço não tão central é o Sobradão do Porto, uma casa com salas<br />
para oficinas e um pequeno auditório para as apresentações <strong>de</strong> teatro, circo e danças; este equipamento<br />
público é um patrimônio material da cida<strong>de</strong>, tombado pelo CONDEPHAT, on<strong>de</strong> funciona também a banda Lira<br />
Padre Anchieta, organizada por uma associação da socieda<strong>de</strong> civil com parceria da prefeitura. A escola <strong>de</strong><br />
música infantil, Lirinha também acontece neste espaço.<br />
São espaços importantes para o incentivo da cultura no município, entretanto não são suficientes. O teatro<br />
municipal está em construção, há mais <strong>de</strong> 04 anos. É um teatro mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> aproximadamente 450 lugares, e