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Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

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Convênio Petrobras Instituto Pólis | Relatório nº 6<br />

<strong>Diagnóstico</strong> <strong>Urbano</strong> <strong>Socioambiental</strong> | <strong>Município</strong> <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong><br />

BASE DAS INFORMAÇÕES: ATÉ 2012 REVISÃO DE MARÇO DE 2013<br />

O cultivo do café traz modificações profundas na paisagem física e urbana <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>: as áreas planas crescem<br />

<strong>de</strong> valor e são <strong>de</strong>vastadas; a <strong>de</strong>manda por construções mais complexas (embarcações, casas e mobiliário, carros<br />

<strong>de</strong> boi) vai ocasionando o fim da ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> lei.<br />

Em meados do séc XX, entretanto, com a <strong>de</strong>cadência da agricultura do café em <strong>Ubatuba</strong> e a construção das<br />

estradas <strong>de</strong> ferro Santos-Jundiaí e Rio-São Paulo, o porto <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> per<strong>de</strong> a importância. Com a marcha do café<br />

para o Oeste do estado <strong>de</strong> São Paulo e a construção <strong>de</strong> ligações ferroviárias entre São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

São Paulo e Santos, a antiga estrada da "rota do café" que ligava o sul <strong>de</strong> Minas ao porto <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> per<strong>de</strong>u<br />

importância. As famílias <strong>de</strong> posses migraram e as terras per<strong>de</strong>ram o valor, permanecendo as populações pobres.<br />

Tentativas foram feitas para refrear a <strong>de</strong>cadência da cida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> seu porto, com a construção não-concluída <strong>de</strong><br />

uma estrada <strong>de</strong> ferro ligando <strong>Ubatuba</strong> a Taubaté. Mas, não foi suficiente o levantamento inicial <strong>de</strong> fundos e o<br />

início das obras. A suspensão do aval governamental, por parte do presi<strong>de</strong>nte Floriano Peixoto, ao crédito para a<br />

compra <strong>de</strong> equipamentos ferroviários importados forçou a empresa à falência, malogrando a iniciativa,<br />

abandonando as obras realizadas em cerca <strong>de</strong> 80 quilômetros e sepultando o projeto do corredor <strong>de</strong> exportação<br />

valeparaibano<br />

Somente a partir da década <strong>de</strong> 1930 ocorreu um certo ressurgimento econômico no município ligado ao turismo,<br />

com a abertura <strong>de</strong> estrada <strong>de</strong> rodagem entre <strong>Ubatuba</strong> e São Luiz do Paraitinga. O rompimento das situações <strong>de</strong><br />

isolamento e marginalização do <strong>Litoral</strong> Norte começou a ocorrer em 1936, quando se iniciou a construção do<br />

Porto <strong>de</strong> São Sebastião. Em 1937, foi inaugurada a rodovia SP-125, ligando <strong>Ubatuba</strong> a Taubaté. A ligação entre<br />

Caraguatatuba e São Sebastiao foi aberta em 1938, e em 1939, foi aberta ao trafego, em condições precárias, a<br />

rodovia Caraguatatuba - São Jose dos Campos (atual Rodovia dos Tamoios). A rodovia SP-55 que faz a ligação <strong>de</strong><br />

Caraguatatuba com <strong>Ubatuba</strong> ocorreu na década <strong>de</strong> 1950 quando se iniciou o fluxo turístico.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stes eixos <strong>de</strong> circulação conectou as cida<strong>de</strong>s litorâneas com as cida<strong>de</strong>s do Planalto. As<br />

rodovias passaram a substituir os antigos caminhos e reativaram a economia, impulsionada pela ativida<strong>de</strong><br />

turística e pela valorização imobiliária <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong>. A partir <strong>de</strong> 1960, com o primeiro asfaltamento<br />

da rodovia estadual SP-55 e completadas as ligações entre São Sebastião e <strong>Ubatuba</strong>, iniciou-se a fase <strong>de</strong> maior<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da região.<br />

A partir <strong>de</strong> fins dos anos 60 e inicio da década <strong>de</strong> 70 <strong>Ubatuba</strong> sofreu um boom <strong>de</strong> crescimento. As paisagens<br />

naturais, o gran<strong>de</strong> número e a beleza das praias, o clima quente, a existência <strong>de</strong> matas e a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso<br />

com as aberturas das estradas, tornaram-se atrativos para os turistas que passaram a frequentar mais a cida<strong>de</strong>,<br />

principalmente nos meses da temporada <strong>de</strong> verão, e entre os meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro e fevereiro.<br />

Na década <strong>de</strong> 1970 a economia <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong> buscou estabilida<strong>de</strong>, em diferentes formas <strong>de</strong> exploração, como a<br />

pesca, o turismo, o granito ver<strong>de</strong> e horticultura, que eram bases <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento. Contudo, o turismo era<br />

a economia que mais aumentava, com índices <strong>de</strong> crescimento muito superiores as <strong>de</strong>mais economias, sendo<br />

consi<strong>de</strong>rado à epoca como mola profulsora do crescimento local. Em 1973, <strong>Ubatuba</strong> foi <strong>de</strong>signada pelo Conselho<br />

Nacional do Turismo, por Decreto Fe<strong>de</strong>ral, como Zona Prioritária <strong>de</strong> Interesse Turístico. Segundo estimativa do<br />

DEER, neste ano <strong>Ubatuba</strong> apresentou frequência <strong>de</strong> 25.000 turistas na alta temporada.<br />

A explosão da ativida<strong>de</strong> turística no município causou uma série <strong>de</strong> transformações sócio-espaciais, <strong>de</strong>correntes<br />

do aumento da população resi<strong>de</strong>nte e da procura por residências secundárias, que inicialmente se verificou nas<br />

áreas contiguas às praias mais conhecidas como as do Lázaro, Enseada, do Perequê-Açu, do Perequê-Mirim e<br />

Maranduba. A partir do início da década <strong>de</strong> 70, verificou-se um intenso processo <strong>de</strong> especulação imobiliária,<br />

<strong>de</strong>terminando a expansão da parte rica da cida<strong>de</strong> em direção à orla marítima. A parte sul do município, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

divisa com Caraguatatuba até a área central, foi ocupada quase que totalmente por loteamentos <strong>de</strong> segundas<br />

residências, entremeados por pequenos núcleos <strong>de</strong> população fixa, comércio e serviços. O advento do turismo<br />

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