03.06.2013 Views

Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Ubatuba - Litoral ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

tolheu este direito. Atualmente estão negociando retomar áreas <strong>de</strong> plantio e apoio para incrementar a ativida<strong>de</strong><br />

turística, como forma <strong>de</strong> construir uma nova sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

“O Parque caiu <strong>de</strong> paraquedas na cabeça da comunida<strong>de</strong>s, por causa <strong>de</strong>sta falta <strong>de</strong> planejamento. Aqui não<br />

tinha comunicação, éramos isolados. Oito meses antes da instalação da estrada Rio santos já tinha gente<br />

comprando terras <strong>de</strong> caiçaras, donos <strong>de</strong> empresa, postos <strong>de</strong> gasolinas”.<br />

“Depois que a estrada chegou, veio o Parque Estadual da Serra do Mar. Não sou contra o parque estadual, foi<br />

bom para evitar a <strong>de</strong>predação, mas é preciso arrumar as comunida<strong>de</strong>s antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretar o parque.<br />

Arrumaram o jardim para passarinho <strong>de</strong> fora vir, mas o passarinho <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro ficou morrendo <strong>de</strong> fome”.<br />

“Eles não criaram outra alternativa. Tinha o costume <strong>de</strong> quando o filho casava fazia casa em volta da gente.<br />

Agora não po<strong>de</strong> mais. Per<strong>de</strong>u o costume <strong>de</strong> plantar, a multa era muito alta, 3.000,00 reais, que a pessoa<br />

nunca tinha visto este dinheiro na mão...Continuamos com roça. Pouco, mas continuamos”.<br />

“Foi falta <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong>. Deveria olhar primeiro quem morava, organizar, prestar mais atenção. O parque<br />

foi restringindo o nosso modo <strong>de</strong> trabalho e nenhuma outra alternativa foi criada. Fomos trabalhando com o<br />

turismo e foi melhorando um pouco a nossa situação. Já estamos mais acostumados ao parque. O jeito é viver<br />

por turismo”.<br />

“Então a gente tá preservando a área nossa, não queremos cortar árvores, não queremos que ninguém mate<br />

passarinho, não queremos que ninguém faça nada. Até o pouco que nós temos nós preservamos, porque um<br />

dia nossos filhos tem que ver, se nós <strong>de</strong>struirmos hoje o que vamos mostrar aos nossos filhos amanhã? O que<br />

vamos mostrar aos nossos netos? Nada! Então temos que <strong>de</strong>ixar uma herança aqui da terra. Isso que nós<br />

queremos. Essas amoras aqui tem mais <strong>de</strong> 30 anos. Tudo isso aqui foi tudo nós que plantamos, eu e ela.<br />

Fomos pegando as mudinhas e plantando uma aqui outra ali, esse palmito não foi nascido da terra, foi nós<br />

que plantamos. E hoje tá tudo ai”.<br />

b. As comunida<strong>de</strong>s tradicionais e a sua cultura como elementos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />

Muitas organizações da socieda<strong>de</strong> civil, assim como as próprias comunida<strong>de</strong>s entrevistadas, enxergam nas<br />

comunida<strong>de</strong>s tradicionais, particularmente as comunida<strong>de</strong>s remanescentes <strong>de</strong> quilombos e caiçaras, um<br />

potencial importante para <strong>de</strong>senvolvimento no município <strong>de</strong> <strong>Ubatuba</strong>. É reiterado o comentário <strong>de</strong> que a gestão<br />

municipal está longe <strong>de</strong>stas comunida<strong>de</strong>s, não apoia o seu fortalecimento e investe pouco em políticas públicas<br />

voltadas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stas comunida<strong>de</strong>s. Muitas vezes ainda são criminalizadas.<br />

“A presença forte <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s tradicionais (quilombos, índios e caiçaras) no município constitui um fator<br />

<strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong> para o turismo histórico e <strong>de</strong> patrimônio”.<br />

“As comunida<strong>de</strong>s tradicionais locais não são incentivadas a perpetuarem suas práticas. Muitas vezes são<br />

criminalizadas”.<br />

“Porque a gente já pediu, tem uma luta regional, a fazenda, Casanga, Caçandoca e Camburi e sempre faz<br />

uma comissão se precisa <strong>de</strong> alguma coisa e vai na prefeitura, mas é sempre fechado com frustrações. A gente<br />

pediu uma ponte pra prefeitura, já faz <strong>de</strong>z anos, pra ter esse acesso cultural, aqui! E eles já per<strong>de</strong>ram<br />

processo, eu ligo pra lá o engenheiro não sabe on<strong>de</strong> botou o processo, sumiram com ele. Já faz três anos e<br />

nada. Então o <strong>de</strong>scaso é muito gran<strong>de</strong>. A gente até tenta, mas vai fazer o que? Então vai falar com o Estado”.<br />

(QUILOMBO CAMBURI)<br />

“O maior problema que nós enfrentamos aqui é que a prefeitura... nossos filhos casam e querem construir<br />

suas casas aqui e não po<strong>de</strong>m”.<br />

“A prefeitura não ajuda quase nada. É muito ruim. De vez em quando aparace diz que vai ajudar, mas <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong>saparece. A estrada tem vez que é preciso brigar para eles virem arrumar. A prefeitura só usa a gente...<br />

mas não ajuda nada. Não tem sinalização, placa explicando direito o quilombo, os turistas cobram isto da<br />

gente. A prefeitura <strong>de</strong>veria ajudar nesta parte. A prefeitura, infelizmente não dá apoio.”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!