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Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

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estes instrumentos.<br />

Convênio Petrobras Instituto Pólis | Relatório nº 6<br />

<strong>Diagnóstico</strong> <strong>Urbano</strong> <strong>Socioambiental</strong> | <strong>Município</strong> <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong><br />

BASE DAS INFORMAÇÕES: ATÉ 2012 REVISÃO DE MARÇO DE 2013<br />

“Alguns moradores contribuem, ensinam as danças e os ritmos, esta bem no principio, mas já ve um<br />

avanço. Alguns moradores estão morrendo. O que acontece é que a geração dos pais das crianças já não<br />

pegaram as danças e as tradições. O que resta é a geração dos avós, esta muito vivo na memória mais não<br />

tem moradores novos que sabem, os mais antigos estão morrendo. É uma história que está se apagando.”<br />

Existe também a parceria com a Fundação Alavanca, <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>, que leva algumas escolas para ver a<br />

apresentação no quilombo, é um estímulo para as crianças e jovens.<br />

“Mudaram o rumo das festas (a prefeitura), antes tinha a festa do divino, a festa <strong>de</strong> são joão. São pedro;<br />

pois tinha muitos peixes e o camarão, agora tem também a tainha, a festa da tainha agora se danou pois<br />

não tem mais tainha tem que comprar <strong>de</strong> fora, tem a festa da jussara, festa da mandioca em ubatumirim,<br />

tudo <strong>de</strong> mandioca, festa do azul marinho, mudou o rumo das festas, da festa junina ficou outras festas no<br />

lugar. Mas ano passado fizemos <strong>de</strong> novo a festa junina que foi muito boa, tivemos as danças da canoa,<br />

cana ver<strong>de</strong>, ciranda, caranguejo, cana ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão, cana ve<strong>de</strong> <strong>de</strong> roda, congada, jongo, dança do lenço,<br />

dança do chapéu. Tem umas danças antigas boas, quero resgatar estas coisas. Tem umas velinhas que<br />

gostavam <strong>de</strong> dançar. Tem que resgatar as danças. Se <strong>de</strong>ixar as crianças vão para outras coisas.”<br />

Mas é um processo difícil por que muita coisa se per<strong>de</strong>u, os mais jovens não tem tanto interesse em<br />

continuar com as tradições.<br />

“É tudo novo. O Parque veio pra retirar as pessoas paulatinamente. É muito fácil chegar aqui e falar “não<br />

po<strong>de</strong> plantar isso não po<strong>de</strong> fazer aquilo” Daí você vai procurar trabalho fora. Ele vai pra fora começa a ver<br />

outras coisas, se interessa. Muda, vai pra lá, poucos ficam, poucos querem também: “meu filho não quer<br />

trabalhar na roça, quer estudar, quer fazer outras coisas” Eaí? Você não tá resgatando cultura, peraí né?!<br />

Todos nós evoluímos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ser comunida<strong>de</strong> indígena, quilombola, ser humano.. a gente tá em<br />

processo <strong>de</strong> evolução, então tudo é <strong>de</strong>vagar, você não consegue, tudo tem eu tempo. As coisas aqui<br />

andam porque você dá uma articulada, não po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r isso, a organização.”<br />

O trabalho com os adolescentes é investir na internet e nos trabalho <strong>de</strong> resgate da cultura afro, as coisas<br />

legais que existem e que po<strong>de</strong>m ser compatibilizadas com a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, por exemplo os penteados afro,<br />

algumas danças. É preciso mostrar aos jovens o orgulho <strong>de</strong> pertencer <strong>de</strong> uma história tão importante para o<br />

país, lembrar quem foi Zumbi dos Palmares. Isto é importante para o jovens e os mais velhos também,<br />

valorizar sua origem.<br />

Existe uma lei Fe<strong>de</strong>ral sobre o ensino da educação Afro nas escolas, mas quase não se cumpre a Lei. Seria<br />

extremamente importante para acabar com o preconceito nas escolas. Em Cambury é relatado histórias sobre<br />

os jovens que não gostavam <strong>de</strong> falar nas escolas que moravam no Quilombo, pois isto era motivo <strong>de</strong><br />

zombaria. Hoje esta realida<strong>de</strong> mudou um pouco, mas ainda tem muito a ser trabalhada.<br />

Alguns integrantes do Quilombo <strong>de</strong> Itamambuca ainda lembram das danças e dos versos cantados, mas<br />

muitos virarão evangélicos e já não se <strong>de</strong>dicam mais a esta tradição. Os moradores lembram da tradição na<br />

Festa <strong>de</strong> São Gonçalo e Folia <strong>de</strong> Reis, além das festas em que se dançava a congada e o chiba.<br />

A Festa do Divino também é lembrada em todos os quilombos, entretanto, o quilombo que mais se i<strong>de</strong>ntifica<br />

com esta festa tradicional é o <strong>de</strong> Caçandoca e União dos Morros, até hoje alguns moradores são convidados<br />

para cantar e tocar nas festas do Divino que acontecem em outros locais; na comunida<strong>de</strong> elas não acontecem<br />

mais.<br />

Em Caçandoca e União dos Morros também encontramos casas <strong>de</strong> pau-a-pique que servem <strong>de</strong> se<strong>de</strong> para as<br />

duas associações do Quilombo e pessoas que utilizam as plantas medicinais como remédio principal. Com<br />

relação a alimentação muito se per<strong>de</strong>u. Os produtos industrializados são presentes:<br />

“Agora chegou bastante, porque antes na cida<strong>de</strong> era só pra comprar o sal e a querosene, o resto era tudo<br />

na roça, hoje não, antes tinha <strong>de</strong> tudo na roça, tinha porco, galinha. Hoje tá fácil! Eu criar uma galinha e<br />

esperar dois três anos pra comer uma galinha caipira?! ...<br />

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